Luiz Pereira Júnior 10/03/2022
Obra genial ou palavrório colossal?
Se você é fã de poesia, se tem muito (mas muito mesmo) tempo de sobra e adora procurar, diletantemente, significados ocultos em versos herméticos, esse é o livro que foi escrito para você. A não ser que você precise lê-lo por obrigação...
Se nada disso se aplicar a você, esqueça: linguagem extremamente rebuscada em que o autor parece que foi ao dicionário ou a alguma fonte clássica para demonstrar sua enorme erudição, alguns poemas irritantemente longos que buscam o inconsciente mais profundamente onírico que o espírito humano possa conceber (ou algo que o valha)...
Um exemplo (abri o livro por acaso e deu nisso):
Perceber com esse delta as acres gotas,
As papilas do insípido vulgar,
Legar-lhes sal em suas viuvezes,
Sabor de quentes, e de verdes sons,
De pedras esperando, de desenhos
Que a luz não produziu na compreensão.
Resumo da ópera: uma obra genial para alguns, um imenso palavrório para outros... Você decide, caro leitor (como diria o Mestre)...