Humberto Abdo 05/05/2016
Cronologias demais
Com tantas falhas ainda presentes em cursos de jornalismo, seria natural esperar que os livros especializados fossem capazes de suprir as necessidades práticas e analíticas que a faculdade nem sempre oferece. Mas boa parte se repete no vício por linhas cronológicas repetitivas e dispostas sem grande senso crítico: de que adianta fazer uma viagem na história sem atrelá-la aos tempos atuais e à importância do correspondente internacional na última década?
Isso acontece em "Jornalismo Internacional" e fica difícil ler até o fim com algum prazer. Como se adaptar a novas culturas? Como absorver com rapidez as mudanças linguísticas de um país ainda desconhecido? Quais precauções precisam ser tomadas em situações de conflito e em coberturas de guerra? Perguntas do tipo não são respondidas e dicas práticas nem sequer foram abordadas, justamente o que falta na literatura de Comunicação Social. "Correspondente Internacional", de Carlos Eduardo Lins da Silva, consegue se aproximar mais dessa premissa, embora também acabe se apoiando demais em bibliografias e acontecimentos históricos escolhidos a dedo.