Renato 07/08/2020
Profundamente meditativo
Sêneca, em sua época, observava a natureza humana e seus instintos mais enraizados de longe e de perto de pessoas comuns e de políticos para trazer pensamentos em literatura refinadíssima. É surpreendente sua argumentação (o que explica sua poderosa lábia como advogado da antiguidade romana, inclusive), por vezes me convenceu que a ira é algo tão inútil e tão rudimentar para o ser humano que não lhe faz falta, na paz e na guerra.
Um bocado de densos capítulos focam na argumentação e na evidenciação filosófica e histórica de manifestações iracundas, objetos do estudo profundo do filósofo romano. Por isso é interessante - e se for o caso - ter um background de conhecimento sobre a história da Roma antiga, mas deixo claro que não é um pré-requisito.
Proposital à própria Filosofia, portanto, os livros "Sobre a ira" e "Sobre a tranquilidade da alma" provocam o pensamento profundo e muitas vezes meditativo do leitor. Alguns aspectos da vida eu mesmo refleti muito e me percebi como pessoa sentimental e racional, sujeita a todas as diretrizes estoicas que ambas as obras propõem. Hoje o estoicismo ganha muito a manta de "resiliência", atributo humano extremamente respeitado e admirado.
Com certeza, após essa leitura (apesar de demorada), me vejo como um ser humano mais completo, sábio e sereno. Dificilmente se encontram causos com que os leitores não se identifiquem, aumentando a imersão na literatura e também trazendo a sapiência necessária para a usa própria evolução.