Mari 14/02/2011Nada é o que parece ser...A história se passa na Manhattan do finalzinho do século XIX, e conta a história das jovens irmãs Elizabeth e Diana Holland, que desde cedo aprenderam a se comportar como distintas damas da alta sociedade nova-iorquina. Após a morte do pai, Elizabeth partiu para uma viagem a Paris e quando retornou, precisou cumprir com suas obrigações de socialite participando de recepções e bailes promovidos pelas famílias mais abastadas da cidade. No começo do livro já percebemos que as meninas levavam uma vida de luxo e aparências, mas os tablóides não perdiam a oportunidade de conferir de perto todas as fofocas e escândalos envolvendo-as numa rede de inveja e intrigas. Isso porque cada capítulo do livro começava com um trecho de manchete de jornal deixando todos a par dos últimos acontecimentos envolvendo a família Holland, Schoonmaker e Hayes. Disputando a atenção dos holofotes estava a melhor amiga de Elizabeth, Penélope Hayes. Penélope é uma jovem linda, impetuosa e falsa que não mede esforços para conseguir o que deseja sem se importar com as consequências. Ela tinha um romance secreto com o playboy Henry Schoonmaker e planejara revelar isso para toda a sociedade nova-iorquina no baile que promovera em sua nova mansão. Entretanto, o pai de Henry tinha outros planos e não queria que sua reputação fosse manchada por causa das aventuras devassas do filho. Assim, Henry teve que se acostumar com a ideia de se casar e formar uma família, pois dessa forma a imagem de rapaz audacioso e mulherengo estaria com os dias contados.
Henry passou então a cortejar Elizabeth, e tentou sem sucesso nutrir algum tipo de sentimento pela sua futura esposa. Ao invés disso, ele acabou se apaixonando pela irmã caçula de Elizabeth e sentiu a pressão em torno de si com a aproximação do dia da temível cerimônia. Penélope, por sua vez, teve uma desagradável surpresa ao saber sobre o noivado de Henry com sua melhor amiga e imaginava uma forma de impedir que sua rival roubasse o melhor partido da cidade.
Elizabeth sentia o peso da responsabilidade de se casar por conveniência e salvar a sua família da ruína fincanceira, que teve seu início após a morte do pai. Entretanto, ela sempre havia sonhado em se casar por amor e nutria um sentimento proibido pelo cocheiro da família, o que tornava as coisas ainda mais difíceis para a jovem. Os seus encontros secretos com William Keller foram um dia descobertos pela sua criada Lina Broud, que não se conformava em ser pobre e tinha a ambição de mudar de vida ao lado de William. Lina ficara ressentida com Elizabeth, após perceber que a amizade entre elas tinha se perdido na infância e estava sendo tratada como mais uma criada da família Holland. A tensão entre elas só piorou após um pequeno incidente durante a visita de Henry, que a deixou com um sentimento de ódio e repúdio por sua patroa. Elizabeth estava com os nervos a flor da pele por causa da recente partida de Will para a Califórnia e também devido a aproximação do dia do seu casamento. Entretanto, Lina jamais a perdoaria e tinha todas as informações necessárias que seriam úteis para Penélope planejar sua vigança.
Diana Holland mantinha em segredo uma paixão correspondida pelo noivo de sua irmã, mas após o estranho desaparecimento de Elizabeth no rio Hudson, começou a nutrir um sentimento de culpa pelo o que aconteceu, já que sua irmã poderia ter descoberto sua relação com Henry às vesperas do casamento. Mais uma tragédia devastaria a vida da família Holland e a precoce "morte" de Elizabeth mudaria completamente o rumo dos acontecimentos.
Este livro não me surpreendeu muito, e sinceramente esperava mais da trama de Anna Godbersen. Não acontece nada de muito surpreendente na história, o que foi decepcionante, já que o livro prometia ter várias reviravoltas ocasionadas pelas intrigas, interesses e escândalos envolvendo seus personagens. Entretanto, apreciei sua leitura leve e fluída com todos os detalhes da época vitoriana, e sobre os costumes encontrados na Nova York da virada do século XIX para o século XX. O nível do vocabulário em inglês é intermediário, em alguns momentos precisei traduzir no dicionário algumas palavras desconhecidas, mas achei sua leitura relativamente fácil. Não pretendo comprar o restante dos livros dessa série por enquanto, mas espero que eles sejam mais bem desenvolvidos e interessantes do que o primeiro livro. A história ficou mais agradável quando a criada Lina se uniu a Penélope em seu plano de vingança, e quando Diana se encontrava às escondidas com Henry. Eu não me simpatizei com a personagem Elizabeth, uma garota muito sem graça, totalmente desprovida de atitude e personalidade na minha sincera opinião. Quem já leu este livro deve concordar comigo de que a irmã dela Diana, é quem atrai muito mais a nossa simpatia com seu jeito rebelde e nem um pouco ingênuo de ver a vida. O final do livro traz o prólogo do segundo livro da série, Rumors (Intriga na edição em português), que já foi publicado pela Rocco recentemente. Adoro particularmente as capas dos livros da série The Luxe, mas fiquei decepcionada quando vi os valores dos livros nas livrarias daqui. Eu não consigo entender como um livro que lá fora custa o equivalente a R$15,00, chega a custar mais que o dobro na sua edição em português!