Paulo 13/02/2015
6,5/10
De todas as histórias da Tropa dos Lanternas Verdes, A Guerra dos Anéis foi sempre a que mais me chamou a atenção. Sou fascinado pela mitologia da tropa, e a ideia de uma guerra de proporções cósmicas envolvendo diferentes facções dos portadores de anéis chama a atenção de qualquer um. Lançado recentemente pela Panini, o arco foi dividido em dois encadernados de ótima qualidade. O primeiro, que é do qual se trata essa resenha, aborda os acontecimentos iniciais da guerra. A primeira coisa a se falar é: se você não está familiarizado com a mitologia da Tropa dos Lanternas, esta pode não ser uma história pra você. Eu mesmo, que tenho já certa base, tive dificuldade em pescar todas as referências. E esse é o primeiro ponto negativo desse encadernado: a história é cheia de referências a acontecimentos anteriores na Tropa e a personagens e elementos da da DC. Nada que vá impedir o andamento e entendimento da história, mas dificulta um pouco na imersão. O próprio Sinestro, líder da Tropa dos Lanternas Amarelos e grande antagonista da trama, tem muito pouco de sua personalidade explorada, tudo dependendo do background que você já tem dele de histórias anteriores.
O ponto positivo de Guerra dos Anéis é que a trama principal é muito interessante. O arco tem ótimos momentos, bons personagens e muita coisa acontecendo. Uma pena que a história foque muito em referências a elementos do universo DC e em pancadaria generalizada, e pouco na trama política e na personalidade dos personagens envolvidos. Acho que a frase que resumiria essa primeira parte é: pouco do potencial aproveitado. A mitologia dos Lanternas Verdes é fantástica, e a trama que é desenvolvida em A Guerra dos Anéis poderia abordar questões tão interessantes, mas o faz de forma superficial. O próprio Sinestro, que é um personagem tão complexo, aqui parece que é só um vilão genérico. A sua tropa parece mais a tropa dos Lanternas Vermelhos movidos pela raiva do que a Tropa dos Lanternas Amarelos que usa do medo pra atingir seus objetivos. Enfim, falando desse jeito parece que a história é ruim e não é isso. A Guerra dos Anéis 1 de 2 é um bom entretenimento, principalmente pra quem está familiarizado com o universo da editora. Só que o material é tão interessante, que poderia ter sido muito mais do que apenas apenas pancadaria e corre corre. Talvez se a série fosse uma mini-série, ao invés de um compilado de edições mensais, o resultado tivesse sido melhor. Mas a história teve relevância na editora, sendo a responsável por trazer de volta as atenções para o Lanterna. Ah, a arte é de autoria de três desenhistas diferentes, um deles o brasileiro Ivan Reis, mas o estilo se mantém ao longo de todas as edições. É um desenho muito bonito, adorado por muitos, apesar de não ser o tipo de arte que me enche os olhos.