Thiago 05/11/2023
Decepção do início ao fim
É até difícil começar a resenhar este livro, pois não sei por qual aspecto iniciar. Vou tentar dividir em três partes: preâmbulo, apresentação/notas de rodapé e livro em si.
Adquiri o livro antes de conhecer algo sobre ele pela beleza da edição da Panda Books (é uma coleção, inclusive) e, qual não foi minha surpresa ao ver Ayn Rand dizendo que o considerava um romance perfeito n'O Manifesto Romântico. Essa afirmação me motivou a lê-lo em seguida, cheio de sofreguidão.
Fiquei mais que assustado ao iniciar a apresentação e me deparar não com um pouco de descontração, mas com uma forçação de barra absurda. A responsável pela apresentação e notas de rodapé parece estar conversando com algum pateta ou usando as técnicas mais espalhafatosas de comediantes stand up, o que causa um sentimento péssimo no leitor. Ela chega ao ponto de passar um parágrafo comentando sobre "os pê" e "os pu" querendo dizer "peregrinos" e "puritanos". É bizarro. E as notas rodapé durante o livro são tão ruins quanto, é praticamente insuportável.
O livro propriamente dito não é muito melhor. A introdução do autor toma quase um sexto da obra e é um pouco arrastada, com um grande conteúdo autobiográfico. O início da trama é muito cativante, os personagens e a situação da adúltera são escritos de forma a envolverem o leitor, que se coloca naquele ambiente de preconceito, moralismo e rigidez. No entanto, acabei tendo um spoiler e o mistério não foi realmente misterioso, o que causou uma sensação esquisita. Se a ideia era expor logo a resposta para que não fosse um livro de detetive, por que não fazer isso no início - em vez de após a metade - para explorar melhor? Do jeito que foi conduzido, não ficou nem lá, nem cá. O fato dos temas serem bons e atemporais não mitiga as frustrações da condução da obra.
Infelizmente, uma experiência decepcionante...