Ofício da Palavra

Ofício da Palavra José Eduardo Gonçalves...




Resenhas - Ofício da Palavra


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Tai 10/06/2015

"Ofício da Palavra" segundo Esquete Oito
Ofício da Palavra foi um acidente intencional. Era tudo o que eu esperava e não sabia. Procurava por um livro que dialogasse sobre a escrita, e encontrei muito mais do que depoimentos, mas histórias que depõe por si. Ofício me ensinou que a palavra nunca é a mesma, e que não há nenhum conselho mor para quem busca alcançá-la. Nós fazemos nossas palavras, de modo que, ironicamente, nossas histórias se tornam nossas histórias.

Dessa imensa oportunidade, conheci diversos escritores dos quais não fazia sequer menção. Cito orgulhosamente Ignácio de Loyola Brandão. O fato de poder citá-lo, mesmo em meu papel de leiga, é um privilégio. Pelo contrário, jamais o teria descoberto. E foi assim que ao longo e curto das páginas, fui desvendando a outros que, a partir de suas próprias histórias e de suas perspectivas pessoais acerca do ofício de escritor, exprimiram personalidade. De leitura compassada à leitura corrida, o livro se torna uma experiência dinâmica e inspiradora.

Cercados de marcações, os capítulos carregam mais cor que os post it's que sinalizam meus picos de emoção. Seria uma tarefa impossível, por exemplo, discorrer aqui as razões concretas pelas quais Ignácio foi minha descoberta preferida. Resta a alternativa de resumir meu sentimento no retrato que estampa seu olhar, e na referência ao lado: o caçador de histórias. Mas Ignácio não vai embora. Ignácio fica, como fica Ferreira Gullar e a invenção da vida, o militante da imaginação Bernado Carvalho e as "flores azuis" de Carola Saavedra.

Não há dúvida de que esse livro tenha se tornado minha indicação particular para aqueles que alimentam um interesse especial pela escrita, ou pela literatura brasileira. Ofício da Palavra é um misto de prefácio e epílogo de tudo que já lemos e um dia nos permitiremos escrever. Pois " [...] a literatura é uma vingança, uma vingança entre aspas. Escrevemos por vingança contra as condições de vida que nos cercam, contra a situação do mundo, contra as rejeições que estão dentro de nós, contra as frustrações, as desilusões, os conflitos interiores, contra tudo isso que pode nos amargar ou enlouquecer". E é assim que em meio a depredação da literatura, Ofício se faz a grande vingança.

site: esqueteoito.blogspot.com
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Fabi 20/03/2024

É excelente!
Comprei esta coletânea no Museu de Nossa Senhora Sant'Ana, em Tiradentes. Ele estava lá, no meio de outros livros de arte e chamou minha atenção.

Trata-se de uma coletânea de encontros de escritores ao longo de alguns anos, que foi compilado para formar esta obra.

Os autores são maravilhosos, os tópicos conversados são primorosos, principalmente saber como tudo começou e o que eles acham do que é literatura.

É um deleite descobrir como cada gênio daquele começou, como funciona cada processo de criação, e até a opinião sobre mercado literário.

Enfim. Se existirem outros volumes, eu quero.
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