As Fundações do Pensamento Político Moderno

As Fundações do Pensamento Político Moderno Quentin Skinner




Resenhas - Fundações do Pensamento Político Moderno


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Filino 16/01/2020

Livro de referência para a filosofia e a ciência política
Quando falamos de "pensamento político moderno", impossível não vir à mente do estudante desse tema os nomes de Maquiavel, Locke, Hobbes... entretanto, além dessas figuras, houve autores e obras imprescindíveis, que lançaram raízes e até anteciparam reflexões de outros autores que, poderíamos acreditar, seriam "originais". Eis aí o valor dessa obra.

Quentin Skinner põe as coisas em seus devidos lugares. Essa é uma obra que não merece apenas ser lida, mas frequentemente consultada, servindo como material de apoio para qualquer estudioso de filosofia política ou de ciência política. Sob os olhos do leitor desfilam nomes como Bartolo de Saxoferrato, Ockham, Guicciardini, Marsílio de Pádua, Suárez, Jean Gerson, Lutero, Calvino, Melanchthon, Zwinglio, Bodin, Mornay, Beza, Buchanan, Guillaume Budé, Juan de Mariana... e por aí vai. A lista é grande. E as obras citadas e analisadas, desses e de tantos outros autores, também.

Mas esse enorme manancial de autores e obras tratados no livro não tornam a leitura penosa ou enfadonha. Pelo contrário: a prosa de Skinner é extremamente agradável e didática, expondo diversos pensadores e as nuances de seus pensamentos de modo magistral. Skinner relaciona as obras e os autores aos contextos políticos respectivos: desde os embates em terras italianas (Florença, Pádua), ainda no período do Renascimento e um pouco antes, até as sangrentas lutas entre católicos e protestantes, sobretudo na França da segunda metade do XVI. O palco em que isso tudo se desenrolou traz ao espectador (leitor) o nascimento da noção de soberania, do constitucionalismo, do direito de resistência, do conceito moderno de Estado.

A tradução foi realizada, em parte, por Renato Janine Ribeiro, a quem coube ainda a "indicação editorial" da obra, como assinalado curiosamente no livro. Ao professor Renato também são creditadas diversas notas esclarecedoras acerca do emprego de determinados vocábulos, bem como de alguns aspectos da cultura e da política - sobretudo inglesa, idioma original do livro (o professor Quentin Skinner é inglês).

É um livro incontornável, simplesmente. Uma verdadeira obra-prima.
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