Alicia147 23/02/2023
Um livrinho curto e aparentemente bobo e infantil que tem muitas camadas e te faz pensar em muitas coisas.
Fiz a leitura e fiquei pensando sobre até que ponto devemos nos adaptar a realidade que temos e mudarmos em decorrência de não nos encaixarmos a alguém ou as coisas da forma como elas são.
Achei sensacional abordar a questão de se adaptar, porém temos que pensar que isso pode fazer com que você perca (em partes) a sua essência. Apesar de nossa vida ser um ciclo infinito de amadurecimentos, mudanças e adaptações, algumas coisas são imutáveis, tais como: minha altura ou uma mancha que eu tenha no meu corpo, ou ainda o fato de eu poder ser intolerante a lactose ou alérgica a algum medicamento específico. Por exemplo: eu querer ser mais alta ou mais baixa, posso desejar, querer muito... mas por mais que eu tente não vou conseguir alterar isso em mim.
Penso na questão de aceitar os limites também. Claro que precisamos nos adaptar, mas a que custo? E até que ponto eu não posso aceitar certas condições intrínsecas a minha existência e está tudo bem em relação a isso?
Achei sensacional também não forçar se encaixar em um mundo que não lhe cabe, porém fiquei pensativa sobre até que ponto, porque em alguns ambientes a gente precisa aprender e evoluir. É um processo natural e no final das contas é o que o livro nos traz ao final. A parte que falta não se encaixa, fica triste por não achar seu todo, mas acaba se virando e mudando para ser autossuficiente.
Ou seja, no final ela deixa de ser o que era essencialmente, e passa a ser algo que não era. Gostei disso, mas ao mesmo tempo penso que ela acabou se forçando a se adaptar e o mundo nos obriga a isso, então as coisas nos afetam e essencialmente deixamos de ser nos mesmos porque somos a imposição de um mundo sem identidade.
Achei triste e bom ao mesmo tempo, e queria conversar com alguém sobre isso.