Teca Fernandes 22/08/2023Sobre sanidades, utopias e ilusõesRealidade imaginada não é o mesmo que mentira, ao contrário, esse conceito reflete-se em algo que todo mundo acredita e compartilha de forma insistente, exercendo extrema influência de abrangência global. Ao pé da letra: se obrigar a ser o que desejam que sejamos.
Alice, personagem central dessa epopeia, é uma professora aposentada, que mantinha uma vida pacata em João Pessoa até ser obrigada pela filha a deixar tudo para trás e se mudar para Porto Alegre. Mas uma reviravolta familiar a deixa abandonada à própria sorte, numa cidade que lhe é estranha, e impossibilitada de voltar ao antigo lar.
E é aí que renasce uma nova mulher, uma nova vida, com novos rumos, novos personagens e emoções. Alice compartilha tudo através de um diário, e a busca que de imediato era por um alguém, torna-se por ela própria. E passamos a enxergar os invisiveis do nosso cotidiano: pessoas idosas, pessoas em situação de rua, pessoas sobreviventes, pessoas ...
Já havia mergulhado nas palavras da Maria Valéria Rezende, fiquei completamente encantada com o "O Voo da Guará Vermelha". A escritora têm o privilégio de nos fazer voar, mas com os pés no chão. É sanidade e utopia. É dor com esperança e poesia.
Alice me abriu os olhos. O coração. A mente. A realidade imaginada que insistimos em viver é insensata, maluca. Que a gente saiba dar nomes aos bois: doido é doido mesmo? Isso que falam que é amor, é amor mesmo? Os invisíveis das ruas são vagabundos? E você, quem é?
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