Clio0 04/01/2023
Essa prequela da trilogia (agora, tetralogia) Bartimaeus introduz o tema religioso do qual Stroud procurou se esquivar habilmente nos volumes anteriores.
Aqui, Salomão é apresentado como um mago em posso de um anel capaz de convocar um poderoso espiríto capaz de sobrepujar todos os outros existentes no plano terreno. Misturando figuras religiosas e imaginárias, Salomão revela os dois lados mais básicos de sua apresentação: um tirano conquistador e um mártir religioso.
Obviamente, como quase todo o livro é contado pelo ponto de vista do djinn, tudo é composto de ceticismo e sarcasmo. A parte em que Bartimaeus descorre sobre a natureza da escravidão é um tapa na cara cívico de qualquer adolescente que se disponha a lê-la... como a obra foi escrita na mesma época em que adolescentes estadunidenses e ingleses se uniam ao EI, fica-se com a pulga atrás da orelha.
Uma mancada do autor foi no excesso de termos que leitores não acostumados ao mundo de D&D podem vir a ter dificuldade de interpretar. Nos outros volumes, podia-se intuir o que eram pela descrição de seus efeitos.
Enfim, é um livro divertido e bem escrito, mas podia ser melhor.