Meridiano Sangrento

Meridiano Sangrento Cormac McCarthy




Resenhas - Meridiano de Sangue


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Morden Leavin 24/05/2024

A Loucura de um Mundo sem Lei
A sensação que tive foi alucinógena o livro inteiro. Mesmo o livro tendo um ritmo lento me senti preso e com o coração pulsando violentamente como se estivesse assistindo a um filme de ação, as cenas grotescas e a violência animalesca me fizeram temer o cenário do livro que apesar de ser real, soava para mim como uma camada do inferno ainda não nomeada e cuja a qual apenas os mais crueis e inescrupulosos dos homens teriam coragem de explorar.

O turbilhão de emoções que senti através dessas páginas me fez experimentar a confusão ao passo que não conseguia me decidir se o protagonista era bom ou mal ou se os antagonistas podiam sequer se julgados por seus atos.

O Juiz Holden é provavelmente uma das figuras mais amedrontadoras que já tive o prazer de acompanhar, seu humor sádico e sua implacabilidade diante dos mais brutais e repugnantes atos passaram a mim uma sensação de distância do personagem desde o começo, como se desde sua primeira aparição eu pudesse sentir a falta de humanidade de tal criatura. De fato um dos livros mais estranhos que já tive o prazer de ler
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Luiz.Machado 22/05/2024

Um épico americano, trazendo do início ao fim a violência pela violência, demonstrando que na grande maioria das vezes como o homem é corrompido pela sociedade da qual faz parte.
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hanul_ 10/05/2024

"Eu vou matar um 🤬 #$%!& se eu não achar as minhas botas"

Meridiano de Sangue foi meu primeiro contato com a escrita e literatura do Cormac Mccarthy e, assim como todos que viraram e são até hoje meus autores favoritos, eu quero ler outras de suas obras desde o primeiro parágrafo que li deste livro.
Quando comecei a escrever essas palavras eu nem havia terminado a leitura ainda, mas eu sabia que para tecer um comentário decente (e eu queria muito fazê-lo), eu não poderia esperar o livro acabar pra acabar pois, desde que ingressei nos úlitmos capitulos, sabia que algo terrivelmente grandioso estava para acontecer.

Bem, eu sou uma grande fã de faroeste, não tenho o direito de mentir. Não apenas do western estadunidense, mas de tudo o que circula esse gênero - como alguns filmes do Glauber Rocha. Então, eu achei recomendações desse livro, justamente enquanto buscava por títulos com essa temática e, como a fã de carteirinha que sou, desde a sinopse a leitura já me parecia promissora. O fato é, eu tinha grandes expectativas com essa leitura e todas elas, não apenas foram alcançadas, como superadas, inclusive, acho agora que eu estava é esperando muito pouco do que Mccarthy conseguia fazer com ás palavras.

Eu estou, pessoalmente, em uma época complicada da vida, tendando dar conta de trabalho e faculdade e todo o universo de coisas que se incluem nessas duas, isso, juntamente com o fato da escrita do autor em si (que falarei mais a adiante) tornaram essa uma leitura longa. Eu não me lembro de ter demorado tanto tempo para ler um livro, os Irmãos Karámazov, por exemplo, li em pouco menos de um mês e com uma rotina mais ou menos no mesmo ritmo.

Porém, toda essa dificuldade se deu ao fato de que (e eu acho que é importante falar disso primeiro): Meridiano de Sangue é uma das leituras mais brutais que eu já tive e, honestamente, pensar que algo possa ultrapassar isso aqui eu considaria preocupante. Vou dizer que, no que diz respeito aos livros, eu realmente nunca tive muitas leituras violentas e sanguinárias, mas esse tipo de coisa nunca me incomodou no geral, pelo contrário, eu sou uma fã terrivel de filmes de terror, aqueles bem toscos de fato, com um assassino perseguindo as pessoas mais burras que você já viu na Terra e matando elas de forma gráfica. Isso não me afeta. Contudo, em todo (todo mesmo) capítulo deste livro, eu precisa parar, respirar, fechar um pouco as páginas, olhar em volta... sair daquela cena, daquele momento, perceber novamente que eu estava sentada, lendo, e não no meio do oeste americano vivenciando aquelas brutalidades ao vivo e a cores.
Veja, ninguém escapa impune daqui e você, enquanto leitor, acompanha por cerca de 350 páginas ás pessoas cometendo todo tipo de barbaridade contra todos. Animais, crianças, idosos, bebês... todo mundo. E você se pergunta "por que isso?" e a resposta é "a troco de nada mesmo". O mundo é cruel, acostume-se com isso.

Mas entenda, não é apenas a questão das cenas "gráficas". Se o livro fosse um amontoado de "e fulano perdeu a cabeça", "arrancaram a perna dele fora" isso não me incomodaria. A questão é que, a escrita do Mccarthy te guia por essa violência tão brutal, tão sanguinolenta e tão cínica, como se você estivesse ali, vendo tudo aquilo na sua frente. Os parágrafos são uma mescla atroz de todo tipo de horror que um ser humano pode provocar a outrem e, a cada linha que você lê, fica pior, o estômago revira mais e o desconforto aumenta.
Isso, desconforto. Que leitura desconfortável. Os Santos estão no céu e aqui, na melhor das hipóteses, você tem aquele que é menos violento, se der sorte, ele é "apenas" omisso.
Existem aqui, passagens que eu quase senti no meu nariz o cheiro de sangue e o cheiro de pólvora. Tudo é tão imersivo, tudo é tão real, tudo é tão concreto que parece um sonho febril maluco, como se cuidado! O próximo a tomar um tiro nessa confusão vai ser você.

Só que, acho que o pior mesmo é essa brutalidade cínica e nilista que Meridiano de Sangue não tem vergonha nenhuma de esconder. Pode ser durante ou depois, mas após uma cena sanguinária, Mccarthy não tem medo de nenhum de jogar sal na nossa ferida e gritar que aquilo tudo é só outro momento do dia. Aquilo é o oeste americano, você esperava o que? É como se o pior fosse, após tantas atrocidades, perceber que, no fundo, a terra daqueles desertos vai cobrir o sangue, que os ventos vão levar as cinzas das casas, que os animais vão brigar com os vermes pelos restos que sobraram e que, algum dia, os ossos desconhecidos serão avistados por viajantes desavisados ou até piores do que aqueles que ali pereceram. É como se fosse um ciclo eterno de brutalidade. Veja, em uma das passagens do livro, um dos homens, literalmente, joga fogo em outro. Qual o motivo daquilo? Qual a razão? Bem, ele queria. O mundo é violento, logo, ás pessoas são também. É febril ver como as personagens lidam com tanto sangue derramado, com tanta profanação... como se fosse normal. São inumeras cenas que os viajantes se deparam no oeste, desde os restos mortais de humanos e animais, até ás cenas mais bizarras, como se fossem retiradas diretamente de algum filme de terror que envolve seitas e rituais diabólicos. Talvez, se envolvesse seitas e rituais, fosse mais aceitavel, pois ai, ao menos, haveria alguma razão por trás disso e não apenas a sanguinolência. E, entenda, não estamos acompanhando as vitimas, estamos cavalgando junto dos agressores, as maiores brutalidades aqui lidas, são perpetradas pelo grupo protagonista da história. Para eles é normal... eles apenas seguem.

Mas afinal, se tudo é tão terrivel e horroso por que alguem leria isso? "tem certerza que você gostou dessa história?", eu posso dizer que esse, sem dúvida, é um dos meus livros favoritos, contudo, não posso mentir e dizer que seja uma leitura fácil, que todos vão aproveitar. Eu entendo que, talvez, certas pessoas jamais leiam esse livro por problemas reais em lidar com a violência. Porém, novamente, ser uma leitura desconfortavel, não a torna ruim, muito pelo contrário, certos tipos de provocação feitos pelo autor e seus personagens, só provocam o impacto que tem (de te fazer pensar neles por horas a fio) graças a esse incomodo.

Além do mais, eu preciso dizer que, é possivel sim sentir simpatia pelo nosso protagonista de fato. O menino não tem nome (e ele não é um menino de verdade, ele tem 19 anos) mas, sempre é referido como "o menino".Ele é uma pecinha muito pequena nessa engrenagem de crueldade e, para o nosso próprio bem estar, ele parece ser uma das únicas 3 pessoas dessa histórica que não vão matar alguem por causa de um olhar torto na rua. Arrumar briga e trocar socos? Com certeza! Mas matar não.
Ainda que no fundo, uma morte a mais ou menos, honestamente, não faz diferença.

E, me deixe ser justa, se a escrita de Mccarthy é boa pro horror e sanguinolência, também é boa para fazer o leitor embarcar nessa viagem quase psicodélica de maneira magistral. Enquanto o grupo de viajantes caminha pelo deserto, pelas noites geladas, existem passagens da descrição árida que são tão, mais tão bonitas, que quase nos fazem crer que aquele mundo não é tão cruel quanto parece. Não bastasse tal maestria na condução das palavras, não raramente, a poesia e a brutalidade se misturam e se confundem na descrição dos lugares e dos acontecimentos, causando ao leitor uma sensação tão pura de estar em um mundo tão real, que parece fantasioso.

A noção de realidade, imaginação, real e sobrenatural, divino e profano estão constantemente misturadas entre o sangue e a sujeira do oeste nesse meridiano brutal.
A crueldade do mundo é tanta, que todo e qualquer ato que não seja fundado em vontades perversas de crueldade é digno de glória, mas também de pesares, pois, no imenso deserto fo oeste quem se permite reservar um pedaço da alma para ter piedade dos outros, quase sempre encontra um destino tão cruel quanto os sanguinolentos.

Em linhas gerais eu digo que, o ls últimos capítulos desse livro são o seu apogeu no meu humilde ponto de vista. A tensão construída ao longo de toda a narrativa encontra-se borbulhante no final, como um animal selvagem indomável que pode, a cada linha, ter uma atitude cruel e impensada, resultando em finais tão trágicos quanto pode conceber a humilde mente humana.
Destaco o final do capítulo 23. Não é uma cena de violência, é algo tão genuino que me fez querer chorar.
Que livro cruel!

Enfim
Para aqueles que, assim como eu, vão testar o limite do próprio estômago e se aventurar por esse cenário infernal. Desejo-lhes boa sorte! É uma viagem só de ida, a um destino incerto e cujas marcas retumbarão em nossas almas, talvez, para sempre.

"Ele diz que ele nunca dorme. Ele está dançando. Ele diz que nunca morrerá"
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Lucas.Wijk 24/04/2024

Uma leitura difícil
Vou direto ao ponto: eu não gostei de Meridiano de Sangue. Mas gostei.

A escrita de Cormac McCarthy é confusa, estranha, ambígua, com longos trechos descritivos com excesso de adjetivos que eu nem sabia que existiam, tudo isso quase sem nenhuma pontuação. A história parece não existir, é apenas um amontoado de eventos carregados de andanças e mortes. Quando cheguei na metade do livro, fiquei alguns meses sem tocá-lo. Não tinha vontade de retomar a leitura e quase o abandonei. Foi só na última semana que resolvi dar mais uma chance e acabei devorando até o final.

Mesmo terminando com um certo desgosto, foi uma leitura que me impactou de diversas formas, inclusive com a ousadia da narrativa. McCarthy faz o que quer com o seu texto, e isso me abriu um leque de inspirações, somado à recente leitura de contos da Lygia Fagundes Telles, no qual eu percebi que o escritor não precisa se ater às convenções da escrita.

Não sou uma pessoa sensível à violência. Pelo contrário, gosto de obras viscerais, tanto no cinema, quanto na literatura, videogames ou quadrinhos. Ainda assim, Meridiano de Sangue conseguiu me impressionar. Vou carregar algumas cenas na memória por um bom tempo, e parte disso se deve a essa narrativa peculiar do autor.

No final das contas, fico feliz por não ter desistido. É um livro muito único, acho que nunca li nada parecido antes. Chegar ao final da jornada pelo inferno foi recompensador (para mim, não para os personagens). As melhores cenas e diálogos estão na sua segunda metade. Mesmo não tendo gostado do livro como um todo, não posso deixar de recomendá-lo.

"A verdade sobre o mundo, disse, é que tudo é possível. Não o houvessem visto todos vocês desde o nascimento e desse modo o dessecado de toda a sua estranheza ele se lhes revelaria tal como é, um truque com cartola num espetáculo mambembe, um sonho febril, um transe superpovoado de quimeras sem análogo nem precedentes, um parque de diversões itinerante, uma feira ambulante cujo destino último após incontáveis tendas erguidas em incontáveis terrenos barrentos é inexprimível e calamitoso além de todo entendimento.
O universo não é coisa que conheça alguma restrição e a ordem que nele reina não é compelida por qualquer latitude em sua concepção a repetir o que quer que exista em uma parte em qualquer outra dada parte. Mesmo neste mundo mais coisas existem sem nosso conhecimento do que com ele e a ordem que vocês enxergam na criação é a que vocês mesmos puseram bem ali, como um fio em um labirinto, de modo a não se perder do caminho. Pois a existência tem sua própria ordem e esta nenhuma mente humana pode abarcar, sendo a própria mente apenas mais um fato entre outros."

Para finalizar, acho que um trecho de um dos últimos monólogos de Holden consegue resumir muito bem a minha impressão de Meridiano de Sangue:

"Em qualquer acontecimento a história de todos não é a história de cada um nem tampouco a soma dessas histórias e ninguém aqui no final pode entender o motivo de sua presença pois ninguém tem como saber nem mesmo no que o acontecimento consiste. Na verdade, se a pessoa soubesse é bem provável que se ausentasse e como você pode ver isso não pode ser parte do plano se é que algum plano há."
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Tomás Lahoz 19/04/2024

Um pouco sobre Meridiano de Sangue
?Encheu o copo. Beba, disse. O mundo continua a girar. Temos dança todas as noites e esta não é exceção. O caminho direto e o tortuoso são um só e agora que você está aqui de valem que os anos decorridos desde a última ocasião em que nos encontramos? As lembranças do homem são incertas e o passado que ocorreu difere pouco do passado que não"

Com toda certeza esse é o livro mais violento e gráfico que já li. A representação da brutalidade e a personificação do mau na figura do Juiz expõe de forma clara as monstruosidades exercidas pelos americanos brancos durante o "Velho oeste".
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skuser02844 16/04/2024

Violencia, brutalidade e filosofia.
Então, complicado né? (Risos)

O livro aborda a jornada de alguns cavalheiros com pouca higiene e muita sede de sangue em busca de indios para escalpelar atrás de fortuna e mais confusão.

Vou confessar que o ritmo do livro e a sua narrativa me pareceu muito confusa e perdida. Acabei me sentindo um chipanze durante a leitura, porém só escutei pessoas falando bem do livro e quando li, apenas tive a sensação de ser um inapto, e por causa disso, voltarei ao processo de alfabetização.

Sobre o livro, é sangue, morte, assasinato, massacre, olho saltando de cabeça, indio perdendo a cabeça, genocidio e algumas mensagens metaforicas.

Duas observações:

O livro tem tanta violencia, que o Datena certamente faria muito sucesso nessa sertão com o seu programa televisivo.

A quantidade de sangue derramado nesse slivro poderia no minímo abastecer umas 10 cidades com defassagem de doação de sangue.

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Conclusão: Eu achei que a pior que coisa que poderia acontecer com um indio era ser interpretado na escolinha do professor raimundo ou ser degustado pelo Bolsonaro por causa de curiosidade, depois desse livro vejo que existe coisas bem piores piores
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Ayrton 15/04/2024

Uma odisseia no próprio inferno
Queria muito dar mais estrelas, mas a narração sem indicadores de diálogos e extensas descrições sem pontuações me deixaram meio perdido diversas vezes.

A história em si é recheada das mais diversas formas de violência e no decorrer dos capítulos, vamos vendo situações cada vez mais brutais.

Gostei da forma como os personagens se desenvolveram e de todo esse paralelo entre o Kid e o Juíz.

Vejo o Juíz sendo construído como uma representação do próprio mal, suas falas são sempre filosóficas e nos faz refletir sobre sua visão de mundo. Ele é muito inteligente e sabe fazer diversas coisas, além de ser uma figura deveras exótica.

O final me deixou bem pensativo e perplexo. É uma ótima leitura, mas infelizmente não é para todos.
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Miguel Freire 08/04/2024

Um belíssimo retrato do inferno
Meridiano de Sangue, escrito por Cormac McCarthy e publicado em 1985, é um dos maiores clássicos da literatura norte-americana, muitos chegando até a classificá-lo como “O Grande Romance Americano”. A história é baseada em fatos reais e se passa na fronteira dos Estados Unidos com o México, acompanhando a gangue de escalpeladores liderada por John Joel Glanton e o juiz Holden, mercenários contratados por governadores locais para assassinar e escalpelar índios.
Minha expectativa com o livro era que ele fosse apenas um western, como um filme do Clint Eastwood, só que mais bem feito e profundo. Porém, fiquei chocado com o quanto ele é diferente de todas as referências de faroeste que eu tinha; é muito mais violento, sanguinário, surrealista e complexo. Por isso, depois de uma breve pesquisada, vi que ele se encaixa mais no sub-gênero do anti-western, que incorpora uma visão mais realista do “Velho Oeste” e não mostra uma linha tão clara entre o bem e o mal como no faroeste tradicional.
Eu descrevi Meridiano de Sangue como “violento”. Bom, acontece que “violento” ainda é pouco. Sádico e sanguinário são adjetivos que se aproximam um pouco mais da verdade. Glanton e seus assassinos são assim: não apenas os índios, mas qualquer um que lhes dê na telha sofrem de seu profundo prazer sádico. Os índios, que eram pra ser as vítimas, são selvagens providos de uma crueldade ensandecida, animalesca. Ninguém escapa desta rede onipresente de sangue, nem mulheres e crianças. E pra completar todo esse horror temos a natureza do Oeste americano, cruel e hostil: desertos sem fim, calores e frios extremos, tempestades, privações de todo tipo, enfim, um verdadeiro inferno de pedra e areia.
Inclusive, a natureza possui uma importância enorme no livro do McCarthy. Entre os trechos memoráveis do livro (que não são poucos), se destacam as belíssimas descrições das paisagens. É surpreendente como ele consegue transformar lugares áridos e inamistosos em visões surrealistas de uma beleza terrível – falando em surrealismo, muitas eu sentia como se a história se passasse em um quadro do Salvador Dalí). E, mais do que um simples elemento de pano de fundo para os personagens, a natureza, aqui, é um personagem. O embate entre o homem e a Criação é um dos temas principais do livro, na minha opinião. A “guerra” – lembrando da famosa frase do juiz, “A guerra é deus” – não ocorre somente entre mexicanos, apaches e americanos, mas também com a força implacável do deserto e da montanha. E todo esse refinamento descritivo que o autor tem com a natureza faz com que ela pareça mais viva do que os personagens humanos, que no livro todo parecem sem expressão, sem sentimentos de qualquer tipo, como se o tempo todo estivéssemos vendo eles de costas ou de longe.
O estilo de escrita do McCarthy, com poucas orações subordinadas e o uso quase nulo de vírgulas, resultando ou em períodos curtos ou em parágrafos lotados da conjunção aditiva “e”, os quais se você tentar ler em voz alta, vai acabar acabar perdendo o fôlego antes de chegar ao ponto final, dão um ar mais brutal ao texto, mesmo que não tire sua profundidade.
Enfim, em uma simples resenha é impossível falar tudo o que eu gostaria sobre essa obra que realmente me impactou de maneira profunda. Um épico apocalíptico, uma aventura no inferno, uma obra que aborda tantos temas e tantos personagens interessantes merecia páginas e páginas de texto. Mas espero aqui ter passado uma boa ideia geral sobre esse primor literário.
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Gabriel680 27/03/2024

Em um universo que apenas guerra é Deus.
Esse conto do romance no meio do faroeste, vale cada centavo que você consegue ao ler ele. Um mundo onde leis e homens são totalmente opostos, não existem heróis apenas vilões e o Juíz.
Acompanhamos o Kid, um adolescente e criança sem nome, ele não sabe e ler e desde que nasceu está no meio da violência, acompanhamos durante a guerra que os Estados Unidos está com mexicanos e indígenas. Nessa epopéia vemos soldados, mercenários e o maior vilão da obra se assim pode se dizer, o Juíz Holden, um ser nilista e pragmático, ele é um homem estudado, mas consegue ser o mais víl e sádico dos homens.
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Tiago.Guedes 12/03/2024

Oeste brutal
Meridiano de Sangue, de Cormac McCarthy, me consumiu desde a primeira página. A narrativa brutal e poética me transportou para um Oeste americano árido e cruel, onde a violência impera e a vida humana tem pouco valor.
Acompanhei a jornada do "Kid", um jovem sem nome e sem passado, que se junta a um bando de caçadores de escalpos liderados pelo implacável John Joel Glanton. Através de descrições vívidas e precisas, McCarthy me colocou no meio da ação, testemunhando os massacres, as torturas e a depravação que marcaram a expansão dos Estados Unidos para o oeste.
O livro é um retrato perturbador da natureza humana, mostrando como a ganância, o ódio e a bestialidade podem tomar conta de indivíduos em situações extremas. O Juiz Holden, um personagem enigmático e sádico, representa a face mais obscura da humanidade, um ser sem alma que personifica a violência gratuita e o niilismo.
Ao mesmo tempo que me repugnava, Meridiano de Sangue me fascinava. A escrita de McCarthy é hipnotizante, com frases curtas e precisas que criam um ritmo implacável, como o galope de um cavalo em fuga. A linguagem poética contrasta com a brutalidade da história, criando um efeito perturbador e memorável.
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JoAo366 10/03/2024

"Meridiano de Sangue", de Cormac McCarthy, mergulha na brutalidade que moldou os Estados Unidos. A violência é a protagonista, entrelaçando destinos e revelando um deserto metafórico onde se oculta a gênese dos valores americanos. McCarthy desvenda a selvageria subjacente à construção da nação, destacando a narrativa visceral que ecoa como um eco sangrento através das páginas, revelando as entranhas de um passado que moldou o presente. Uma leitura impactante e necessária, onde cada gota de sangue conta a história profunda e complexa dos Estados Unidos.
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arthur966 07/03/2024

Esse deserto no qual tantos foram subjugados é vasto e exige grandeza de coração mas também é no fim das contas vazio. é impiedoso, é estéril. sua verdadeira natureza é pedra. encheu o copo. beba, disse. o mundo continua a girar. temos a dança todas as noites e esta não é exceção. o caminho direto e o tortuoso são um só e agora que você está aqui de que valem os anos decorridos desde a última ocasião em que nos encontramos? as lembranças do homem são incertas e o passado que ocorreu difere pouco do passado que não.
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Deghety 04/03/2024

Meridiano de Sangue
Sem sombras de dúvida esse é o livro mais brutal que eu já li.
O livro conta a história de uma companhia de mercenários cruzando o oeste americano e causando um estrago por onde passam. Os inimigos principais são os índios, que também não ficam atrás quanto a crueldade.
Apesar de parecer o personagem Kid, um jovem sem eira e nem beira, ser o protagonista, quem rouba a cena são os personagens Glanton e o Juiz.
Glanton se destaca pela violência a qual conduz tudo em que se envolve. Já o Juiz, além disso, dá um ar filosófico e místico em suas encenações.
O mais impressionante nisto tudo, ademais ao impacto que a violência contida aqui desperta, é a narrativa cenográfica que mescla aspectos geográficos com aspectos poéticos.
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Nicole 03/03/2024

Forte e difícil
Levei quase um mês pra ler esse livro porque acredito muito que não deve ser lido com pressa e de qualquer jeito (e ainda assim acho que não tive a atenção que deveria ter por estar correndo com coisas cotidianas) por ser uma experiência literária muito diferente do comum, que me fez ter a impressão de que eu estava vendo um desses filmes bizarros de "horror social" que lançam hoje em dia. Não é algo que você esquece. Se você lê e dois anos depois ouve o título do livro, você vai lembrar.

Eu posso resumir de maneira simplista dizendo que o livro é basicamente violência e paisagens hostis kkkk em questão do que acontece no decorrer da história é basicamente isso, e é a única impressão que você vai ter se não se der o trabalho de ler meio que as entrelinhas. Ficam mais claras as reflexões que ele traz nas partes em que o juíz conversa com os outros homens, que não são muitas.

E que personagem interessante é esse juíz. Fazendo uma associação com os cenários e o modo como o autor descrevia tudo, ele provavelmente é uma espécie de diabo exercendo sua influência num inferno. Dá pra perceber que ele é como uma representação do mal, que naquele ambiente inóspito em que os homens sofrem com as injúrias, as necessidades físicas e suas próprias batalhas internas, ele se sente em casa e é algo além dos outros. Adorei ler as partes em que ele começava a discursar "do nada", principalmente quando o Tobin fazia as observações sobre isso. Dentre todos aqueles homens, o Tobin parecia ser o que mais entendia a essência do que acontecia, além do kid (só que num nível mais primitivo), e o que o juíz era e fazia.

Outro aspecto interessante é a distância emocional dos personagens, o desejo de projetar coragem e dureza e nenhum deles nunca fala do que sente, nenhum nunca chora ou sorri. Eles matam com frieza como se além de assassinar outras pessoas, quisessem assassinar algo dentro deles mesmos.

Certamente não é uma leitura fácil e não é pra qualquer um; especialmente em momentos em que eu estava meio lelé da cuca com coisas da minha vida mesmo, foi difícil ler esse livro por causa da carga emocional, a tristeza que ele passa e a violência crua. Tudo é descrito sem nenhuma piedade e não é um livro para pessoas sensíveis ou que não lidam bem com angústia, mas eu diria que entendo o motivo dele ser dito um clássico indispensável. Ótimo pra se desafiar a ler coisas diferentes.
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Peter.Molina 23/02/2024

Meridiano de muito sangue
Esse livro traz um relato de um período nos EUA no final do século XIX, nas fronteiras com o México e arredores, contando o massacre indígena e a violência do velho oeste. Escrito numa linguagem um pouco rebuscada e difícil, porém com descrições poéticas, o livro tem dezenas de cenas com massacres e carnificina em detalhes. O embate do personagem Kid com o grotesco Juiz fazem as melhores partes desse livro. Pra mim não funcionou, apesar da beleza de muitas passagens um pouco mórbidas, a excessiva violência a todo instante me dificultou a conexão com a história. Um final Tb bem decepcionante.
CPF1964 23/02/2024minha estante
???????


CPF1964 23/02/2024minha estante
Que coração peludo !!!


CPF1964 23/02/2024minha estante
Este livro não é um curso para açougueiro ?


Peter.Molina 24/02/2024minha estante
Praticamente um curso de como esquartejar e escalpelar de maneira prática e eficaz Cassius.


CPF1964 24/02/2024minha estante
???


Fabio 25/02/2024minha estante
LItro e litros de sangue kkkkkkk


CPF1964 25/02/2024minha estante
????




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