O Que Me Faz Pular

O Que Me Faz Pular David Mitchell
Naoki Higashida




Resenhas - O Que Me Faz Pular


147 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Eri Guimarães 10/05/2014

A Visão de Um Mundo Incompreendido
Bonjour Anges!!

Com certeza você já ouvir falar sobre autismo. Pode não ter tido contato direto, mas acabou por conhecer alguém que conviveu com essa doença. De uma forma sucinta, autismo é um transtorno global do desenvolvimento que tem como principais características a inabilidade para interagir socialmente, a dificuldade no domínio da linguagem para comunicação e um padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Para complicar ainda mais, esse transtorno acomete em vários níveis: há aqueles que são leves e não interferem tanto na fala e na “inteligência”, e há aqueles que são tão graves que o paciente é incapaz de manter contato interpessoal e é agressivo, distante, “retardado mental”.

Por mais pesquisas que tenham na área, ainda não foi descoberta a causa para que esse transtorno aconteça. Tanto é que por muitas vezes, famílias em que nascem um filho autista, os demais irmãos nascem normais. E por não se saber a causa, também não há uma cura.

Ter um autista em casa é algo que gera grande desequilíbrio emocional para os familiares e pessoas envolvidas. Cuidar de uma pessoa autista demanda tempo, paciência, amor e força. Principalmente nos casos mais severos, onde a comunicação é inexistente.

Naoki Higashida sofre de autismo severo e escreveu esta obra quando tinha trezes anos, ele tem muita dificuldade em comunicação verbal, mas aprendeu com a ajuda de sua mãe e uma professora a soletrar palavras usando uma prancha de alfabeto. Esse método possibilitou e o ajudou em sua comunicação, e com ela pode também escrever suas poesias e contos, ele tem seu próprio blog e já ganhou diversos prêmios com seus trabalhos literários.

Quando lemos as explicações de Naoki e suas respostas um novo mundo nos é aberto. É como se essas palavras fossem a chave para um lugar inacessível. É como se houvesse uma voz trancada dentro do Naoki esperando para enfim ser libertada, para que o mundo possa ver e principalmente entender o que ele sente e o que se passa em sua mente. Imagine como seria se você não conseguisse se comunicar, não conseguisse dizer como se sente, com as pessoas intuindo através de alguns detalhes ou reações o que você quer dizer, sendo que não é aquilo que você pretende. Eu senti a força de um jovem que externamente parece não saber de nada, mas que é extremamente brilhante, sensível e observador.

Essa livro é a oportunidade de saber o que se passava na mente da criança que vive o autismo, o que ela espera de nós. Você já parou para pensar por que eles se isolam? Por que alguns fogem? Por que às vezes eles sorriem assim do nada? Ou como funciona a mente deles quando perguntamos algo que tenha que invocar uma memória? Como reagem com uma organização? Por que preferem enfileirar os brinquedos? Como eles enxergam o mundo ao seu redor? Naoki nos dá respostas para essas perguntas e muitas outras, e me surpreendi demais com suas palavras.

A sensibilidade dentro de palavras simples é algo que emociona, que chega até a alma, e algo que ele sempre repete é “não desistam de nós”, “fiquem ao nosso lado”, um apelo para tentarmos compreendê-los, pois como ele mesmo escreve no final, ao compreendermos a verdade a respeito dos autistas já será uma grande luz, um raio de esperança na vida dos mesmos, e é nisso que eles se apegam: a esperança. Não a esperança de ser normal, mas sim de serem entendidos e aceitos como são.

Além das perguntas ele nos presenteia com alguns contos seus, e sério, é a coisa mais fofa da face da Terra. Naoki tem um talento maravilhoso, lhe foi dada a chance e ele se agarrou a ela com unhas e dentes e transformou isso em um sonho: quer se tornar escritor e levar sua mensagem para todos. Hoje através de suas palavras portas estão sendo abertas, pais estão podendo entender melhor seus filhos, como o próprio David Michell coloca em sua introdução, esse livro caiu do céu e foi transformador para seu relacionamento com seu filho, pois enfim ele entenderia o que se passava dentro da cabeça do mesmo, explicando o porquê de tantas dúvidas que ele tinha e ninguém conseguia explicar. Aprendendo que o caminho para compreendê-los não é fazendo a criança autista entender a forma como você vê o mundo, ou buscando na sua forma as explicações necessárias, mas sim você aprender a ver o mundo como ela vê, e a partir dai entrar em uma sintonia e enfim entende-los de verdade.

Para mim foi um “O que me faz pular” foi um livro revelador, simplesmente um dos melhores que já li. Tocante, real, sincero, divertido também, e emocionante. Uma voz enfim toma forma, eu realmente aprendi muito, não imaginava o quão difícil para eles é a situação que enfrentam e a espera para que sejam notados e ouvidos! Através dessa obra tirei lições que levarei para a vida toda, mais do que recomendado, é uma leitura obrigatória.
comentários(0)comente



Bahcon 04/07/2014

"Quando pulo, é como se meus sentimentos rumassem em direção ao céu"
O autor desse livro, Naoki Higashida, possuía apenas treze anos quando o escreveu. Nascido em 1992 no Japão, o menino foi diagnosticado com "tendências autistas" em 1998 e desde então encanta a todos com o seu conhecimento e sua filosofia de vida. Em "O que me faz pular" encontramos tanto respostas de frequentes questões destinadas à maioria dos autistas quanto maravilhosos contos escritos exclusivamente por Naoki.

O menino possui um grau de autismo tão severo que torna a comunicação verbal quase impossível. Porém, graças à sua força de vontade e à uma insistente professora, ele aprendeu a soletrar palavras usando uma prancha de alfabeto. Sendo assim, Naoki se comunica apontando as letras desejadas e soletrando palavras que são transcritas por um ajudante. A partir dessa técnica foram escritas diversas poesias, textos de ficção e explicações sobre o comportamento de crianças com autismo.

“Através das palavras de Naoki, pela primeira vez senti como se o meu garoto estivesse falando conosco sobre o que acontece dentro de sua cabeça.” Afirma David Mitchell, pai de uma criança autista.

Questões como “Você prefere ficar só?” ou “Você tem noção de tempo?” são respondidas pelo menino de maneira filosófica e poética, esclarecendo todas as dúvidas referentes ao assunto e também nos fazendo refletir. A introdução do livro é feita pelo escritor David Mitchell, que retrata suas experiências com seu filho autista a partir de um emocionante discurso autobiográfico. O irlandês afirma que o trabalho de Naoki o ajudou profundamente a entender a mente e as atitudes do filho.

O livro é tão cativante que é possível ler em apenas uma tarde. É repleto de lindas ilustrações e encerra com um conto único e fantástico que com certeza vai emocionar muita gente.

Recomendo demais essa grande lição de vida que nos transporta para um universo totalmente desconhecido e nos permite ver o mundo a partir de uma perspectiva fascinante e inédita.

site: http://fatflyingpig.blogspot.com.br/
comentários(0)comente



Psychobooks 21/07/2014

- Enredo

Esse livro é um pouco mais complicado de destrinchar, já que a narrativa é por meio de perguntas e respostas. O objetivo do livro é apaziguar a curiosidade dos pais que têm filhos autistas não verbais e que gostariam de saber inúmeras coisas.

Naoki Higashida é autista, tem 13 anos e não fala. A comunicação com sua família é feita por meio de textos. No livro enxergaremos o mundo pelo seus olhos e algumas questões em relação ao seu comportamento - e de outras crianças autistas -, ficarão mais claras.

- Narrativa

Como falei, a narrativa é feita por meio de perguntas e respostas. Naoki é questionado sobre alguns comportamentos e explica porque age de algumas maneiras. Para pais e familiares de autistas não-verbais a experiência do garoto é realmente superinteressante e a forma como ele se expressa deixa claro tudo o que sente.

Naoki começou sua comunicação através de textos com a ajuda da mãe e de uma professora. Ele usa uma tabela onde vai direcionando as palavras até que as frases são formadas.

Na introdução do livro foi feito por David Mitchell, autor inglês que também tem um filho autista, ele explica como teve seu primeiro contato com o texto de Naoki e como isso mudou a forma que ele enxergava o autismo em seu filho.

- Falando como mãe de um autista

Tenho um filho de 18 anos autista e também não verbal. Estava superansiosa pela leitura e pensando no que podia esperar da experiência de Naoki. A forma como ele se expressa é bem diferente do que vi até hoje quando se fala em autismo.

Naoki usa muito o abstrato para descrições e tem uma consciência absurda dos seus sentimentos. O que me deixou com algumas dúvidas em relação a quanto seu texto é seu e quanto ele é lapidado por outros.
A leitura me proporcionou alguns insights na mente do Lucas. A construção do texto é didática e de fácil entendimento.

No geral, uma ótima leitura, tanto para familiares quanto para pessoas que desejem entender um pouco mais sobre o autismo.

"Mas, quando pulo, é como se meus sentimentos rumassem em direção ao céu. Na verdade, minha necessidade de ser engolido pela imensidão lá em cima é suficiente para estremecer meu coração. (...)"
Página 87


site: www.psychobooks.com.br
comentários(0)comente



Tami 24/07/2014

Resenha publicada no blog Gaveta Abandonada.

Escrever um livro com 13 anos não é uma tarefa para qualquer um. Ser autista com sérias dificuldades de comunicação verbal e escrever um livro aos 13 anos é praticamente impossível. Só por isso esse livro já deveria ser lido. Mas ele é mais.

"... sinto uma tremenda inveja de pessoas que conseguem identificar o que seu cérebro está dizendo e ter a capacidade de agir da forma adequada. Minha mente está sempre me mandando para pequenas missões, não importa se quero realizá-las ou não. E, se não obedeço, preciso enfrentar a sensação de horror que me invade. É como se eu estivesse sendo empurrado da beira de um precipício para cair num tipo de inferno." (pág. 150)

Basicamente dividido em três partes, o livro tem seu grande foco em perguntas feitas ao autor. Coisas muitas vezes que parecem simples ou banais, mas que temos dificuldade em entender ("Por que você gosta de girar?"). Além disso, temos um belo prefácio escrito por David Mitchell e pequenos contos de Naoki.

Lindamente escrito por um pai que sempre tentou entender o filho, David Mitchell tenta nos mostrar o que é ser autista e o porque desse livro ser tão importante. Ali conseguimos sentir um pouco como é ser pai ou mãe de uma criança que parece nunca entender o que é dito. E que vai permanecer assim por um bom tempo.

A maturidade com que Naoki responde pergunta a pergunta é incrível. Não creio que com 13 anos eu poderia responder dessa forma. Inclusive, pela forma das respostas, muitos leitores duvidam que sejam realmente palavras do menino - mas eu prefiro acreditar que sejam. Para uma pessoa que - supostamente, pela doença - tem dificuldade em entender o sentimentos alheios, ele dá uma lição em muita gente. Não tenho contato com pessoas autistas, apenas do que vemos em meios de comunicação e de pessoas próximas, mas lendo conseguimos perceber todos os problemas que eles "causam" e como se sentem terríveis por isso. Conseguem imaginar a dor de uma criança que sabe que está incomodando e mesmo assim não consegue fazer nada para parar porque o seu corpo e cérebro não obedecem? Eu não consigo.

Seus contos são outro caso a parte. Eles tem uma simplicidade incrível e sempre trazem grandes lições, do tipo que vemos em O pequeno príncipe. Histórias que tem uma ou duas páginas no máximo e trazem consigo uma carga emocional que poucos conseguem colocar no papel. Não é exagero dizer que um livro apenas com contos do Naoki seria um excelente presente.

"Veja bem, para nós o autismo é normal, então não temos como saber o que os outros chamam de "normal". Porém, a partir do momento em que aprendemos a nos amar, não sei bem se faz diferença termos autismo ou não." (pág. 84)

É um livro simples e que traz muito conhecimento. Um ótimo exercício de empatia e uma grande leitura, em especial para quem tenha algum conhecido com a doença. Sem dúvida recomendo. Finalizamos a leitura com a dedução mais simples possível: amor, carinho e compreensão é tudo o que qualquer pessoa precisa, independente de como ela tenha nascido.

site: http://gavetaabandonada.blogspot.com.br/2014/07/resenha-o-que-me-faz-pular.html
comentários(0)comente



Leonardo 28/09/2014

Resenha para o blog Melhores Livros
"O que me faz pular" é um livro que fala sobre o autismo, porém nada de especialistas ou psicólogos falando sobre essa condição. E sim um garoto de 13 anos que nos conta como que é ser autista.

Naoki Higashida descobriu com 6 anos que era autista, ele junto com sua mãe desenvolveu uma forma de se comunicar através de uma placa com letras, e foi assim que Naoki conseguiu escrever esse livro incrível.

O livro tem um leitura muito rápida, pois é em sua maioria dividido em várias perguntas que muita gente tem sobre o autismo, e Naoki vai respondendo cada uma delas. O interessante é que ele tenta não só falar por ele, mas sim por todas as crianças que tem autismo, levantando algumas razões de o porque algumas crianças autistas fazerem o que fazem.

Além das perguntas, o livro também conta com alguns pequenos contos que ele conhece ou até mesmo que ele escreveu.

Você pode pensar que por se tratar de um livro escrito por um garoto de 13 anos, vai ser algo totalmente bobinho ou até mal escrito, porém longe disso. Naoki consegue explicar tudo de um forma tão linda, até poética, além de usar metáforas muito inteligentes para tentar passar melhor o que ele está falando.

Não dá pra explicar como é tocante esse livro, acho que só lendo mesmo. E se você conhece alguém que sofre dessa condição, vai gostar de saber o que se passa dentro da cabeça de quem tem autismo.
Vemos que é algo totalmente diferente do que pensamos, que apesar de terem os mesmo sentimentos que nós, o corpo deles não funciona como o nosso, fazendo assim deles reféns da própria condição.


site: http://www.melhores-livros.com/2014/09/resenha-o-que-me-faz-pular-naoki-higashida.html
comentários(0)comente



Giselle 13/12/2014

Um ótimo livros sobre o autismo. Normalmente, livros sobre autismo são escritos por pesquisadores, pessoas que superaram o autismo, ou pessoas que conhecem outras pessoas com autismo. O diferencial é que esse foi escrito por um menino autista. Os capítulos são de perguntas e respostas, nem todas as respostas fazem muito sentido, mas nos dão uma noção do que se passa na mente de uma pessoa com autismo.
comentários(0)comente



Thamires 21/01/2015

O que nos faz pular ?
Naoki teve seu primeiro livro publicado quando ainda estava no ensino fundamental, mas o que diferencia ele de outros jovens escritores é que ele sofre de autismo severo, uma doença que torna para ele e as pessoas que o tem a comunicação verbal uma barreira quase intransponível.

Por fora Naoki parece com uma criança "normal" como ele costuma ouvir das pessoas de fora, tudo para diferenciar ele e sua condição das outras não autistas. A doença faz com que na maioria das vezes ele não seja compreendido da forma correta, especialmente quando ele sofre de ataques incontroláveis como movimentar-se freneticamente, sair correndo de um local sem motivo aparente ou até mesmo a repetição de tarefas e frases que não fazem sentido para quem o ouve.

O livro escrito por ele ao meu ver não busca trazer a explicação da doença -até por que muitos médicos ainda não a tem- mas ele vem tão singelamente e de um jeito delicado explicar a sua condição e esclarecer alguns por quês que muitas pessoas que convivem com autistas começaram a se fazer. O que me faz pular é feito de diversas dessas perguntas que são respondidas por Naoki que são tão claras quanto nenhum livro médico e descritivo poderia ser ao tentar falar sobre o autismo.

Já convivi com uma pessoa autista de perto e quando li o livro, vi que eles infelizmente por falta de conhecimento são incompreendidos. Sempre quis saber o por que geralmente os autistas ficavam tão isolados e calados, andavam de cabeça baixa e tinham certos mantras particulares a seguir. Não queria desvendar suas mentes, apenas interagir. E o autor trouxe luz a essas e tantas outras perguntas.

Emocionante. A cada relato um pedido de desculpas dizendo que nunca quis causar transtorno ou sofrimento para as pessoas a sua volta, toda vez que cometia um deslize mesmo sem saber. E por vezes um apelo pedindo para que as pessoas compreendam a condição dos autistas e que o tratem de maneira carinhosa mesmo quando não entendem as suas motivações. Uma pessoas como Naoki não pode ser vista como apática, tem amor em suas palavras ao mostrar tão simplesmente as lutas diárias e constantes que impõe barreiras grandes como muralhas para crianças como ele. Como dificuldade de achar as palavras certas para se expressar; para ele é um exercício que para nós seria como ter a perspicácia de achar uma bolinha preta em meio a centenas coloridas, tornando assim a comunicação inviável e quase impossível. Ou ter que correr sem uma motivação aparente pois seu corpo o "obriga" a faze-lo e em momentos como esse a sua mente não controla seus movimentos.

Um talento que para mim veio de um lugar inesperado depois de conhecer suas dificuldades. Mas em momento nenhum o jovem autor demonstra um pedido de pena e sim compaixão de quem lê o seu livro. Criativo e que me surpreendeu com o seu conto no final intitulado Estou Bem Aqui, que finaliza mostrando que através das palavras ele se mostrou (ou melhor deixou ser mostrado)um ser humano tão inspirador que muitos de nós -colocados na caixinha dos "normais"- deveríamos ser. Assim como Naoki. O que me fez pensar: o que me motiva? O QUE ME FAZ PULAR.

site: http://memoriasdeumaleitoraa.blogspot.com.br/
comentários(0)comente



Augusto Queiroz 18/05/2016

Um bom livro e um enredo necessário.
Não é pelas páginas que passam rápido, mas o estilo do autor é um estilo de pedido de socorro, que imagino necessário até certo ponto, usado por ele mesmo no tom certo. A experiência do autor demonstra que a literatura médica está cada vez mais tecnicista, por isso temos a literatura para expulsarmos nossos problemas com um pouco de emoção, sem termos que nos preocupar com a razão fria exagerada, que tiraria o brilho da oba. Fui amigo de um garoto diagnosticado com autismo na minha infância, então sei que necessidade de entender essas mentes todos nós temos. Recomendo a leitura.
comentários(0)comente



Rafa 05/07/2015

Eu achei a proposta interessante, de aprender um pouco mais sobre autismo pela voz de um autista. Além disso, vocês sabem que eu tenho um fraco por histórias de superação e a superação desse menino foi enorme.

Naoki, aos 13 anos, conseguiu, através de muito esforço, se comunicar através da escrita. Com o auxílio de sua mãe e de profissionais, eles elaboraram uma espécie de teclado, para que ele pudesse se expressar, já que seu tipo de autismo é daqueles extremamente severos para a comunicação.

O livro é estruturado através de perguntas e respostas, coisas como por que você não olha as pessoas nos olhos? Por que não gosta que lhe toquem? Por que você pula?

Ele tenta responder o que pode, mas também não age como dono da razão, ele admite que tem coisas que simplesmente são e que ele não tem as respostas, faz parte da sua personalidade. Entretanto, ele também tenta generalizar, não sei se ele tem contato com outros autistas, mas ele fala utilizando a primeira pessoa do plural, como "fazemos isso porque..."

É um livro bem singelo, mas bonito na sua simplicidade. Como eu disse, o menino teve que se superar muito para conseguir se comunicar apesar das suas dificuldades. Mesmo falando expressamente de sua condição, dá para notar que ele é um menino adolescente como os outros, com desejos e aspirações, ele almeja ser escritor "quando crescer", embora já seja.


site: http://www.arrastandoasalpargatas.com
comentários(0)comente



Symon 04/09/2015

O autismo de uma forma incrível e cativante.
O maior exemplo desse brilhantismo é O Que Me Faz Pular publicado em 2007, quando o jovem tinha apenas 15 anos. Nessa obra, Naoki responde diversas perguntas que acabam por quebrar o silêncio do autismo e nos revelar o quão equivocadas são nossas percepções sobre essa condição. Juntamente com as respostas, temos alguns textos do garoto, tudo nos ajudando a ver um pouco o mundo sob os olhos dele.

Uma coisa bastante interessante sobre O Que Me Faz Pular é a forma como foi escrito. Naoki, como qualquer autista, tem bastante dificuldade em comunicar-se oralmente. Como ele próprio explica, a mente de um autista é uma bagunça, eles não tem uma ordem nas memórias, não possuem uma noção da ordem em que as coisas aconteceram, nem mesmo controle sobre suas ações. Por isso, a maioria prefere não falar, por vergonha ou por medo de falar algo idiota, ou sem sentido para os demais.

"[...] As palavras que queremos dizer e aquelas que conseguimos dizer nem sempre coincidem. [...] Eu nunca consigo dizer o que quero de verdade. Ao contrário, palavras que não tem nada a ver com nada escapam da minha boca"

Para driblar as dificuldades de comunicação, a mãe de Naoki criou uma tábua de letras, com a qual o garoto foi aprendendo a expressar-se. O Que Me Faz Pular foi fruto do trabalho dele com o auxilio da mãe, que escrevia o que o garoto expressava através da tábua.

As belas ilustrações que preenchem o livro são da dupla de artistas Kai e Sunny
Além dos grandes problemas de comunicação, também são abordados comportamentos que costumeiramente parecem estranhos para as pessoas "normais", formas de ver o mundo, opiniões de Naoki sobre a sua condição e sobre as ideias erradas que as pessoas tem. Inclusive, outra pergunta que me chamou bastante a atenção e inclusive me emocionou um pouco foi sobre "ficar sozinho". Muitos pensam que autistas gostam de ficar sós, são antissociais, contudo, Naoki mesmo fala que tudo é uma questão de altruísmo da parte deles.

"Não posso acreditar que qualquer ser humano deseje mesmo ser deixado só. [...] O que incomoda as pessoas com autismo é que nós ficamos muito ansiosos com o fato de causar problemas para vocês e deixá-los nervosos.[...] A verdade é que amamos ter companhia. Mas, como as coisas nunca dão certo, acabamos nos acostumando com a solidão sem querer perceber como isso aconteceu."

Uma coisa que sempre pensei e tentei praticar, não me considerando melhor por isso, é que pensar como o outro, ou tentar colocar-se em seu lugar, experimentar um pouco, mesmo que na imaginação, do que deve ser a vida do outro pode ajudar muito no entendimento, na convivência, numa vida melhor para ambos. Pelo que li, Naoki pensa da mesma forma. O trecho, que também é um pedido, faz parte do prefácio magnifico que o garoto escreveu.

"[...] Minha grande esperança é poder ajudar um pouco, explicando do meu jeito o que acontece na mente das pessoas nessa condição. [...] Não se pode julgar uma pessoa pela aparência. Mas, a partir do momento em que você entende o que acontece dentro do outro, vocês dois podem se tornar bem mais próximos. Do seu ponto de vista, o mundo do autismo deve parecer um lugar extremamente misterioso. Portanto, por favor, pare um pouco e ouça o que eu tenho a dizer."

Quanto a escrita, o livro é bastante simples e direto. As explicações de Naoki nos fazem sempre refletir sobre aquilo que é abordado. Eu mesmo criei uma certa rotina de 5 ou 10 perguntas por dia para ter tempo de pensar sobre o assunto e tirar minhas conclusões. Além de tudo, a introdução de David Mitchell, autor e responsável, juntamente com sua esposa, pela adaptação da obra para o inglês, nos faz mergulhar de forma sutil nesse universo do autismo, nos dando uma certa noção do que veremos pela frente e dos impactos que o livro de Naoki deixou na própria vida do autor e do relacionamento com seu filho, que também possui autismo.

Sem sombras de dúvidas, O Que Me Faz Pular é um livro incrível, profundo e esclarecedor. Todos deveriam ter o prazer, e a vontade, de lê-lo e poder tirar da cabeça tantas conclusões erradas, tanta coisa que na maioria das vezes só piora a condição de um autista, que só o deixa mais deprimido e solitário. Um livro absolutamente perfeito para quem busca entender o autismo de uma forma real e próxima.


site: http://www.blankpagers.com.br/2015/08/o-que-me-faz-pular-de-naoki-higashida.html
comentários(0)comente



Matheus Fellipe 15/09/2015

... faz querer me transformar num pássaro e voar para algum lugar distante...
Sabe quando lemos um livro e dele tiramos coisas para nossa vida? Então, esse é um desses livros.

Conhecer a mente de um autista, ainda por cima por uma pessoa que possui a “doença” foi uma experiência e tanto. Foi muito mais intenso e real do que qualquer psicólogo, médico ou estudante do caso poderia escrever. Além de ser autista, Naoki só tinha 13 anos quando terminou seu livro. Isso me fez pensar um bocado, pois eu com 19 anos, e sendo uma pessoa “normal” não conseguiria escrever algo com tanta maestria, com tanta delicadeza e carinho.

Em vários momentos, antes e depois da leitura, tentei me colocar no lugar do autor, tentei imaginar como seria querer me comunicar com alguém e não conseguir, querer a liberdade e não ter poder sobre ela, almejar ao máximo fazer algo que aparentemente seria fácil e “normal”, e saber que minhas capacidades são limitadas, querer ser EU mesmo, por mais que muitos olhares e bocas me castiguem e desaprovem...

“Não conseguir falar significa não compartilhar o que a gente sente e pensa. É como ser um boneco que passa a vida toda em isolamento, sem sonhos ou esperanças”. — Pág. 27

Eu vi, pelos olhos e sentimentos do autor, que não é nada fácil ser um autista. Acho que o mesmo se aplica a qualquer deficiência, dificuldade ou doença. As poucas páginas me abriram um pouco mais a mente com respeito às frágeis pessoas que convivem com suas dificuldades dia após dia como fortes lutadores, lutadores estes, que tem como ringue o ambiente em que vivem, e tem como adversários pessoas e tarefas. Acho que deve ser complicado ser esse tipo de lutador, mas acredito que cada vitória para eles, deve ser bem mais saborosa que as nossas, pois há um sentido, coragem e vontade em tudo que fazem.

“... quando pulo, é como se meus sentimentos rumassem ao céu. Na verdade, minha necessidade de ser engolido pela imensidão lá em cima é suficiente para estremecer meu coração. Quando estou pulando, posso sentir melhor as partes do meu corpo — as pernas saltando, as mãos batendo —, e isso me faz muito, muito bem. [...] ... ao pular é como se eu estivesse me libertando das cordas que me prendem. Quando salto eu me sinto mais leve. Acho que o motivo pelo qual meu corpo é atraído para cima é que esse movimento me faz querer me transformar num pássaro e voar para algum lugar distante”. — Pág. 87/89

Falando um pouco da estrutura do livro: ele foi escrito da seguinte forma: como título de cada capítulo, uma pergunta (sempre sobre coisas que todo mundo se pergunta ao ver um autista ou uma pessoa com necessidades especiais), em seguida a resposta mágica e sincera de Naoki, com seu experiente conhecimento e a inocência de uma criança. É, ao mesmo tempo, forte e delicado. Naoki é inerente, tem um estilo e uma graça só dele. O livro é pequeno em formato, mas tem um grande e maravilhoso conteúdo.

A edição está linda, tanto na capa, como na diagramação. Há algumas gravuras no interior, e um conto escrito por Naoki, que traz mais uma amostra de seu maravilhoso dom literário.

“ [...] Não estou sozinho quando estou com as letras. Elas são muito mais fáceis de controlar do que as palavras faladas, e podemos estar com elas sempre que quisermos”. — Pág. 89

Dei 5 estrelas, não só para o livro, mas para o autismo. Acho que esse livro deveria ser lido por todas as pessoas, e para todas as pessoas (pois há quem não saiba ou consiga ler). Deveria ser divulgado e exposto em todas as livrarias para que todos conheçam ou tenham a chance de conhecer (com essa resenha pretendo atingir mais algumas pessoas).

Comente aqui em baixo se você já leu esse livro, se conhece ou tem contato com algum autista, e se for de sua vontade leia e divulgue esse livro.

site: http://coisasdeumleitor.blogspot.com.br/2015/09/resenha-o-que-me-faz-pular-naoki.html
comentários(0)comente



Minha Velha Estante 31/12/2015

Oi, gente,

Hoje vamos conhecer o Naoki, ele é um garoto de 13 anos, autista, com dificuldades para se comunicar verbalmente, que resolve escrever um livro sobre a sua condição. Motivo suficiente para ficar curioso e querer ler o livro? Sim! Mas o livro vai além!

"... sinto uma tremenda inveja de pessoas que conseguem identificar o que seu cérebro está dizendo e ter a capacidade de agir da forma adequada. Minha mente está sempre me mandando para pequenas missões, não importa se quero realizá-las ou não. E, se não obedeço, preciso enfrentar a sensação de horror que me invade. É como se eu estivesse sendo empurrado da beira de um precipício para cair num tipo de inferno."

O livro é basicamente preenchido por perguntas e respostas dadas pelo autor. Perguntas que, para nós, são verdadeiros mistérios indecifráveis, terão respostas extremamente simples que nos ajudarão a entender o mundo do autista.

"Veja bem, para nós o autismo é normal, então não temos como saber o que os outros chamam de "normal". Porém, a partir do momento em que aprendemos a nos amar, não sei bem se faz diferença termos autismo ou não."

Você começa a se emocionar já com o prefácio escrito pelo pai de Naoki e sua narrativa de como é especial ser pai de uma criança autista e fazer parte desse mundo.

Um dos fatos que mais me surpreendeu ao longo da narrativa foi a maturidade com que Naoki responde cada pergunta, que em nada se assemelha à maturidade da maioria das crianças de 13 anos. Sem contar o bom humor que ele tem para narrar fatos inusitados. Além das perguntas, o livro ainda conta com alguns contos escritos também pelo Naoki.

Um livro realmente esclarecedor, que consegue delinear o mundo íntimo do autista por ser escrito por um, e não por mais um teórico especialista no assunto.


Um livro que deixa a certeza de que amor, compreensão, solidariedade e calor humano é tudo o que todo ser humano precisa, independentemente de suas diferenças.


site: http://www.minhavelhaestante.com.br/2015/12/leitura-da-drica-o-que-me-faz-pular.html
comentários(0)comente



Lili 30/01/2016

Emocionante
"Para os autistas, viver é uma batalha sem trégua."

Que livro lindo. É muito emocionante pensar que um autista sente de maneira consciente tudo o que o autor nos descreve. É até difícil para nós, que consideramos o autismo uma espécie de deficiência mental, entendermos que ele sente (e identifica) tudo o que descreve neste livro.

Depois de tudo o que ele nos respondeu e tudo o que ele declarou que espera de nós, só posso desejar que todas as pessoas "normais" tenham algum tipo de contato com este livro e estas informações. Assim teremos a chance de recebermos um pouco melhor estas criaturas tão especiais quanto NORMAIS que são os autistas.
comentários(0)comente



Edi 23/04/2016

.
O que me faz pular/

Naoki Higashida escreveu esse livro com apenas treze anos, um relato autobiográfico, singelo e tocante sobre o autismo.

Naoki sofre de um autismo severo que o impede de se comunicar de maneira clara com as pessoas, para resolver isso sua mãe inventou uma prancha de alfabeto, a parti dai Naoki passou a apontar para as letras e assim ir formando palavras, surgindo então esse livro.

O livro é dividido em partes: temos uma especie de questionário, onde o próprio, responde perguntas comumente feitas a autistas, como:
â¢POR QUE AS PESSOAS COM AUTISMO FALAM TÃO ALTO E DE FORMA ESTRANHA?
â¢POR QUE VOCà DEMORA TANTO PARA RESPONDER?
â¢POR QUE VOCà INSISTE EM REFAZER CERTAS AÃÃES?

Além disso o livro também conta com alguns contos espalhados de forma aleatória, e um conto final extremamente tocante e pessoal, intitulado: Estou bem aqui.

Gostei, admito não ter contato nenhum com o autismo, portanto 99% do que li foi uma completa novidade, me senti tocada e vi meus pré-conceitos ruir. Partia da máxima que um autista não possui Empatia, mas como uma criança sem empatia conseguiria vislumbrar sentimentos nas outras pessoas e transforma-los em contos belíssimos?

Não tenho uma resposta, mas afirmo que em relação ao Naoki, ele é um menino rico em sentimentos e com um desejo latente de voar, ser livre.
-
"Preso aqui dentro deste corpo desobediente, com sensações que não temos como compartilhar de forma adequada, existe uma luta constante para sobreviver"
-
instagram: @dna_bookz
comentários(0)comente



PS Amo Leitura 27/04/2016

Muito bom
"O livro é narrado pelo próprio escritor: Naoki Higashida. Naoki nasceu em 1992 e foi diagnosticado com autismo severo. Mesmo com suas limitações, ele conseguiu realizar algo inédito como escrever o livro. E nesse livro vamos conhecer suas percepções de tempo e vida, e como compreender uma mente autista.

Quando eu iniciei a leitura, logo pensei que encontraria como seria a vida de Naoki e como ele conseguiu se comunicar e socializar com algumas pessoas. Mas o livro nos mostra perguntas que gostaríamos de saber sobre o autismo. O que todos têm curiosidade em saber, porque eles se comportam de determinada maneira, porque evitam contato visual, porque repetem frases... Naoki esclarece em poucas páginas as dúvidas de todos.

É um livro curto e que pode ser lido em apenas um dia (assim como eu fiz hoje!) e que te faz ver o autismo de forma diferente. Para pais com crianças autistas, garanto que este livro é um grande aprendizado, mas para mim, foi uma grande descoberta e um grande ensinamento, pois esse livro me mostrou tudo o que eu realmente não sabia sobre o autismo."

Resenha feita no blog PS Amo Leitura.

site: http://psamoleitura.blogspot.com.br/2016/04/resenha-o-que-me-faz-pular.html
comentários(0)comente



147 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR