Flavia.Freitas 11/01/2022
Essa resenha pode ter alguns spoilers soltos
Fico me perguntando se a série "Redenção" é a mais fraca da Nana. Até agora não consigo dizer que realmente gostei de nenhum dos dois livros iniciais. Em "Redenção de um Cafajeste", Arthur me irritou tanto, achei ele tão babaca que foi impossível gostar dele e, consequentemente, da conclusão da história com a Maiana. Já com o Matt, me conquistou logo de cara, e acabei criando grandes expectativas quanto a esse livro, que infelizmente não foram atendidas.
Os livros da Nana sempre tem um drama muito forte, algo que ela aborda sempre muito bem. Vê-se que ela pesquisa sobre o assunto para poder escrever, não é somente sexo por sexo, depois juntos e felizes para sempre. Mas nesse aqui a história, que deveria ser o pano de fundo, é rasa como uma poça d'água. Matt não carrega traumas pessoais muito sérios, ele é o típico bom moço, bom filho, quer casar e ter filhos, amar e ser amado. Mas ele também é um dominador e frequentador da Clube Catana para praticantes do BDSM e está sempre em busca de uma submissa. E é lá que ele conhece Sophia, outra dominadora em busca de um submisso. O encontro desses dois dominadores prometia pegar fogo e realmente foi, no início, com um querendo submeter o outro.Mas depois fica cansativo e repetitivo, pois como o drama de pano de fundo não é muito desenvolvido, tudo o que temos são páginas e páginas de cenas de sexo, seja com prática de BDSM ou não. Apesar de que eu torci para que eles encontrassem um equilíbrio, tinha momentos que eu revirava os olhos de tão cansativo que ficava.
Sophia é uma personagem que também me cansou um pouco. É ela quem carrega o drama traumático do passado e, devido a isso, se tornou uma mulher que se julga autossuficiente, mas na verdade é muito imatura e insegura. Ser dominadora é a maneira que ela lida com seus traumas. No momento em que se vê apaixonada pelo Matt, ela quer por força provar que não precisa dele para nada, que só quer para sexo, que logo vai se cansar, mesmo após ter uma crise braba de ciúme. É quando começam as atitudes extremamente babacas dela e tem uma que me deixou com vontade de entrar no livro e dar um tapa na cara dela, porque estupidez deveria ter limite. E tudo isso para depois Matt se sentir culpado por não ter conversado com ela e falado de seus sentimentos (pode isso, produção??). Achei bem fraca a resolução desse impasse. Mas, de fato, Sophia não é uma personagem ruim e no final ela acabou por me convencer de que merecia o amor do Matt.
Acho que o problema foi que criei muita expectativa com esse livro. Tem muuuuiito hot, com ou sem BDSM (por isso não indico a quem nunca leu romance erótico e também não se sente confortável lendo sobre a prática) e a história como pano de fundo é bem rasa. Tem o trauma do passado da Sophia e um drama com a madrasta e o pai do Matt, mas nada que realmente me emocionou como em outros livros da autora. O passado de Sophia é bem pesado, mas nem isso tem tanta relevância na história a não ser justificar sua personalidade e ações. No fim, fiquei com a sensação de que poderia ser melhor. Acabou me deixando desapontada com a trilogia. Só espero que a história do Antônio seja melhor, já vi elogios diversos ao livro dele