Resenhas - 1964

Franciele143 17/06/2023

Este livro se trata de uma obra sociopolítica e cultural, também traz o resumo e ao mesmo tempo muitas denuncias do período emblemático que o Brasil atravessou entre 1964 e 1985 que foi a ditadura militar, outro ponto forte é sobre a hegemonia que a esquerda promoveu e assim sobrevivendo todo período militar, outro aspecto é a desmistificação da ditabranda ideia criada pela folha de São Paulo, nesse período entre 1964-1968 houveram muitos abusos sendo período mais violento da ditadura, nele houveram perseguições politicas e repressão mas contra partida permitiu uma abertura para os setores intelectuais e culturais, dividido em 12 capítulos no qual 8 discutem questões sociopoliticas, eu gostei do resumo que o historiador Marcos Napolitano fez sobre esse período de 21 anos que definiu o que temos de política hoje, algo muito permeável culturalmente falando foi introdução do comunismo pela esquerda e o envolvimento, feminista, universitário, nordestino e das áreas mais carentes das grandes metropolis, do outro lado nasce uma emissora a Globo em prol da classe esquerda defendendo "direitos sociais" assim forjando toda uma história de hegemonia cultural e social, somos o reflexo do sofrimento desse período, morriam muitas crianças por falta de assistência sob as necessidades básicas, muitas famílias desempregadas, falta de estrutura sanitária, a desvalorização do agro, o pib nesse período atingiu índice de pico, porém houveram muitos roubos e a classe operaria não foi a privilegiada.

Marcos 29/04/2023

Pena que o fim ainda não veio
Meu argumento para o título é de que ainda não houveram punição dos militares, não houveram enterros dos desaparecidos e todas as verdades ainda não sairam dos porões da ditadura.
O livro é maravilhoso e trás uma luz necessária para o Brasil. Talvez não estivéssemos em plena ascensão fascista devido ao governo Bolsonaro caso mais pessoas tivessem lido esse livro. Conhecer o passado não te permite prever o futuro, mas ajuda a identificar um pedra que pode te derrubar.

Jon 09/10/2022

Leitura obrigatória
Um apanhado histórico do período com uma tentativa de crítica imparcial, visto que está não existe na prática, já que notamos o esforço do autor em apresentar apenas os fatos. Uma leitura fluida e fácil, com uma narração clara, no meu caso..

Bia 29/01/2022

Um livro bom, relata sobre os principais acontecimentos da Ditadura, embora eu tenha sentido falta de aprofundamento em algumas questões.

M Ferreira 15/01/2022

Nas palavras do autor, ?esta narrativa não pretende ser neutra, mas objetiva o distanciamento, que, a meu ver, é a obrigação do historiador de ofício?. Apesar disso, é um livro muito importante para compreendermos a história do Regime Militar, abordando criticamente os diversos eventos que marcaram esse período da nossa história.

Independente de visões ideológicas e partidos políticos, esse livro nos propõe reflexões relevantes sobre os eventos ocorridos e também os seus significados, as intenções ocultas e suas implicações no contexto econômico, político e social do país.

Não é uma leitura difícil, porém o livro aborda vários eventos, dados e informações. Dessa forma, torna-se uma leitura mais densa e pesada. Eu recomendo conhecer e estudar um pouco o contexto geral do Regime Militar antes de começar a leitura.

Como o livro é mais lento e detalhado, eu também recomendo acompanhar a leitura com vídeo-aulas, outras leituras, reportagens, depoimentos e resumos na internet. Complementar a leitura com esses materiais me ajudou a entender melhor o livro e a enriquecer o meu conhecimento.

jsilveira 03/12/2021

Importante conhecer
Vale muito a pena visitar a história e conhecer fatos de uma época que marcou gerações.

Sobretudo quando o autor, claramente, faz uma tentativa de narrar os fatos de forma isenta, deixando um pouco de lado as suas ideologias. Proporcionando ao leitor a formação de opinião sobre o tema central.

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Fabrício 12/10/2021

Totalmente parcial. Lula é mencionado como herói do proletariado, não relata os atentados e crimes cometidos pela "guerrilha armada" e um capítulo inteiro pra falar das músicas de Caetano Veloso e cia.

Denny 22/09/2021

Daqueles livros que nos mostram que o passado pode se repetir com facilidade mesmo que de modo farsesco.
O Brasil tem uma dívida histórica com sua própria história, a verdade do regime militar ainda está escondida sob a historiografia ?oficial?.

Dionis 17/09/2021

1964
Muito bom, entretanto sugiro aos iniciantes do tema outros autores, pois Marcos Napolitano escreve um texto denso e analítico, é para quem já tem embasamento histórica do assunto.

Ronaldo Thomé 18/04/2021

O Brasil não é Para Principiantes
Nossa! Extraordinário! Livro altamente recomendado pelo historiador e comunicador Icles Rodrigues!

Marcos Napolitano conseguiu, aqui, um feito incrível: compilou, com didatismo, uma obra simples, acessível e, ao mesmo tempo, densa e detalhada sobre o tão comentado, mal compreendido e sombrio Governo Militar Brasileiro.

Aqui, Napolitano inicia a obra perto do aniversário de 50 anos do 31 de Março de 1964, ano em que tudo começou. O início do livro traça a linha que o historiador deseja seguir: uma análise tanto política e histórica quanto social, econômica e cultural do nosso país. Além disso, destrincha várias teorias conspiratórias e sensos comuns que são comentados sobre esse período até hoje.

Napolitano nos mostra que, pelo menos desde o ano de 1946, crescia certa insatisfação das Forças Armadas em relação aos rumos que o País estava tomando. Essa insatisfação cresce com a eleição de Getúlio Vargas, em 1954, dessa vez também entre setores da população civil, como o empresariado, a elite financeira e a mídia liberal.

Após a renúncia de Jânio Quadros e as polêmicas do governo de João Goulart, iniciou-se um período tenso e aflitivo, em que uma polarização aparentemente ditou a tendência da opinião e a ação social. Mas Marcos Napolitano deixa claro que, de certa forma, havia muita divergência de atitude e pensamento, principalmente na oposição. Enquanto alguns partidos insistiam na conciliação de classes, outros apelavam para uma espécie de "nacionalismo", em que buscavam uma espécie de identidade pátria e cultural como resistência às influências de potências capitalistas.

Napolitano é breve em demonstrar que a paranóia da Guerra Fria fez com que os americanos cooptassem e conseguissem ser bem sucedidos ao unir interesses de políticos, civis e militares em preparação para o golpe que ocorreu. É inclusive irônico que o grupo que saiu em protesto era o de Minas Gerais, capitaneado por expoentes vistos como duvidosos na época. No entanto, isso foi suficiente para uma onda de ações que, com precisão, conseguiram agir às costas de João Goulart e derrubar seu poder - de maneira totalmente inconstitucional, é verdade.

A partir daí, a história é bastante conhecida. Sucederam-se 21 anos de um regime em que o poder ficou nas mãos das Forças Armadas. A sociedade civil começou a se ver traída, e a partir de 1968, com Costa e Silva e o AI - 5, começou um longo período de terror. Isto só mudou no final dos anos 70, e prosseguiu até a eleição indireta de Tancredo e Sarney, em 1985.

O livro de Napolitano tem seu (excelente) diferencial ao recuperar o contexto social e cultural dos anos da ditadura. Ele mostra a efervescência que atingiu o Brasil nos anos 60, e a forma como o governo militar reagiu (com virulência) a tudo isso. Nos anos 70, a relação das casernas com a sociedade e a cultura se tornou ambígua, pois os militares tinham profundo interesse em manter a cultura como item econômico.

O projeto econômico da ditadura foi profundamente excludente em quase todas as suas etapas- o mito do milagre econômico é um dos que o historiador demole nesta obra. Além disso, os anos anteriores ao AI-5 (apelidados de "ditabranda" por revisionistas) são desnudados: Castelo Branco lançou mão de infinitos recursos jurídicos, válidos ou não, para encarcerar e torturar pessoas, ainda que buscando legitimação social. Da mesma forma Geisel, um general que assumiu depois de 1969 e é conhecido como o responsável pelo início da abertura, é mostrado como o mais autoritário dos ditadores que tivemos.

A abertura dos anos 70 não tinha, como interesse, a volta da democracia, e sim uma flexibilidade que lhe daria legitimação, pelo menos assim achavam os generais. O que, obviamente, não funcionou, porque deu brecha para a sociedade civil começar a reivindicar, com força, seu direito social e político novamente. Aqui aparecem personagens como o sindicalista Luis Inácio Lula da Silva, que apesar de não ser necessariamente vinculado às esquerdas tradicionais, encontrou legitimidade entre as causas operárias por sua luta em prol dos direitos do trabalhador. Aliás, para os que acham Lula comunista, ou algo que o valha, a leitura do livro é esclarecedora.

O final do livro expõe a visão paralela que a memória coletiva desenvolveu da ditadura, e como ela é desencontrada da história oficial. A abertura ocorreu em base de negociações políticas, muita vezes escusas, e que não buscaram reparação histórica, como nos casos de prisioneiros, mortos e desaparecidos do regime. O autor sugere que, inclusive, não houve preocupação por parte das esquerdas, na época, para reparar essa distorção histórica. Isso só começou a se tornar visível durante - ironicamente - o governo Lula.

Há muito mais que esse livro nos traz, o que o faz uma leitura imprescindível nesse época, em que temos novamente uma democracia ameaçada e homenagens explícitas a um governo tão discutível e execrável, em todos os aspectos. Definitivamente, até agora a melhor leitura desse ano!

Recomendado para: quem quer conhecer de verdade o que foi a Ditadura, Militar Brasileira, sem farsas ou más intenções.

Nota: 10 de 10,0 (também daria 11!)

Dica: leia ouvindo isso - https://youtu.be/Y2rzsnxyggY

Flavia Sena 12/06/2020

Terminei esse livro com mais perguntas do que respostas (o que é ótimo, até porque é um tema complexo), querendo consultar outras fontes sobre o assunto. Cada capítulo foca em uma questão e isso fazia com que ficasse "indo e voltando" no tempo, o que foi um pouco confuso pra mim (ter que lembrar os nomes, os acontecimentos principais de cada ano, além do fato de me faltar maior embasamento sobre algumas terminologias). O autor usou muitas notícias e referências de vários lados; não sei se a galera mais experiente sobre o assunto considera ele "esquerdista" (geralmente tentando desqualificar), mas acredito que ele buscou apresentar da melhor forma, não deixando de ser crítico sobre as falhas e levantando questionamentos pertinentes.

Ronan 09/12/2019

Contra os revisionismos baratos sobre o período, leia esse livro.
A obra é fundamental no atual momento político, tive aulas com o autor na graduação e sua análise do regime militar brasileiro no livro é concisa, objetiva e nem por isso perde em qualidade. Em um momento de profundo revisionismo, muitas vezes barato, o autor conclui, em suas considerações acerca da História e da memória da Ditadura, que vivemos a “teoria dos dois demônios” ou seja, de que ambos os extremismos, de esquerda e de direita teriam sido “culpados” pelo Regime Militar. Isso é ruim, fruto de uma tradição liberal e de uma transição negociada com os militares ao fim do regime, em sua opinião isso impede que os fatos sejam apurados com exatidão e mais que isso, que nosso Estado tenha uma memória adequada acerca do ocorrido e desenvolva uma política de justiça e de reparação condizentes com o trauma que o regime representou. Ele ainda alerta para os perigos de “se atribuir responsabilidades idênticas para atores politicamente assimétricos, motivados por valores completamente diferentes”.
Muito elucidativa e necessária ao meu ver a leitura dessa obra, sobretudo com a ascensão de um discurso de extrema direita no Brasil que tende a glorificar e exaltar o período militar, fazendo apologia de torturas e assassinatos. Já se vê que a memória sobre o período no Brasil está longe de consolidada e deve ser revisitada, refletida e discutida para não incorrermos no risco de endossarmos tais discursos autoritários. História de boa qualidade, embasada em fontes e no rigor acadêmico, blindada portanto contra os revisionismos baratos que pululam por aí e que vêm relativizando, amenizando ou mesmo louvando Regime Militar. Nosso amadurecimento democrático depende, em grande parte, de repensarmos o legado desse período e esse manual conribui para isso.

Daniel432 30/11/2019

Ditadura Militar Brasileira e a Sociedade
Com uma abordagem mais sociológica, o autor demonstra que o golpe militar de 1964 foi, na verdade, um golpe cívico-militar.

O apoio de parte da sociedade, a classe média, os meios de comunicação e até a igreja, foi fundamental para o sucesso da ação militar. Outro fator importante citado pelo autor foi a indecisão política de João Goulart.

Na visão do autor Jango pregava as reformas de base mas não estava convicto com a sua implantação. Falava da boca para fora.

Consumado o golpe cívico-militar, o autor passa a mostrar os efeitos da ditadura não somente na oposição mas também em aliados de primeira hora. Políticos como Carlos Lacerda foram cassados, a imprensa passou a conviver com a censura prévia e os estudantes secundaristas e universitários, em sua maioria filhos da classe média, foram presos, torturados, assassinados e desaparecidos.

Outra faceta bastante explorada foi a repressão na classe artística (cinema e música). A parte musical já me era conhecida mas não conhecia a ação da censura mio cinema. O autor, inclusive, faz uma análise interessante de filmes que hoje são considerados "cult".

Enfim, é um livro interessante que merece ser lido.

davidplmatias 26/10/2018

Antes de ser um negacionista da ditadura militar, leia esse livro. Fatos históricos e comparativos inclusive desmistificando o tão falado milagre econômico do regime militar brasileiro.

Igor13 04/09/2017

Livro ambicioso – talvez até demais
Pontos positivos:
1) Pesquisa extensa do autor. Uma lista impressionante de referências;
2) Análise balanceada do processo. Ou pelo menos, como próprio autor confessa, tenta o fazer;
3) Muitas informações referentes aos movimentos culturais que podem ser desconhecidas para gerações que não viveram na época - como eu.

Ponto Negativo:
Motivo de não ter dado nota 5, que de certa forma explica o título: o livro é demasiadamente ambicioso. Isso se dá por tentar cobrir muitas ‘dimensões’ do período numa só obra. No capítulo econômico, “Nunca fomos tão felizes: o milagre econômico e seus limites”, a análise dos planos e raciocínio macroeconômicos é enviesada. Se tivesse só descrito o que aconteceu, tudo bem, mas tenta analisar em alguns momentos, aí a coisa sai do eixo. Esse tipo de análise caberia para outros autores.

Em conclusão, se desconsiderarmos o capítulo que avalia o ‘milagre econômico’, o livro vale a pena.