Infância Interrompida

Infância Interrompida Cathy Glass




Resenhas - Infância Interrompida


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Euflauzino 02/12/2015

Receita para se fazer um monstro

Deixo claro aqui que eu sabia, desde o início, com o que iria me deparar quando iniciei a leitura deste livro, portanto não embarquei desavisado. Mesmo assim fiquei chocado, muito chocado. Pensei comigo – “isso é um relato, aconteceu”! Então passei a lê-lo como se fosse uma ficção, não funcionou. Eu ficava imaginando as cenas, cada detalhe sórdido delas. Este livro é, definitivamente, para maiores de 18 anos e que estejam preparados porque é chocante na acepção mais cruel da palavra. Ficamos carregando uma carga negativa que custa a passar durante a leitura, mexe com nossa energia.

Infância interrompida (Fundamento, 288 páginas) de Cathy Glass (pseudônimo que a protege) conta a triste história de Jodie, uma menininha problemática de 8 anos, entregue a Cathy, que talvez seja sua última e única chance em sua vida sofrida, pois ela já havia passado por 5 famílias em 4 meses e ninguém conseguia controlar sua violência e agressividade.

Imediatamente liguei este livro ao caso, amplamente divulgado na mídia, do padrasto de Araçatuba, felizmente atrás das grades, que torturava uma criança, forçando-a a comer cebola, impedindo-a de dormir, entre outras barbaridades, todas gravadas em vídeo (podem procurar, está na net). Quando resgatada apresentava queimaduras na genitália e no chão do quarto onde ela dormia, restos de cola instantânea levaram os investigadores a crerem que ele tentava grudá-la ao chão.

O que será desta criança? Como sua mente irá trabalhar o inferno pelo qual passou? Não sou psicólogo, mas andei pesquisando. Resumidamente maus-tratos como este e o que Jodie suportou acarretam: pouco respeito pelo corpo; problemas com o sono (porque vivem com o mecanismo de defesa sempre ligado, além do mais confundem pesadelo com realidade); perda de sensibilidade, empatia e vínculos; mistura de presente, passado e futuro (como se o horror que viveram continuasse se repetindo, vivendo emocionalmente no passado).

Bom, essa é apenas a ponta do iceberg. No original o nome do livro é “Damaged”, numa tradução livre quer dizer “Estragada”. Então o que fazer? Cathy tem uma receitinha para todas as crianças que acolhe:

“... proporciono estabilidade e um ambiente positivo em que o bom comportamento é recompensado com elogios. As crianças, em geral, desejam aprovação e querem ser amadas; a maioria consegue desaprender os padrões negativos de comportamento e aceita um comportamento diferente quando percebe quanto a vida fica melhor com essa nova ordem... está atrelado a ser elogiado, aprovado e recompensado.”

Assim que Jodie chega é apresentada à família e levada ao seu quarto novo. Logo Cathy percebe que Jodie não responderá da mesma forma que as outras crianças:

“... Deixei que olhasse tudo. Eu não estava preocupada com a curiosidade, que era natural, o que mais me incomodava era a fúria que havia em todos os seus movimentos. Eu nunca tinha visto uma fúria tão pronunciada.”

Dessa vez seria diferente, depois de 20 anos de experiência, Cathy está em parafuso, amedrontada e refém de uma situação inusitada:

“... Havia algo no vazio dos olhos de Jodie que era de arrepiar. Eu nunca tinha visto aquilo antes, nem em uma criança nem em um adulto. .. Ela sorriu e, antes que eu me desse conta do que fazia, a mão dela estava enfiada nas calças e depois passava as fezes pelo rosto.”

site: Leia mais em: http://www.lerparadivertir.com/2014/10/infancia-interrompida-cathy-glass.html
Claudia Cordeiro 02/12/2015minha estante
Vou ler, um dia.... história assim pesada não é fácil.


Manuella_3 02/12/2015minha estante
:-(


Andrea 02/12/2015minha estante
Nossa, não tenho estrutura pra esse tipo de história.


Keyseane 02/12/2015minha estante
Muito interessada em ler essa história.




Helder 12/04/2020

Danos irreparáveis
Às vezes nos deparamos com livros que nos desafiam. Às vezes a linguagem é muito clássica. Às vezes o mundo criado é muito difícil de ser enxergado. Mas às vezes, o que o livro nos mostra nos machuca como uma faca, pois não queremos acreditar que aquilo seja possível . Infância Interrompida de Cathy Glass foi lançado no Brasil pela Editora Fundamento e se encaixa nesta terceira opção.
Infância Interrompida é um livro que pede que o leitor esteja preparado.
Preparado para ser ofendido, machucado e seguir em frente sem fazer julgamentos, pois o livro mostra que na bolha que vivemos, não temos a mínima noção de até onde vai a maldade humana.
O livro é narrado em primeira pessoa por Cathy Glass, pseudônimo encontrado pela autora para contar a estória de uma das meninas acolhidas por ela em sua casa.
Cathy Glass é separada e vive com seus dois filhos, Adrian de 17 anos e Paula de 13 e Lucy, uma menina de 15 anos que foi acolhida e seguiu com a família.
Ela é uma acolhedora.
O trabalho dos acolhedores consiste em cuidar das crianças enquanto os assistentes sociais procuram melhorar a família da mesma, ou conseguir outra família para elas.
É um trabalho de transição.
Há 20 anos Cathy acolhe crianças em sua casa, de bebês a adolescentes. E é a ela que é passada uma nova e difícil incumbência: Acolher a pequena Jodie, que está prestes a completar 8 anos.
Contando com sua experiência, Cathy rapidamente aceita receber a menina, pois acredita que será somente mais um trabalho.
Cathy confia muito em sua experiência e até hoje só teve casos de sucesso, cuidando temporariamente de crianças que sempre conseguiram se reintegrar à sociedade.
Acontece que Jódie é diferente da outras crianças que Cathy já recebeu. Em 4 meses, Cathy é a 6ª acolhedora a receber a menina problema.
E haja problema.
Com o tempo Cathy vai perceber que Jodie é diferente de todas as crianças que ela já recebeu em casa.
A menina não aceita não, só se comunica através de violência, está acima do peso,[defeca quando se sente contrariada, maltrata animais, tem pesadelos nas madrugadas, não consegue se socializar e o pior de tudo: É altamente sexualizada em seus 8 anos de vida.
A chegada desta menina aquela casa é infernal. Como Adrian e Lucy falam: “ela parece o Chucky. Não precisa de uma acolhedora, mas sim de um padre.”
Ao ler as descrições daqueles primeiros dias eu só pensava: Já teria desistido.
Mas Cathy tem uma alma diferenciada. Ela segue em frente e aos poucos Jodie passa a respeita-la. Mas não pense que isso aqui é ficção. A vida é real, e assim como está tudo bem, logo Jodie tem sua recaída. Mas mesmo com seus chiliques diários, aos poucos Jodie vai se abrindo com Cathy e contando o seu passado e ai é como se um buraco fosse se abrindo naquela casa e em nossa mente de leitor.
É difícil acreditar aonde chega a maldade humana e dói demais vermos o quanto aquela menina foi destruída, sim, pois esta é a única palavra que descreve aquela garota:
Ela foi destruída.
Cathy como acolhedora, é uma funcionária de um sistema publico de acolhimento social, e que logo percebemos, extremamente falho., mesmo em um país tão evoluído como a Inglaterra.
Jodie foi monitorada por anos por assistentes sociais, passou por 5 lares de acolhimento e ninguém conseguiu perceber o que estava acontecendo com aquela garota.
E ouvir aquilo da boca de uma garota de 8 anos é terrível.
Impossível não querer que exista pena de morte.
“Jodie é uma criança machucada. Ela foi vandalizada. Suas emoções e seus progressos mentais foram destruídos. Duvido que algum dia se recupere o suficiente para levar uma vida normal; ela jamais obterá da vida o prazer que deveria sentir. Jodie foi condenada a uma punição sem fim pelas mesmas pessoas que mais deveriam tê-la protegido. Para mim, esse é o pior crime imaginável.”
Para mim que tenho filhos pequenos foi uma leitura dolorida. Muitas vezes quis bater naqueles pais e até na assistente social, que para mim é tão incompetente que beira a psicopatia.
E que pena de Cathy, que luta para ajudar aquela garota e ainda busca conseguir justiça, mesmo tendo que vencer toda a burocracia do sistema social inglês.
E por fim, o livro me fez pensar que se aquilo acontece num país tão desenvolvido e correto como a Inglaterra, qual não será a nossa realidade aqui pelos trópicos?
No mínimo o livro serve de um sinal para que fiquemos atentos.
Muitas vezes achamos que não devemos nos meter na vida dos outros. Na realidade mostrada por Infância Interrompida, se muitos não tivessem pensado assim de maneira tão “prática e educada”, vidas teriam sido salvas.
O nome deste livro em inglês é “Damaged” , cuja tradução literal seria Danificado, e nos mostra que diferente de máquinas, seres humanos, principalmente crianças, não podem ser simplesmente “concertadas”.
Se você tem estomago forte, fica a dica.
Mas esteja preparado para chegar ao mais baixo do ser humano.
Se é que podemos dizer que o sofrimento impingido a Jodie foi algo humano.

Flávia Pasqualin 13/04/2020minha estante
Esse livro é extremamente pesado. Me lembra muito o documentário A irá de um anjo.


Helder 13/04/2020minha estante
Acho que o livro já bastou pra mim. Basta eu imaginar as imagens. Ve-las deve ser mais pesado ainda




Tete 24/05/2014

Revolta, emoção, tristeza, medo e um tantinho de felicidade.
Outro Livro Viajante, o melhor livro do Grupo Livro Viajante. Um livro que nunca imaginei que leria, simplesmente, porque não o conhecia.

O problema do mundo é o SER HUMANO. Terminei de ler esse livro, e esse é o único sentimento que tenho, a impotência diante do dominó de erros que permitem que crianças como Jodie continuem a ser maltratadas todos os dias.

Cathy é uma mulher incrível, sua profissão: acolhedora. Ela dá as crianças, que aguardam a decisão judicial do rumo de suas vidas, um teto, amor e compreensão. Ela dá uma família. Cathy é a melhor no que faz, e é por isso que Jodie vai parar em sua casa.

Jodie é uma menina introvertida e difícil, depois de passar por cinco acolhedores, o Serviço Social não sabia mais o que fazer. O que ninguém sabia era o que estava por trás do pequeno monstro que todos conheciam. A doce menina que não entendia o que era certo e errado, a menina que não sabia o que era amor, o que era bom ou ruim. Tudo que eles conheciam era um monstro violento e que usava qualquer meio para persuadir as pessoas a lhe darem o que queria.

Cathy aceitou a responsabilidade de cuidar de Jodie, de ensiná-la e tentar entender o que se passava naquela cabecinha. Com a ajuda de seus filhos Adrian, Lucy e Paula (que são crianças maravilhosas), ela tentou dar Jodie uma família. Mostrar-lhe o que era amor de verdade, o que pessoas boas faziam pelas outras e o senso de comunidade. Mas infelizmente Jodie tinha suas limitações. Com uma deficiência grande de aprendizagem, ela não conseguia assimilar os ensinamentos de Cathy e, cada dia, tornava a vida da família mais difícil.

Com o tempo, Cathy foi ganhando confiança e acabou descobrindo o que realmente aconteceu com Jodie. Foi descobrindo o quanto o serviço social foi negligente com o caso dela. O quanto era inútil o serviço de Eileen, a assistente social irresponsável por Jodie [a mulher não visitava a menina, e nem procurava saber o que se passava com ela], a única ajuda de Cathy vinha de Jill, uma outra assistente social que realmente trabalhava.

Ao ler esse livro eu senti raiva, revolta, pena, tristeza e um tantinho de felicidade. Existem inúmeras Jodies pelo mundo e o que fazem por elas? Quantas tentam pedir ajuda, mas não são atendidas? Quantas pessoas se omitem, mesmo sabendo que existem crianças próximas sendo maltratadas? A impunidade dessas pessoas vai durar até quando? O livro fala principalmente disso, o quanto a impunidade pode causar danos a uma vida inocente.

Com certeza é um dos meus favoritos, não só pelo teor social, mas pela abordagem incrível de Cathy, o livro é lindo, delicado e muito bem escrito. Capítulos pequenos garantem uma leitura rápida e uma divisão de abordagens muito boas. É um livro que todos deveriam ler, e eu super hiper mega recomendo.

site: http://omundodetete.blogspot.com.br/2014/05/4-resenha-infancia-interrompida.html
Fabiola 08/04/2015minha estante
olha, li hoje e fiquei horrorizada... tamanho o descaso, a violência, a negligência...um soco daqueles bem fortes no estômago!




Maria Inês 02/01/2016

Relata o drama de uma menina de oito anos que sofreu abusos e violência desde pequena, é agressiva ao extremo, não conhece o amor e não aceita o carinho de ninguém. Nada que está ao seu redor não tem nenhum sentido, dentro do seu coração só existe raiva, mágoa e medo. Cathy é acolhedora, adota crianças com problemas psicológicos, e acolhe até poderem conviver com suas famílias ou serem adotadas. Ela possui dois filhos e encontrou Jodie. Jodie tinha fortes traços de violência e Cathy a acolheu com muito amor e paciência mesmo vendo a sua família se desestruturar, mas deu a ela esperanças para sua convivência dentro da socidade. É uma história realmente triste e comovente vale a pena conferir a sua história.
katia 19/02/2016minha estante
Cruel...uma criança jamais em qualquer tempo poderia passar pelo o que a Jodie passou. Esse livro não é para qualquer leitor. Já li muitos outros com histórias bem chocantes, mas cheguei a ter pesadelos com a história dessa pobre criança.
Aos adultos normais sobra somente perplexidade por tudo o que ela foi submetida, muito forte.
A narrativa é linda, livro muito bem estruturado, detalhes na medida certa, na minha opinião tudo certinho. O livro prende tanto nossa atenção que li em 3 dias, poderia ter sido até mais rapido se eu não tivesse segurado a onda para poder digerir e seguir adiante. Que nossas crianças jamais sofram e passem pelo que ela passou. Indico com certeza, mas com a ressalva de que o conteúdo não é para pessoas "fracas'.




Tatianees 22/03/2022

Triste, mas necessário
Uma infância interrompida da Cathy Glass é uma leitura forte, triste, porém necessária para pais e, principalmente, para todos aqueles que trabalham com crianças.

Esse livro conta a história de real de uma garotinha. Com apenas 7 anos de idade, ela colocou fogo no cachorro da família, causando um incêndio. Por esse motivo ela foi retirada da custódia dos pais e entregue para uma família de acolhimento, onde era deveria ficar até que um juíz decidisse seu futuro.
Só que essa garotinha é extremamente agressiva, não tem empatia nem noção de limites. Isso faz com que nenhum acolhedor consiga lidar com ela. A menina passa por 5 famílias em quatro meses.
Cathy se torna sua última chance: se ela não se adaptar será mandada para uma instituição.

Essa garotinha era "vigiada" pelo Estado desde que nasceu, porém só Cathy percebe o que há por trás de tanto ódio e violência. Ela se recusa a desistir da criança, acreditando que amor, carinho e limites podem alcançar o coração dessa garotinha,

Esse livro serve de alerta para pais e todo adulto que lida com crianças. É preciso estar atento para os sinais e pedidos de ajuda. Essa garotinha tentou pedir socorro, mas nenhum adulto lhe deu atenção, ou pior, teve aqueles que preferiram não se envolver.
Quandor for ler esse livro esteja preparado para conhecer atos desumanos, impossiveis de acreditar.
Andre.Vieira 22/03/2022minha estante
Gostei da dancinha senha, vou por na lista aqui.




Manu 20/01/2014

Inspirador!
Um soco no estômago! Difícil chegar ao fim… por ser muito revoltante… mas a forma como a Cathy Glass coloca as palavras é deliciosa, passa o carinho e a maneira como ela luta pela menina é muito inspiradora! Vale muuuito a pena!
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San 07/03/2014

Uma criança esquecida...
Baseado em fatos reais, Infância Interrompida conta a história de Jodie, uma menininha de apenas 8 anos que se vê perdida e aprisionada dentro de suas próprias lembranças.

Misturando o passado e o presente, Jodie viaja entre dois mundos. Vítima de maus tratos desde bebê ela possui feridas que alcançaram a sua alma e que dificilmente irão cicatrizar. E são essas mesmas feridas que explicam o seu temperamento explosivo e carregado de ódio.

Recolhida pelo serviço social após ter ateado fogo no cachorro da família, Jodie sempre esteve na lista de crianças que estavam sob risco por ter um pai alcoólatra e uma mãe viciada, mas seu histórico passou desapercebido pelas assistentes sociais e esta negligência resultou no sofrimento de diversos tipos de abusos, físicos e emocionais inenarráveis.

Após passar por cinco famílias acolhedoras em quatro meses, Jodie encontra Cathy, que está disposta a dar lhe todo o seu amor, mesmo sem saber os motivos que levaram a todas as famílias acolhedoras a devolverem a menina.

Uma das acolhedoras descreveu Jodie como "um pequeno demônio encarnado, cujo tamanho, força e pura maldade estavam na mais completa desproporção em relação à idade".

Infelizmente os danos causados lesaram a alma dessa criança e Cathy não faz ideia da história monstruosa que essa garotinha carrega.
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Fernanda 26/04/2014

[Resenha] Infância Interrompida - Cathy Glass - Editora Fundamento.

Este livro chama a atenção pela capa. Uma lágrima escorre no rosto de uma menina e isso já é subjetivo. O nome é muito reflexivo e nos faz pensar o que de tão ruim pode acontecer para um ser humano. Principalmente, quando esse humano for uma criança, pequena e indefesa.

A história gira em torno de Jodie, uma garotinha de 8 anos, que sofreu intensamente maus tratos dos pais. Os acontecimentos do passado permaneceram presentes em sua vida, pois as sequelas são absurdamente apavorantes. Em quatro meses, ela passou por cinco lares de acolhimento quando Cathy resolve abriga-la.

O processo de acolhimento é diferente da adoção. A criança fica com a pessoa que lhe acolhe até que esteja pronta e livre de problemas. Seria uma preparação para a adoção ou retorno ao lar de origem.

O comportamento da garota é assustador: agressiva e introspetiva. Além do uso de palavrões em sua fala, reproduz cenas que apenas adultos conhecem. Faz perguntas indiscretas e pensa que isso é normal. Tudo isso é justificado pela convivência com seus pais biológicos.

Ela ainda assume identidades diferentes da sua, e quando isso acontece ela age de forma agressiva ou infantilizada. Esses rompantes de Jodie, deixa sua acolhedora em uma situação difícil e complicada, pois a garota não manifesta melhora.

Esta criatura não demonstra sentimentos de afeto salvo o ódio e a forma estranha de gostar que lhe fora apresentada. Ela pensa que todos os adultos vão machucá-la, essa é a forma dos adultos demonstrarem o amor e carinho pelos filhos.

Jodie é uma criança que não demonstra alegria ao receber um presente. Possui olhos vazios, sem expressão ou sentimentos bons. Apenas rancor, raiva, medo, agressividade e muito ódio.

Fiquei horrorizada de saber que este livro, aborda uma história real. Meu Deus, isso realmente aconteceu e acontece a muitas crianças por este mundo afora. Eu sei que não podemos deixar o ódio entrar em nossas vidas. Mas ler um livro com um conteúdo forte como este e não sentir raiva e desprezo pelos humanos é praticamente impossível. Em muitas passagens do livro eu arregalei os olhos, pois não queria acreditar na crueldade que o ser humano é capaz de fazer.

O convívio de Jodie com Cathy lhe trouxe uma melhora. A confiança nos adultos aflorava devagar. Uma criança que fazia um papel de adulto, deixou nesse ser indefeso traumas dos mais variados.

É triste e repugnante saber que alguém tão pequeno já sofreu tanto. Que alguém tão pequeno sabe descrever uma cena de sexo, sem a mínima vergonha. E pensar que é a coisa mais normal do mundo, na realidade que vivemos hoje. Triste saber que existem seres capazes de tamanha brutalidade, de roubar a infância de seu filho.

Não saber o que aconteceu com a personagem adulta me deixou apreensiva, apesar de saber que nunca mais será uma pessoa com uma vida normal.

Uma leitura para se pensar e nos deixar de olhos mais abertos.

Fê :*


site: http://fernandabizerra.blogspot.com.br/
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Nana 30/04/2014

Um livro de cortar o coração!
Se este livro fosse ficção já seria bem chocante, mas infelizmente são fatos reais e isso torna a leitura ainda mais angustiante. No inicio fiquei muito assustada com as atitudes da menina Jodie e me colocando no lugar da acolhedora, acredito que eu a teria devolvido nos primeiros dias como fizeram vários outros casais. Aos poucos a gente vai descobrindo os motivos dela agir assim e entendendo o quanto esta criança sofreu e o quanto ela precisa de amor pra se sentir segura novamente, se é que algum dia isso irá acontecer.

É muito lindo o trabalho de Cathy Glass. Incrível a bondade, paciência e amor que ela dedica a estas crianças. Um livro sofrido de ler, mas necessário pra que a gente veja quanta maldade pode estar escondida dentro de uma família e para que se entenda que muitos adolescentes ou adultos podem ter atitudes violentas devido a sofrimentos passados na infância e que nunca tiveram alguém para ajudá-los e salvá-los dos maus tratos. Infelizmente existem seres humanos capazes de coisas tão absurdas que sufocam a gente só de ler sobre o assunto. Terminei a leitura muito chocada!!
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Natália 26/05/2014

Infância Interrompida - Eu teria devolvido a pequena Jodie
Quando eu escolhi esse livro, me alertaram: “É forte, prepare os lencinhos”... mas, como é de costume da grande maioria das pessoas (e eu me incluo nessa maioria), achei que fosse algum exagero normalmente cometido pelas pessoas no momento da descrição de qualquer coisa.
Não sei como colocar em palavras aqui, o que senti quando terminei de ler esse livro, aliás, o que senti durante toda a leitura.
“Infância Interrompida” é chocante, forte, aterrorizante, pesado, cruel... adjetivos não faltam.

O livro trata da história real de Cathy Glass, durante o acolhimento de Jodie, uma garota de apenas 8 anos, com muitos distúrbios, chiliques, crises violentas, diversas identidades diferentes que assume de uma hora pra outra, e que teve 5 lares diferentes em menos de 4 meses. Cathy era a última cartada dos agentes sociais para tentar ajudar Jodie.
Muito experiente, Cathy abrigou mais de 50 crianças em mais de 20 anos, mas certamente, nenhuma como Jodie e seu passado assombroso.

A princípio eu não simpatizei muito com Jodie, por ela ter colocado fogo no cachorro de estimação de seu pai, iniciando assim um incêndio em casa, o que a levou a ser retirada dos pais pelo serviço social. Mas antes disso, ela já se encontrava numa lista de risco desde que nascera, onde era claro que necessitaria ser assistida de perto, mas por burocracias, problemas e lentidões do sistema, ela foi esquecida.
Obvio que eu não fazia ideia dos motivos que a levaram a tais atos bárbaros, sádicos, cruéis, e nem por tudo que aquela pequena criança passara, e todo sofrimento que nunca mais sairá de sua alma.
Todas as famílias acolhedoras de antes não souberam lidar com tudo isso, e uma das acolhedoras chegou a descrever Jodie com a seguinte frase: “Um pequeno demônio encarnado, cujo tamanho, força e pura maldade estavam na mais completa desproporção a sua idade”. Mas Cathy decidiu não desistir, apesar das noites sem dormir, com cansaço extremo físico e mental. Cathy demonstra ser uma guerreira. E, lendo tudo que Cathy passou, certamente eu seria mais uma que devolveria a pequena Jodie, não teria nem um milésimo de sua paciência, de seu autocontrole, sua bondade, e de seu amor.

A leitura vale a pena, é forte, mas muito emocionante!

Também vale ressaltar que essa leitura é um tapa na cara de todo mundo, do começo ao final mostra que o perigo muitas vezes está dentro de casa. Muitas vezes os próprios pais acabam com a ingenuidade, com a infância e até mesmo com a própria vida das crianças. E que a falta de denuncia de quem vê, ou pra quem a criança venha a se abrir sobre o que aconteceu, é um erro tão grave quanto a própria agressão. Por isso, fica um apelo:

Disque Denúncia
“Disque 100
É grátis. É anônimo.
Quem cala consente.
Quem não denuncia também abusa.”

Resenha publicada no blog "Livros com bolinhos".

site: http://livroscombolinhos.blogspot.com.br/2014/05/resenha-infancia-interrompida.html
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Fernanda 05/07/2014

Infância Perdida
Cathy, uma mãe acolhedora com seus 3 filhos, acolhem a pequena Jodie que com sua pouca idade já viveu muita coisa ruim que a traumatizaram profundamente, e para chegar em seu pequeno mundinho e ganhar sua confiança, Cathy tem um longo caminho a percorrer para que sua pequena bonequinha consiga recuperar sua infância que foi brutalmente interrompida.
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Lê Vieira 29/08/2014

Pensa num livro que faz com que o leitor mergulhe num turbilhão de emoções e se sinta frágil ao mesmo tempo em que deseja ser forte. Por mais que eu esteja "acostumada" com violações de direitos, foi impossível não me surpreender com a história real de Jodie, uma criança que poderia ter sido muito feliz como todas merecem ser, mas que por diversos fatores teria seu desenvolvimento psicológico afetado pro resto de sua vida.

Aparentemente Jodie é apenas mais uma "criança problema" que quer as coisas do seu jeito e caso não o consiga sai quebrando tudo. Repleta de mudanças de humor repentinas com direito a outras personalidades que surgiam para dar "vida" aos sentimentos da menina. Ela podia muito bem assumir o posto de uma criança bem mais jovem que ela, como poderia falar insultos aos que estivessem ao seu redor ao assumir o lugar de um homem mais velho.

Fiquei sem fôlego em diversos momentos. Foi impossível não sentir o impacto das palavras ditas pela própria criança que não tinha noção da gravidade do que contava, e saber que tudo aquilo realmente foi feito me deixou tensa, sem saber como reagiria se me deparasse com tanta crueldade na minha frente.

Me senti incomodada com a atitude de alguns profissionais que deveriam estar acompanhando o caso da jovem. Quis em muitos momento pedir para que me deixassem fazer algo, além de achar que eu teria me saído melhor que a assistente social que deveria estar junto da criança. A autora não poupa detalhes do que presenciou durante o período em que conheceu e conviveu com a "criança problema", isto pode deixar algumas pessoas incomodadas por não se sentirem prontas para a proximidade com algo tão forte, pesado e angustiante. Realmente é revoltante todo o sofrimento que a menina passou em tão pouco tempo de vida, 8 anos não é nada se comparado ao trauma que ela vai carregar pelo resto da vida, pior ainda é saber que os adultos que deveriam saber proteger aprenderam a colocar seus interesses acima dos de uma criança indefesa.

Eu adorei a leitura, sem dúvida alguma Cathy conseguiu transmitir muito bem o que é ser a guardiã de crianças com as quais a vida não foi tão boa. Gostei de acompanhar o desenvolvimento de Jodie que aos poucos e com muita luta conseguia se manter estável, mesmo que fosse clara a necessidade de continuar um trabalho terapêutico com ela. Apesar de estar carregado de uma temática forte, o livro possuí uma narrativa simples e envolvente. A única coisa que o leitor precisará ter é a capacidade de se manter concentrado, pois em algum momentos eu me perdi em meus pensamentos, tentando digerir tudo o que eu acabara de ler.

Indico para todos que querem sair do mundo do conto de fadas!

site: http://www.confraria-cultural.com/2014/08/resenha-infancia-interrompida-cathy.html
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Cath´s 03/10/2014

Resenha Infância Interrompida.
Quando pedi esse livro para ler foi porque gostei da sinopse, mas não tinha ideia de que era baseado em fatos, e que gostaria tanto da obra, embora eu deteste que essa história tenha sido real.

Cathy é uma acolhedora temporária. O que é isso? São pessoas que ficam temporariamente com crianças até irem para uma adoção definitiva ou voltarem para a família.

Quando o caso de Jodie chega para Cathy, depois de ter passado por cinco acolhedores em quatro meses, ela não esperava que fosse um caso tão complicado, só um pouquinho, mas não tanto.

Cathy resolve ser acolhedora de Jodie e assim que se conhecem percebe que não vai ser fácil. Com oito anos, a criança parece ter a idade mental de 4 anos, está acima do peso, o que torna seus movimentos mais complicados, não sabe usar talheres e quando fica irritada faz suas fezes, pegando com a mão e passando no rosto ou na casa.

No decorrer do livro, Cathy vai descobrindo o que aconteceu com Jodie para que seja assim, e isso torna as duas ainda mais unidas. Acontece que Cathy não sabe o que fazer para ajudar Jodie.

Jodie não se dá bem com adultos, não confia neles e também implica muito com os filhos de Cathy, Adrian, Lucy e Paula, deixando a família nervosa o tempo todo com seus ataques de chutes, socos e gritos. Além de acordar várias vezes à noite com algum ataque diferente.

O livro é maravilhoso no retratar da história de Jodie, que é baseada em fatos, mas é terrível que uma criança tenha passado por tudo que ela passou (e tantas outras infelizmente), é uma obra pesada por mostrar como isso afeta uma criança e as vezes não tem como ela se recuperar o suficiente para viver uma vida normal.

Também será tocado pela forma que Jodie conta, como se fosse algo normal, depois de tanto sofrimento, ela se fechou, tentando não sentir nada, para assim não ser afetada.

Se você consegue lidar com várias coisas terríveis acontecendo com uma criança é um excelente livro, mas se for ultra sensível a isso não te indico, eu mesma queria ir até os pais de Jodie e quebrar as caras deles, embora eu saiba que coisas assim acontecem no mundo, infelizmente enquanto escrevo essa resenha pode estar acontecendo com alguma criança.

Além disso a obra demonstra como é complicado o sistema burocrático que, as vezes no seu decorrer, deixam crianças sem a assistência necessária, o que ajuda nesses acontecimentos terríveis.

O final não é o esperado, já aviso, eu queria outro, mas não nego que esse é o final real infelizmente.

Eu não gostei muito de Jodie no começo, por ela ter colocado fogo no cachorro do pai, e embora eu entenda o porque ela fez isso, devo dizer que não a perdoei totalmente (eu sou sensível a tudo que tenha a ver com animais) então acho que sou um pouco dura, motivo pelo qual eu digo: se eu sendo assim fui nocauteada pelo livro, você pode ser também.

P.S.: Claro que todos os nomes foram trocados para a publicação do livro.

site: http://www.some-fantastic-books.com/2014/09/resenha-infancia-interrompida.html
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Carla839 28/09/2022

Me prendeu do inicio ao fim. Jodie é uma criança que foi prejudicada de todas as formas possiveis pelo abuso e negligencia que sofreu. Cathy nos conta sua historia com carinho, tato e atenção, sua escrita é envolvente sem deixar de transparecer a seriedade que precisa. O final do livro é muito real, sem fantasias ou finais milagrosos. O livro é incrivel.
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