Para onde vão os guarda-chuvas

Para onde vão os guarda-chuvas Afonso Cruz




Resenhas - Para onde vão os guarda-chuvas


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alemesquitaneto 29/05/2024

Demorei um pouco pra gostar da história e dos personagens, mas fui me afeiçoando a cada um deles. Afonso Cruz escreve de forma poética. E conduz a história com maestria. Eu não esperava por vários dos acontecimentos e o final aberto me deu desespero.
Certamente, uma boa leitura.
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Leila 20/05/2024

Após ter lido Deus na escuridão de Valter Hugo Mãe, decidi buscar algo igualmente profundo, mas com um toque mais leve e descontraído para manter minha "sanidade mental" pelo menos nas leituras. Foi assim que escolhi Para onde vão os guarda-chuvas de Afonso Cruz, e posso afirmar que a escolha foi certeira. A leitura foi uma experiência quase lúdica, proporcionando aquele quentinho no coração que tanto amo apesar das dores e tristezas dos personagens.

A narrativa de Para onde vão os guarda-chuvas se passa em um Oriente ficcional, repleto de personagens fascinantes e inesquecíveis: o pragmático dono de uma fábrica de tapetes, sua esposa herege, uma mulher que sonha em se casar, um hindu que deseja ser o seu marido, um poeta mudo, uma criança perdida e outra encontrada. Cada um deles carrega características notáveis, uma marca registrada dos romances de Cruz, e suas trajetórias abordam temas universais como perda, solidão, amor e religiosidade.

Afonso Cruz tem uma habilidade extraordinária para entrelaçar histórias e personagens de maneira que tudo se encaixa perfeitamente, como numa tapeçaria intricada. A metáfora da tapeçaria é especialmente apta aqui, pois, como ele mesmo sugere, “o primeiro ponto não está separado do último e, se alguém mexer num deles, mexe inevitavelmente nos outros”. Essa coesão narrativa é uma das grandes forças do livro, fazendo com que o leitor se sinta parte de um todo maior.

A leitura de Para onde vão os guarda-chuvas foi uma viagem tocante. A capacidade de Afonso Cruz de nos fazer refletir sobre a interconexão das nossas vidas, mesmo através de um cenário e personagens tão distintos, é impressionante. Fui realmente feliz em escolher este livro, que, além de ser um alívio para a mente, é também um tesouro literário que aquece a alma. Ameiii!
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Marcella.Spelta 06/03/2024

Bom livro
Um romance que se passa em um
Oriente ficcional e escancara diferenças sociais e culturais, entrelaçando a trama dos personagens.
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Daniella 29/01/2024

Um livro muito sensível, com temas difíceis. As vezes me pego pensando no livro que já terminei de ler há algum tempo. Daqueles livros que não saem da gente
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Carol 06/01/2024

Ainda não consegui superar o término desse livro, se tornou um dos meus favoritos. A história, os personagens e a forma que ele escreve.. tudo maravilhoso!
Recomendo também do autor: Vamos comprar um poeta.
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Andressa 04/01/2024

De longe um dos melhores romances que já li!
São tantas histórias dentro da mesma história? Além de uma imersão na cultura muçulmana, é uma narrativa que proporciona inúmeras reflexões.
Ainda estou processando o final. Apenas leiam.
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Bia 31/12/2023

Poesia
O livro traz em sua narrativa uma poesia tão linda e ingênua, porem com uma realidade triste e cruel.
Primeiro livro do autor e gostei muito da sua escrita, dos ensinamentos, do livro dentro do livro, tão inteligente.
Certamente lerei outras obras do autor.
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Mari 06/12/2023

Eu tenho uma tradição infeliz, que, por algum motivo, não consigo gostar de nenhum livro que ganho de presente. Mas esse fugiu à regra, e, arrisco dizer, foi o primeiro livro que li na vida que me trouxe a famosa ressaca literária. Eu já tinha lido ?Vamos Comprar Um Poeta?, do bizarro Afonso Cruz, mas foi tão curtinho que em um dia só sobrou resenha. Agora, Afonso Cruz em doses cavalares de quase 600 paginas, e, ainda sim, eu leria mais mil dessas. Que escrita, e que história! É como se alguém tivesse sentado ao lado da minha cama e me contado um pouco dessa história toda noite. Em Reginaldo Pujol, que aparece sempre parafraseando nas minhas resenhas: ?Mais do que um autor de livros, Afonso Cruz muitas vezes nos surge como autor de livros dentro de livros dentro de livros.?
Pela mão da tragédia, do humor, do reconhecimento, da poesia, da religiosidade, da surpresa, dos desencontros, um livro que foge do eurocentrismo e parece uma caixinha, na qual Afonso quis guardar todas as suas ideias e confiar à nós. Talvez a identificação tenha sido só uma coincidência, porque a ficção é uma delícia em todos as circunstâncias e porque as sequências de tragédias são as minhas histórias favoritas. Mas essa, em especial, exala tanto lirismo que dá pra sentir da prateleira.
Procurando, aleatoriamente, algo que marquei, encontrei: ?Os caminhos são mais longos para quem está sozinho. Que infelicidade. Os dias esticam e ficam mais longos, o relógio diz que não, mas, com licença, o que sabem os relógios sobre a alma humana? O nosso bairro é enorme, primo, e a rua é impossível de atravessar, de tão pequeno que tudo se tornou. Estou sozinho.?
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FellipeFFCardoso 08/10/2023

Todas as vezes em que leio Afonso Cruz, fico cá com a impressão de ter o livro a me penetrar ou descobrir, de alguma maneira, que ele já vivia dentro de mim, que era só uma questão de tempo até o autor colocá-lo no mundo para eu saber que, de alguma forma, tudo isso já existia, chegando às minhas mãos e olhos apenas como um lembrete, portanto, de que eu conheço, mas nunca soube de que maneira expressar. Afonso tem algo que poucos autores têm: a mestria de ler as reticências. Enquanto muitos se desdobram em suas literaturas até o ponto final, o português avança sem medo para além das entrelinhas, buscando a poesia sem descaracterizar a prosa, a fina margem entre o explícito e o subtexto, num ampla valorização da auto-ficção em nossos tempos. Isso não quer dizer sobre exercitar forma, ainda que forma exista, pois assim se entende a matéria enquanto matéria (algo que está presente neste romance). Não quer dizer também que ali não haja ficção processada da própria vida do autor. Mas como é bom esse sentimento de que se lê algo inventado para além da experiência de vida. Quer dizer, por fim, que é bonito sair dos círculos de giz, aventurar-se, deixar-se desbravar outros mundos que não apenas os considerados inteligíveis, seja escritor você ou leitor, ambos amplamente humanos, mas diferenciados pela habilidade de criar e imaginar. Este livro é precioso, sem ser pretensioso. Ou talvez tenha querido esconder sua modéstia sendo uma obra-prima (leia e entenda a lógica dessa referência). Sou suspeito a falar. Obrigado a Deus, em todos os nomes religiosos, inclusive o Universo, que é pra quando Ele não existe, por Afonso Cruz e suas histórias que de tão universais são mineradas de nós sem qualquer esforço, porque nós ainda não as sabíamos, mesmo que as sentíssemos aqui dentro ou incapazes de acessá-las.
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EstAfani.Sandmann 16/09/2023

Intenso, cheio de personagens?
Um livro repleto de histórias, personagens e personas incríveis. Bem elaborado. Embora longo, não é massacre e nos mantém atento aos desfechos possíveis. Tem um final brilhante e eu fico imaginando se ele não ficaria perfeito em um filme.
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Edu 07/05/2023

A mesma pergunta tem muitas respostas
Para onde vão os guarda-chuvas? Para onde vão os pares das meias que somem? Para onde vai o que se perde?

É assim que Afonso Cruz nos introduz no universo desse livro. Cheio de personagens com diversas carências, vazios e perguntas com nenhuma resposta (ou muitas)

A história é uma tapeçaria de analogias sobre perda, orgulho, fé, descrença, religiões, amor e ausências. É sobre lidar com tudo isso ou como não o fazer.

Afonso Cruz não nos faz ter pressa a virar a página, mesmo que assim o façamos. Mesmo que contraintuitivo, a gente não precisa saber para onde foram os guarda-chuvas.

"Respostas são perguntas mortas, são as perguntas que nos fazem mexer".

Escarlatina...
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Lusia.Nicolino 13/05/2021

Com licença, não é sobre a chuva, é sobre a vida!
Com licença, os meus guarda-chuvas não têm ido à lugar algum, mas eu, com a leitura, tenho viajado para terras distantes. Tenho descoberto histórias incríveis. Tenho carregado a angústia de ser surpreendida por um final que... não, não quero contar! Um pouco por egoísmo – guardar essa preciosidade só para mim – um pouco porque adoraria que ficasse curioso para ler!
Que pudesse conhecer Fazal Elahi e sua tentativa de passar despercebido em um Oriente enfabulado, cercado por sua irmã Aminah, sua mulher e seu filho, suas raízes. Sua necessidade de adotar um americano, seus tapetes de oração, sua devoção e sua descrença. Caminhar atrás do pequeno Isa que gostava de criar pássaros atrás de si, espalhando migalhas de pão, e escutar da sua boca as capitais de inúmeros países, o seu jeito de entender a vida e a morte, de unir o impensável. Mas, mais importante que tudo, descobrir a metáfora que se esconde nesse título e acompanhar o raciocínio de Elahi: “o futuro que se vê não é o futuro que acontece.” Saímos diferentes depois de atravessar as mais de quinhentas páginas desse livro, se mais crente ou mais descrente é você quem vai dizer.

Quote: "Badini disse que as coisas mortas vão com a água, naturalmente, seguem a corrente do rio, é isso que fazem os paus, as pedras, as folhas, os cadáveres, todos são empurrados para a foz, todos eles, enquanto os sábios e os salmões procuram a nascente, as causas das coisas, e, assim, tudo o que contraria a corrente está vivo, e a educação também é isso, é ir contra tantas coisas, não nos deixarmos arrastar para não nos tornarmos um pau seco a boiar nas águas."


site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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Wal - Ig Amor pela Literatura 01/02/2019

Uma poesia...
Terminei essa leitura com uma sensação de completo encantamento. Poucas vezes um livro mexeu tanto com minhas emoções, mas ao mesmo tempo nunca me senti tão atada para falar de uma história. Faltam-me palavras para descrever toda beleza e sensibilidade que couberam dentro dessas páginas. Queria eu, como o personagem Badini, falar tudo sem muito dizer, mas me falta a sabedoria do mudo – sim!, pois já desconfiava, mas saí daqui com a certeza que o silêncio, às vezes, diz muito mais que todas as palavras.

Para onde vão os guarda-chuvas? Quem nunca se perguntou isso? Todos perdemos um, em algum momento da vida, mas nunca deparamos com alguém que os tenha encontrado. E por que esse título? O livro do Afonso Cruz fala, acima de tudo, sobre nossas perdas e de como o nosso mundo desaba por conta da morte de alguém querido, mas é também uma história sobre todas as dores – o amor que se vai, as ausências que preenchem todas as lacunas, as memórias que permanecem entranhadas em cada espaço.

São muitos personagens, pessoas extremamente fortes, mas cada um levando, à sua maneira, alguma fragilidade. A tolerância, o respeito às diferenças e a crença que podemos viver juntos apesar de tudo que nos diferencia é algo que grita em todas as linhas do texto. Existe, sim, muito revolta com todas as injustiças, mas ao mesmo tempo, existe uma fé inabalável na bondade humana – sobretudo naqueles que carregam a doce poesia da simplicidade em seus corações.

“Ninguém encontra guarda-chuvas, mas toda a gente os perde. Para onde vão as nossas memórias, a nossa infância, os nossos guarda-chuvas?"

Compreendemos o que Afonso se propôs a dizer e perguntamos: para onde vão as crianças mortas pela violência urbana ou pelas guerras provocadas pela intolerância religiosa?; para onde vão os filhos que partem, antes dos pais, deixando um vazio impossível de ser preenchido?; para onde vão as vidas e a alegria dos soterrados pela lama das mineradoras? – ficam somente as respostas filhas da ganância e do descaso pela vida alheia.

Afonso não escreveu um livro, escreveu uma imensidão de poesia que nos salva, um pouco, das enxurradas de maldade que nos tentam calar a voz...todos os dias.

site: https://www.instagram.com/amor.pela.literatura/?hl=pt-br
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ElisaCazorla 06/02/2018

Carta ao meu pai
Pai,
Por que ainda não veio? Por que demoras? Ainda estou esperando. Eu tinha certeza que você falaria comigo logo depois de partir mas nem nos meus sonhos você diz alguma coisa. Fica ali parado me olhando. Muitas vezes é mais para pesadelo do que para sonho.
Pai, não sei se você consegue nos ver e nos ouvir, mas caso não consiga gostaria de dizer que você tem mais dois netos. Sim, um da sua caçula e outra da sua filha do meio. Eles são lindos! Um deles tem o seu nome. Consigo ver você com eles no colo, beijando seus rostinhos delicados com a sua barba áspera. Eles ainda não te conhecem e não terão memórias com você, mas te conhecerão e certamente terão orgulho do avô. Eles te amarão como nós te amamos.
Os teus netos que possuem memórias com você ainda falam de você. Ainda lembram do seu perfume. Ainda lembram da tua voz. Ainda cantam as suas músicas.
Desde o primeiro dia da tua ausência as paredes da nossa casa ainda retêm você ali. Nossa casa insiste em não esquecer de você. Jamais esquecerá. Você sempre estará ali.
Pai, não é verdade que o tempo cura todas as dores. A dor da tua ausência é a mesma, talvez mais forte. O que o tempo faz é nos ensinar a viver com essa dor sem a loucura. A segurança que tinha nos teus braços não tenho mais, mas consigo andar sozinha porque você me ensinou como.
Não há como detestar a morte. Não existe meio de me revoltar. Seria uma perda de vida. Por isso vou vivendo e vivendo e esperando o dia que você virá e falará. Estás bem onde está? Será que estás em algum onde?
Sua primogênita,
Elisa Munhoz Cazorla
denis.caldas 04/03/2024minha estante
Puxa, chorei ao ler e lembrar de meu saudoso pai; muitas coincidências com o seu poema, posso replicar com a sua assinatura, é claro? Gratidão!




eneida 09/10/2017

A expectativa de ler este livro, os comentários, a espera, foram tão grandes, que por vezes pensei que talvez nem fosse tudo isso, justificando minha frustração.
Mas é tudo o que já foi dito e muito mais.
Quem não gostar deste livro é ruim da cabeça ou doente do coração.
É uma trama tão bem tecida, como os tapetes de Elahi, o personagem principal. Todos os personagens são muito bem descritos e elaborados, mesmo os secundários, de forma que conhecemos suas histórias e suas motivações; e isso enriquece muito a história, sem ser prolixa e sem pesar.
A maioria dos personagens é de homens e a força destes homens está no sentimento e não nos músculos e nem mesmo na inteligência. Os homens são suaves, delicados com sentimentos nos olhos e olhos no coração e as mulheres são cruéis, secas e superficiais.
Há um poeta mudo por opção, Badin, que enxerga e escuta muito mais que todos.
Elahi, o personagem principal, que vê na modéstia a principal virtude e na sua ânsia em ser justo, tem uma cegueira emocional; não enxerga o coração de quem está mais perto dele.
Duas crianças carentes, cada uma lidando de maneiras diferentes com a carência. Salim, cuja carência o leva a crueldade, e Isa, cuja carência ainda dói em mim.
Há ainda espaço para tantos temas como intolerância religiosa, trabalho infantil, violência, racismo, exploração de mulheres, etc... e mesmo em meio a toda esta fealdade a história é linda.

















































meriam lazaro 09/10/2017minha estante
Que bonita a sua resenha para uma história que parece tão tocante. Na torcida para que republiquem. Grata




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