Darlley Brito 31/03/2020
Carência Semântica
Krauss era um físico, somente, mas resolveu militar a causa ateísta e com isto escreveu um livro chamado "Um Universo que veio do nada", além de físico, agora é péssimo filosofo.
Me abstenho desta briga, mas o autor comprou briga com pessoa mais grandes que ele (George Ellis, matemático; Joe Silk, físico; David Albert, professor e especialista em filosofia da mecânica quântica), infelizmente não para aprender mas para reafirmar sua ignorância e orgulho.
Encontrei um trecho um tanto curioso, e estranho, na página 12:
"Muitas pessoas com quem debati a questão também sugeriram que, se existe um “potencial” para criar alguma coisa, então não há um estado de “nada” verdadeiro. E, claro, o fato de haver leis na natureza que forneçam tal potencial nos distancia do verdadeiro reino do não ser. Mas se eu argumento que talvez as próprias leis também surgiram espontaneamente, como descreverei que deve ser o caso, isso também não é bom o bastante, porque qualquer sistema do qual as leis possam ter surgido não corresponde ao nada verdadeiro [...] a ciência está mudando o campo de atuação de forma a deixar as pessoas desconfortáveis. É claro, esse é um dos propósitos da ciência (alguém poderia ter dito “filosofia natural” em tempos mais socráticos). O desconforto significa que estamos no limiar de novas percepções. Obviamente, invocar “Deus” para evitar perguntas difíceis começando por “como” é apenas preguiça intelectual. Afinal, se não houvesse potencial de criação, Deus não poderia ter criado nada. Seria um abracadabra semântico tentar afirmar que a regressão infinita é evitada porque Deus é extrínseco à natureza e, portanto, o “potencial” para a existência em si não é parte do nada do qual a existência surgiu."
A estranheza deste trecho se deve pelo fato de que, pelo menos neste caso, aquilo que o Krauss esta negando é o que é de fato. Analisaremos. No primeiro paragrafo diz ele
"[...] se existe um “potencial” para criar alguma coisa, então não há um estado de “nada”
verdadeiro."
O nada é ausência mesmo de descrições (por que se definirmos "o nada é..." ele deixa de ser nada), e Krauss simplesmente fica chatiado dizendo:
"se eu argumento que talvez as próprias leis também surgiram espontaneamente, como descreverei que deve ser o caso, isso também não é bom o bastante."
Por que não é bom o bastante? Por que leis são algo! O nada é ausência de algo então, sim, leis não fornece explicação suficiente e portanto não é bom o bastante, e ficar chateado não resolve nada. No segundo paragrafo ele faz a afirmação de que
"se não houvesse potencial de criação, Deus não poderia ter criado nada."
E isto esta absolutamente correto. E com isto reafirmo a defesa que fizeram, citado por Krauss:
"a regressão infinita é evitada porque Deus é extrínseco à natureza e, portanto, o 'potencial' para a existência em si não é parte do nada do qual a existência surgiu."
Como ele se defende? Dizendo que tal explicação é um "abracadabra semântico". Mas espere, eu poderia questionar tal afirmação, qual a justificativa posterior? O livro em si é uma tentativa de fornecimento para a uma resposta, insuficiente, que pelo espaço linkarei minha resenha crítica completa abaixo
site: https://medium.com/@darlleybrito/o-nada-e-o-v%C3%A1cuo-qu%C3%A2ntico-61d4b496d158