siazlara 22/05/2024
É bom.
Gostei mais desse do que o livro que o antecede, o visconde que me amava, diferentemente dele não é tão tedioso, possui motivos que fazem um real sentido e que impedem o casal principal de ficarem juntos e não fica só na enrolação, a narrativa é mais movimentada.
É um clichê, uma leitura só para passar o tempo, eu, por exemplo, li em menos de um dia, e foi até que uma leitura divertida, por isso o considero um bom livro. Uma pena que bom é o inimigo do ótimo, pois não consegui me conectar com o livro exatamente pelo mesmo motivo que eu o achei bom.
Na minha opinião o romance entre os dois personagens foi muito banalizado, com declarações vazias do tipo "não posso viver sem você", ou quando antes de eles se encontrarem pela primeira vez tiveram um pressentimento que a vida deles iria mudar e quando se viram, foi amor à primeira vista, eles mal se conheciam, nem sabiam o nome um do outro, mas já se amavam perdidamente.
Com isso o leitor se distância muito do relacionamento dos dois, porque parece que eles não tem um motivo aparente para se amarem, parece que eles mal se conhecem, as discussões deles são vazias, as declarações são vazias, tudo entre os dois é vazio, eu não consigo sentir o romance entre eles, e isso me chateou, porque a única intenção do livro era essa: romance.
Outra coisa decepcionante, foi o fato de o livro não se aprofundar na história de Benedict, ainda mais com ele sendo o personagem principal. Fala algumas vezes que ele era um artista, e que desenhava, mas ele nunca foi visto desenhando ou pintando, ou mesmo falando sobre desenhar e pintar, sinto falta de ele mostrar a personalidade dele. No livro se diz mais de uma vez que Benedict queria ser visto como ele é, não como um Bridgerton, isso seria promissor, se a narrativa tivesse se desenrolado de forma que realmente mostrasse mais de como ele é.
Acontece a mesma coisa com a personagem principal feminina, Sophie Beckett, se passa o livro inteiro e os leitores não sabem o que ela gosta, o que ela mais deseja no mundo todo e o que ela faz para isso se tornar realidade, parece que a personalidade dela é ser uma criada e gostar do Benedict, o que é uma pena, porque ela tinha muito potencial. A única coisa que mostra algum traço de personalidade dela é o fato de ela ser muito convicta quanto aos seus princípios.
Em decorrência disso, o leitor também se vê muito afastado dos personagens, se eles tivessem um desenvolvimento, uma descrição melhor, sinto que seriam muito mais queridos para mim, mas infelizmente não passam de personagens comuns.