monique.gerke 29/05/2019
Foi um começo difícil. Tanto nos dois contos, quanto no romance. Eu que só conheço o português, me aventurar pelo “guimaranês” foi um desafio, que exigiu uma atenção redobrada e muita concentração. E isso que não é o meu primeiro livro dele. Mas eu sempre esqueço dessa dificuldade inicial, pq no final só lembro das belezas da leitura rsrs
Com ‘No Urubuquaquá, no Piquém’ não foi diferente, mas aí eu fui pegando o ritmo, e a leitura foi fluindo, “os gerais” foram ficando mais próximos, as veredas, familiares, e quando eu dei por mim, já estava até falando miudinho, ocê sabe? p’ra não carecer de ficar pra trás.
As três estórias são muito boas. Gosto dessa realidade criada, onde tudo é tão intenso. Tão diferente. Tão único. Gosto do ambiente. Dos personagens. Da paisagem. E por fim, do deslumbramento que me causa toda vez que leio as palavras inventadas: bonitinhamente. Vê se eu posso com isso?
Ou com esse trecho: “o amor era isso — lãodalalão — um sino e seu badaladal.” Pag. 245
É isto. Amo forte, daquelas coisas que a gente ama sem saber explicar muito bem o porquê.
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Outra mineirinha disse em um poema “Quem entender a linguagem entende Deus/ cujo filho é Verbo. Morre quem entender.” Olha. Vou dizer mais nada, fora que Rosa estava no caminho.
Ps: Percebi que no romance ‘A estória de Lélio e Lina‘ teve uma referência direta ao Miguilim (uma das estórias do primeiro livro do Corpo de baile), será que perdi mais coisa pelo caminho?
Ps1: Ler o artigo do Paulo Rónai no prefácio: mas assusta do que incentiva, viu.