Madame Bovary

Madame Bovary Gustave Flaubert




Resenhas - Madame Bovary


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alemanfrin 09/02/2024

A romantização do engodo
O autor apresenta de maneira bastante branda a história de uma mulher que simplesmente se guia apenas por seus sonhos e desejos.
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elainegomes 30/01/2024

Madame Bovary de Gustave Flaubert ??

Achei o início lento por conta das descrições, mas logo peguei o ritmo e justamente tais descrições me fizeram mergulhar no enredo,envolta a sensação de estar vendo os personagens, adoro quando a mágica acontece.

O livro foi publicado inicialmente em folhetim, e seu autor e revista foram processados por conteúdo imoral e afronta aos bons costumes.

Emma é uma jovem leitora, e semelhante ao Dom Quixote, deseja que sua realidade seja tal qual suas aventuras literárias, aspira viver um amor de conto de fadas, enquanto nosso dom quixote enlouquece, Emma se frusta, e não suporta o tédio das relações humanas, isso combinado a sua personalidade deslumbrada e mimada, fazem da história uma tragédia perfeita.

Não consigo deixar de pensar nas russas Anna Karienina (1878) e Nastasya Filippovna (1869), que igualmente buscavam a liberdade, e também foram mulheres à frente do seu tempo. Não sei se posso afirmar que Emma Bovary (1857) foi a grande inspiração para as mulheres que mencionei mas que sem sombra de dúvida há um diálogo entre elas, uma troca de tédio, insatisfações, desespero, duvidas e certezas.

Compreendo agora o estado de espírito de Nastasya (livro O Idiota de Dostoiévski) que estava justamente lendo Madame Bovary em seu fim. E consigo compreender o desespero de Emma do mesmo modo que compreendi Anna.

O texto de Flaubert é elegante, sofisticado, vale a pena conhecer, recomendo.
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Israel 24/01/2024

Complexidade da natureza humana
Madame Bovary é um romance clássico escrito por Gustave Flaubert. A história segue Emma Bovary, uma mulher insatisfeita com sua vida provinciana, que busca a realização através de relacionamentos extraconjugais e fantasias. A trama explora as consequências de suas escolhas imprudentes, revelando as complexidades da natureza humana.
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Cdmm 04/12/2023

Anti-hero
A melhor protagonista mulher ao lado de Scarlett O'Hara. Uma anti-heroína que provoca pena, repulsa, ódio e até compaixão. Escrita fantástica, minuciosa.
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Laura Vitória 24/03/2022

Emma é uma mulher sonhadora, uma pequeno-bur­guesa criada no campo que aprendeu a ver a vida através da literatura senti­men­tal. Bonita e requintada para os padrões provincianos, casa-se com Charles Bovary, um médico interiorano tão apaixonado pela esposa quanto entediante. Nem mesmo o nascimento de uma filha dá alegria ao indissolúvel casamento no qual a protagonista sente-se presa. Como Dom Quixote, que leu romances de cavalaria demais e pôs-se a guerrear com moinhos, ela tenta dar vida e paixão à sua existência, escolha que levará a uma sucessão de erros e a uma descida ao inferno
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wmoreira 05/07/2021

Um atentado à moral e aos bons costumes
Madame Bovary é um livro que deve ser lido por duas razões principais: é um clássico e ?atenta contra a moral e os bons costumes?, dos burgueses, é preciso acrescentar. Pelo menos foi assim julgado, literalmente, à época. A edição que eu li traz os autos do processo. O romantismo e a liberdade de madame Bovary envolvem tanto o leitor quanto a apatia de Charles, seu marido. Uma bela obra! Tem um filme bem fiel no YouTube, completo, vale a pena conferir.
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Strutzel 18/06/2021

"A vida como ela é."
Um livro delicioso que te chama às próximas páginas, detalhista exarcebado nos leva a construir os cenários em mínimos detalhes.
Narra uma alma acorrentada, egoísta, insensível e cruel, com atitudes imperdoáveis naquele tempo e tão comum atualmente.
Podemos classifica-lo acertadamente como um romance/drama.
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Wilton 15/02/2016

A estupidez
O enredo de Madame Bovary impressiona pela simplicidade, e por tratar com bastante precisão a estupidez humana. A história começa descrevendo Charles Bovary quando entrou na escola e a algazarra que provocou nos alunos por possuir um chapéu ridículo, ser tímido, incompetente e insensível de grande inabilidade. Era um estúpido. Os amantes de Emma Bovary também eram estúpidos. Rodolphe era um Don Juan inconsequente e Léon, um burocrata inexpressivo que não sabia o que queria. O farmacêutico Homais era um estúpido narcisista que para ser moderno atacava a Igreja.
Emma, por sua vez, é a mocinha sonhadora, romântica, acreditando que suas leituras medíocres lhe contam sobre a felicidade proporcionada pelo amor. Esse mundo todo colorido de ilusões se desfaz tão logo se casa, para fugir da estreiteza da casa paterna, com o já então médico Charles Bovary. No final, tem um fim estúpido.
O romance se chama “Madame Bovary”. Se levarmos em conta o título, Emma Bovary seria sua “heroína”. No entanto, a narração começa e termina com o estúpido Charles Bovary; e nela desempenham um papel importante na trama o estúpido Don-juanismo de Rodolphe, a estúpida paixão de Léon, a estupidez do padre farisaico Bournisien e todo esse pequeno ambiente de província, que não deixa uma saída para Emma nem para ninguém. A obra traduz com mestria o ambiente e as personagens de uma pequena província francesa do século XIX. Linguagem simples, personagens verossímeis e trama bem urdida tornam Madame Bovary um romance inesquecível.
Nanda 15/02/2016minha estante
Muito boa resenha ;)


Wilton 15/02/2016minha estante
Obrigado, Nanda!




R4 03/02/2014

A adúltera iludida pelo Romantismo
Madame Bovary é a obra-prima de Gustave Flaubert (1821-1880), escritor francês do século XIX que foi considerado como grande nome do Realismo. O romance foi publicado em 1857 e causou grande comoção na França: primeiro, porque era uma história envolvente que cativou os leitores devido ao tema que denunciava o modo de vida burguês; segundo, porque a polêmica levou o escritor e seu editor ao tribunal, acusados de escrever um livro que incentivava os costumes adúlteros da mulher. Ele foi publicado em formato de folhetim na Revue de Paris. Por ser folhetim e por causa do incrível talento literário de Flaubert, as das traições de Madame Bovary é uma daquelas histórias que não queremos largar até chegar ao fim. Neste romance, não sobram e não faltam nenhuma palavra, porque tudo está lá por algum motivo.

O livro conta a história de Charles Bovary, que desde criança era um menino desinteressante que se forma em um curso básico de medicina que lhe permite atuar como médico em pequenas cidades do interior da França. Muda-se para a cidade de sua mãe, casa-se com uma viúva que possuía bens e passa a atuar como médico no lugarejo. Entretanto, ao visitar um de seus pacientes, conhece Emma. Após a morte de sua primeira esposa, casa-se com Emma e leva-a para morar na cidadezinha.

Emma é uma jovem sonhadora que foi criada em um convento, lendo livros românticos de má-qualidade. Ela adquiriu uma perspectiva extremamente sonhadora para o futuro, esperando da vida aqueles mesmos amores arrebatadores, os galanteios e as aventuras que leu nos livros. Depois do casamento, frustrou-se com a realidade matrimonial, a falta de romantismo de Charles que não lhe proporcionava momentos emocionantes e também não se envolvia com suas poesias. Foi no primeiro baile frequentado pelo casal, em Vaubyessard, ao valsar com um Visconde, que Emma percebeu o quanto de romantismo poderia ter em sua vida e começou a ansiar pelo luxo e pelo amor.

Ao voltar para sua casa, toda a sua vida como mulher de médico de província pareceu desmoronar. Charles passou a ser visto como um estorvo insensível. Com medo de sua depressão, seu marido e ela mudaram-se para uma outra província, Yonville, com a esperança que novos ares melhorassem o ânimo de Emma. É nesse lugar que Emma Bovary começa a praticar o adultério com diversos homens, endividar-se para presentear os amantes e encher sua casa de pequenos luxos. Lá, também passa a desprezar ainda mais o marido que trabalha sempre e não é tão elegante quanto ela desejaria que ele fosse.

Emma trai porque anseia por uma vida como a dos romances que lia na juventude e sempre se encontra frustrada porque não encontra em seus amores o que imaginava. Ela se desilude a cada vez e, por isso, acaba se arriscando cada vez mais. Gustave Flaubert é considerado como escritor pertencente ao Realismo literário porque vai contra o movimento anterior, o Romantismo. Além disso, denuncia a mediocridade da vida burguesa e utiliza-se de descrições detalhadas, assim como as obras desse período. A diferença entre Flaubert e o Realismo é que o escritor não é um simples seguidor de uma escola literária, porque sua obra é diferente de outras do mesmo tempo. A sua descrição não peca pelo excesso, porque cada palavra ajuda a entender melhor o tipo do personagem. No caso de Emma Bovary, podemos entender que ela se tornou uma adúltera desiludida, porque a criação das mulheres burguesas, à base de romances-românticos e idealismos, faz com que elas desenvolvam expectativas que nunca poderiam ser realizadas.

Madame Bovary é uma personagem polêmica porque é adúltera e forte. Emma seria uma personagem feminina na figura do "anti herói", que possui desejos que luta para realizar, possui uma graça obstinada que faz com que o leitor se preocupe com ela. Seus desejos são desmedidos e provocam problemas e dívidas cada vez maiores que encurralam sua pessoa. Quando Emma despreza Charles, nós compactuamos com ela. O livro instigou e provocou a sociedade da época porque a personagem possui desejos que a burguesia francesa não imaginava que mulheres podiam ter. A polêmica quanto a esse livro deve ter sido justamente porque ele expôs os maridos e as esposas de toda a França.

O romance Madame Bovary não mostra apenas a mulher adúltera. Ele expõe os costumes de toda a burguesia francesa através dos personagens, desde o casal principal, até os secundários, como o farmacêutico ambicioso, o fazendeiro galanteador, os empregados, e assim por diante. Cada um desses personagens formam um tipo que compõe sua classe, através da observação sagaz de Flaubert.

Portanto, a característica principal do livro é a de observar as paixões humanas, que podem ser boas ou más. Uma das maiores críticas ao livro, que foi levado ao tribunal, é o fato de que Gustave Flaubert não colocou um personagem moralizador pelo qual falaria o autor para dizer que as atitudes de Emma são erradas. A genialidade do livro está em deixar a interpretação para o leitor. Sendo assim, o livro é amoral e a leitura de cada indivíduo é que deve levar a reflexões sobre o futuro. É interessante notar que a tragédia final de Emma se dá mais para fugir de uma humilhação financeira ainda maior, do que por ter se envergonhado e sentido culpa por seus adultérios. Aliás, esta é apenas a minha leitura; porque a interpretação do livro pode variar e se expandir de acordo com cada leitor, e a cada releitura.



FLAUBERT, Gustave. (1857). Madame Bovary. Trad.: Fúlvia M. L. Moretto. São Paulo: Nova Alexandria.2009. 360 p.
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