Resenhas - O Circo Mecânico Tresaulti

Vanessa 24/09/2013

Apenas um breve relato.
Obs. Essa 'e apenas a 'minha' opinião - (sei que parece algo obvio, mas algumas pessoas que criticam ou elogiam os que se dispoem a resenhar parecem insistir em nao entender esse pequeno detalhe).

Fiquei encantada por esse livro e passei bastante tempo esperando pelo seu lançamento. No dia tao aguardado corri por varias livrarias aqui em SP e a saga acabou as dez da noite na livraria cultura da avenida Paulista (até esse momento me parece ser a única livraria em que o livro esteja disponível).

Ok, encurtando:
O livro 'e lindo, de verdade (me refiro a estrutura). Da vontade de te-lo so pela beleza física. Alias, todos os livros da editora Dark Side tem essa qualidade.

Quanto a beleza interna, de conteúdo, bem... Nao encontrei.
Estou parando de ler agora na pagina 187. Simplesmente nao agüento mais continuar nenhuma pagina. O livro nao envolve, a história 'e chata, alias, nem parece ter realmente história porque até agora tudo gira em torno da vida e do dia a dia das pessoas que fazem parte desse circo.
Por todas as páginas permeiam sentimentos de mistério, e quem conta a história também desconhece esse mistério, portanto fica claro que o desvendar do que 'e esse circo parece que vai acontecer em conjunto, leitor e narrador.
Em alguns momentos um outro narrador escreve algumas páginas, porque fala sobre o primeiro e principal narrador como se ele fosse uma terceira pessoa - o narrador principal até o momento 'e o Litlle George. Nao sei quem seria, nem o desfecho disso porque nao vou continuar a leitura.
A história nao tem emoção, apesar de ter todo um fundo magico, e Eu adoro historias magicas, mas acho que elas precisam ser coesas, ter lógica, coerência, propósito e objetivo.
Apenas agora por essas ultimas páginas aconteceu uma coisa (nao posso falar o que 'e) que fez a história girar, se movimentar.



IMPORTANTE: esse 'e apenas um breve relato de quem esperou tanto, tanto, tanto por esse livro, com uma euforia imensa, e com muita tristeza nao conseguiu passar da pagina 187.

(Aguardo a próxima resenha da incrível pessoa que conseguir chegar até o fim). (Aos exigentes, me perdoem a pontuação, mas estou escrevendo no iPad).

Rose.Diamond 15/11/2016

Oq dizer sobre esse livro? Ele é ao mesmo tempo incrivel, envolvente e um pouco enfadonho.
Não me entendam errado, tem uma historia muito surpreendente alem de bem original, o seu unuco ponto negativo p mim foi a narrativa. A forma como foi narrado, variando de 3° p 2° pessoa td hora, passado e futuro, sem nenhum aviso prévio é um pouquinho incomodo e acaba impedindo vc de se envolver na estória tanto quando deveria. Mas ao mesmo tempo essa narração é por vezes muito poetica.
Esse é o tipo de livro novo, diferente, com historia, tema e até mesmo escrita diferentes.
Eu super recomendo, principalmente p quem esta buscando algo um pouco melhor q os clishês de sempre.

aura. 04/01/2021

"nós somos o circo que sobrevive."
eu adoraria conseguir descrever o que essa história me fez sentir, mas acho que não conheço palavras tão específicas o suficiente para isso. se precisar resumi-lo com a primeira palavra que surge em minha cabeça ao pensar na minha experiência de leitura, seria essa: acolhida.

esse livro me fez sentir como se eu fosse parte de algo maior, como se fizesse parte do mágico circo mecânico tresalti, o circo que sobrevive. consegui visualizar a história perfeitamente em minha mente e sem nenhum esforço. ao fechar esse livro, senti como se estivesse me despedindo de amigos de longa data, me despedindo de uma família. ouso dizer que conheço certos personagens da história como conheço a palma da minha mão, sinto que passei anos da minha vida ao lado deles, são tão reais que posso até toca-los e ouvi-los! ao ler a última pagina você consegue sentir que agora tudo aquilo faz parte de você. consigo sentir o grifo batendo as asas em minha pele.

esse é um livro que carrega uma história única e inesquecível, você não irá encontrar outro assim, é apenas ele. é só quando você lê a palavra "fim" escrita na última página que percebe que estava quase sem respirar, ou talvez estivesse mesmo. sua garganta trava e você lê, lê, lê e pensa em reler tudo do começo ao fim ali mesmo. você pensa e reflete sobre a viagem que fez junto com os personagens, você se emociona e tudo que consegue sentir é saudade. e quanto mais você pensa sobre, mais especial fica.

infelizmente (ou felizmente, já que isso o torna especial), não é um livro que funciona para todos, é uma obra que você vai amar ou odiar. é uma história que você precisa parar para ler, realmente precisa se entregar por completo e se deixar levar com a escrita peculiar da autora e suas metáforas e simbologias. eu diria que é feito para os que gostam de pensar e especialmente para os que precisam fugir do mundo real, e assim embarcar em uma misteriosa jornada com o circo que sobrevive, seja como telespectador ou circense. é uma história para sobreviventes da vida. é uma história necessária para todos, em um ou em diversos momentos. esse livro me fez olhar para o céu procurando por algo.

"mas é assim que as lembranças são ? sempre verdadeiras, nunca a verdade."

Universo de utopia 10/04/2017

Universo de Utopia
09/01/17
O Circo Mecânico Tresault - Genevieve Valentine

Tenho uma mania (acredito que já falei aqui) de comprar livros pela capa, principalmente se ele for capa dura, conquista rapidamente meu coraçãozinho, com o circo mecânico Tresault não foi diferente, a edição atual da Dark side é maravilhosa, o livro possui relevos que permite que o leitor sinta a mecanicidade da história.

Ele é de uma narrativa extremamente peculiar, tendo dois tipos de narradores (observador e personagem). Logo no início do livro, isso confunde bastante o leitor, era meio complicado distinguir quem estava contando a história e em que tempo ela estava se passando, isso mesmo pessoal! As vezes os capítulos mudavam de presente a passado e futuro de uma hora para outra e se você não prestar bastante atenção se perde completamente no meio do livro. Confesso que voltei muitas vezes para reler algumas páginas.

Enfim, vamos à magnífica (ou talvez nem tanto assim) história. O circo mecânico começou, na verdade, de uma grande tragédia, as guerras estavam no auge e bombas e tiros ecoavam por todo canto, em qualquer lugar e a qualquer hora. Depois de um "susto" e tanto (que não posso contar - spoiler) Boss ganhou o poder de transformar o morto em vivo, a sucata em salvação, e o terror em espetáculo.

Seu circo era dividido em grupos, os artistas que iam e vinham sem apego á aquelas tendas, e aqueles que não viviam sem elas, esses últimos foram consertados por Boss, devem a vida (ou seria a morte?) a ela.

O drama principal, ronda em torno de alguns personagens especiais: Little George (atua como narrador personagem) entrou no circo com apenas 5 anos, foi o único que não recebeu a sucata e que durou tanto no circo, ele fica responsável pela colagem de cartazes e vendas de ingressos, Panadrome foi o primeiro componente, sendo humano apenas na cabeça e tendo como parte do corpo instrumentos musicais, responsável pela trilha sonora do circo, Elena a mais maquiavélica trapezista, também uma das primeiras criadas por Boss, seu coração é feito de gelo, Jonah chegou por meio de uma situação de vida ou morte, foi salvo por Boss com pulmões de cobre e por Ayar, seu melhor amigo que deu a vida ao circo para salvá-lo. Bird chegou sendo olhada de soslaio por todos e assim como Stenos seu objetivo era ganhar as asas.

Ah as asas... A maior invenção mecânica de Boss, suas penas reluziam às luzes do espetáculo, faziam notas de som maravilhosas, que até o pobre Panadrome parava de tocar para ouvi-las, feitas de ossos humanos e de toda a sucata que Boss pôde usar. A quem elas pertenciam?

Alec, amado por todos, admirado pela multidão, o sucesso do circo, até simplesmente cair, não, até simplesmente deixar de bater as asas.

Sinceramente esse livro, apesar de todos os complexos complementos que o envolve, é bastante intenso, ele mexe com você de uma maneira inexplicável, te fazendo imaginar como aqueles cenários eram, como as guerras mortificavam, como as pessoas viviam e principalmente como elas não viviam, tendo as vezes apenas um mero espetáculo de circo para mover suas meras vidas mortais!

rayssadioli 29/12/2023

Estava com muita expectativa sobre esse livro, mas acabei me decepcionando um pouco. A história não é ruim, mas também não é incrível (pelo menos para mim, já que sei que muitas pessoas adoraram esse livro).

Acho que a construção do livro não foi tão bem feita. A autora joga informações soltas, as quais atribuem sentido à história, mas continuam sendo soltas. Acredito que, se houvesse um planejamento mais cuidadoso, isso não aconteceria.

A questão mecânica é bem interessante, foi o que eu mais gostei na narrativa. A maioria dos personagens sãos ex-soldados que enfrentaram guerras (as quais ainda perduram durante a história) e nelas sofreram fisicamente, chegando a perder partes do corpo. É nessa parte que Boss entra, que é responsável por recrutá-los para o circo, bem como restaurar as partes que sofreram estrago com a guerra.

A construção de mundo é bem legal e original, mas os personagens são, de modo geral, mal construídos (um ou outro são mais desenvolvidos, mas o resto deixa a desejar nesse aspecto). Contudo, a relação dos personagens com os espetáculos é bem interessante e vale a pena ser lida.

Apesar dos defeitos, é uma leitura gostosinha e cheia de reviravoltas, de modo que recomendo muito para quem estiver buscando algo do tipo.

Dani 18/04/2016

Estranho
Este foi um livro estranho.
Até quase metade do livro, tive uma certa dificuldade em me envolver. O narrador muda de voz a cada capítulo, sem muitas explicações inicialmente sobre quem está falando. Isso gerou muita estranheza e uma certa dificuldade em relacionar com a história e os personagens.
Não é uma história linear, com cada capítulo fazendo recortes de momentos e personagens do circo, para apenas mais no final tudo começar a se juntar e começar a desenrolar a trama principal da história.
Foi uma boa leitura, mas realmente bem estranha. Por outro lado, talvez essa tenha sido exatamente a intenção da autora, ao criar uma leitura que se assemelhasse mais à atmosfera do circo Tresaulti.

KeityBarros - UniversosDePapel 25/06/2020

Desses livros lindos que de tão caprichados em sua edição, dá até gosto de ter na estante!
Uma distopia bem diferente do que eu já tinha lido. Essa história tem como assunto principal a vida de um grupo de artistas circenses que tem partes do corpo alteradas mecanicamente. O pano de fundo é um mundo devastado depois da guerra, mas nada além dos personagens em si é muito aprofundado. Não temos ideia das razões que levaram a essa guerra que assola o mundo há centenas de anos, nem mesmo como o restante do mundo sobrevive a tudo isso.
A leitura que flui levemente ao longo de capítulos bem curtinhos só me incomodou mesmo por essa superficialidade que não nos permite compreender bem o mundo que o livro trás.

Gustavo | @guh_santtoos 25/05/2021

Respeitável público! ?
Em um mundo devastado pela guerra, onde as pessoas tentam viver como podem, em meio a todo abalo, existe O Circo Mecânico Tresaulti.

Formado por ex-soldados, refugiados e pessoas feridas, o circo segue sob o comando forte de Boss. A líder do circo tem uma habilidade muito especial, ela recupera os corpos maltratados pela guerra em seres mecânicos. Reconstruídos com peças de cobres ou outros materiais, são transformados em seres quase imortais e com uma aparência totalmente inusitada.


O jeito não linear da narrativa atrapalha um pouco. Alternando entre passado e presente, e fica ainda mais confuso por ficar alternando entre um narrador observador e narrador personagem, isso deixa tudo um pouco mais confuso do que o normal.

No começo é bem mais difícil de se acompanhar, e provavelmente o leitor irá se arrastar um pouco.

Ao utilizar o recurso do flashback na estória, o passado acaba pesando muito mais em suas consequências do que no próprio presente. Isso te faz querer ficar só no passado dos personagens.

E todo momento eu queria saber mais sobre Boss, eu simplesmente fiquei encantado para descobrir sempre mais sobre suas habilidades.

Os capítulos são bem curtinhos, então toda vez que toda vez que falava ?só mais um capítulo? e quando tu ver já tinha passado alguns a mais (?)

A edição da Darkside está um show a parte, cheia de ilustrações de saltar os olhos de tanta peculiaridades.

Circo Mecânico Tresaulti é um daqueles casos de 8 ou 80. Então tem que ler para tirar suas próprias conclusões.

gapaiva 31/12/2022

Bom, bonito, mas um pouco confuso
Não sei exatamente como ?tarjar? esse livro, o início é bom, explica muito bem sobre o que se trata. Após isso acaba ficando meio confuso ou monótono, não sei definir.

A história não me prendeu, demorei MUITO pra terminar, entre lidas e pausas e retomadas na leitura foram praticamente 7 meses conseguir terminar.

O último terço da leitura acaba sendo totalmente diferente, acontecem algumas reviravoltas, o livro perde aquele Q introdutório que tem desde seu início, mas isso acaba acontecendo muito tarde.

É uma história muito bonita porém não me pegou, infelizmente.

Orlando 27/06/2016

O LIVRO É: “O CIRCO MECÂNICO TRESAULTI” DE GENEVIEVE VALENTINE
Desde muito pequeno fui fascinado pelo conceito do Circo e sua itinerância, mas acima de tudo o que sempre achei mais fascinante dentro do mundo cênico de um Circo são seus muitos tipos e personagens fantásticos e fantasiosos. Foi assim que o livro O Circo Mecânico Tresaulti me fisgou, expondo justamente essas duas coisas: um Circo e seus integrantes fantásticos. Não por acaso, os mesmos motivos que me fizeram ler e resenhar apaixonadamente os livros “O circo do Dr. Lau” (aqui) e “Algo sinistro vem por aí”.

Omundo criado pela autora Genevieve Valentine é distópico, destruído por uma guerra da qual todos parecem ser vítimas e soldados, uma guerra que destruiu cidades e países inteiros, nos tornou nômades, praticamente bárbaros novamente em uma paisagem mista de Steampunk, Dark-Fantasy e Western, uma paisagem por onde o Circo Mecânico do título do livro vai passando e deixando alguns de seus integrantes em algumas das cidades por onde passa e, ao mesmo tempo, recolhendo outros que estejam em busca de trabalho seguro, comida e pousada; mesmo que temporariamente.

A premissa é ótima, difícil não ser tragado para a leitura já nas primeiras páginas do livro, mas parece que logo adiante a força de toda essa magia vai se esvaindo de acordo com o avanço da narrativa: personagens interessantes desfilam ao lado de outros mais rasos que um pires, ótimas ideias deixadas de lado para aprofundar outras sem graça e enfadonhas, situações que ganham excesso de atenção enquanto outras simplesmente ficam ali num cantinho qualquer sem o devido ou merecido espaço, aspectos excessivamente detalhados enquanto outros são citados esporadicamente e sem nenhuma explicação ou aprofundamento. Genevieve Valentine é muito criativa no contexto e nas ideias de seu mundo, mas ainda não é uma grande narradora.

É sempre frustrante ter de dizer isso de um livro com um contexto tão bacana: O Circo Mecânico Tresaulti foi uma decepção… não é um livro ruim, mas é um livro que não cresce, que não se desenvolve bem, que não mostra realmente a que vieram seus personagens e mesmo em um ótimo contexto, a história aqui contada acaba parecendo um quebra-cabeças faltando várias de suas peças.

Vagando de cidade em cidade, explorando aqui e ali a história de seus mais emblemáticos integrantes, a história do Circo Mecânico é, em sua quase totalidade, narrada pelo garoto chamado Little George, o braço direito de Boss, a manda-chuva durona que comanda o espetáculo e mantém toda a coesão da trupe circense. O que há de tão fantástico num circo que perambula entre os destroços da guerra de vila em vila, de cidade em cidade? Ora, simples, seus integrantes cujas partes do corpo são constituídas com tubos, engrenagens, molas, pistões, chapas e placas de metal.

Pernas, braços, pulmões, asas e até mesmo um corpo quase completo com exceção da cabeça, feitos de metal e engrenagens ao melhor estilo Steampunk. Os seres fantásticos do circo de Boss são fruto de uma estranho e misterioso procedimento “cirúrgico” que remove as partes orgânicas necessárias e as substitui pelas partes mecânicas artificiais. Cada intervenção de Boss em quem aceita ser uma das criaturas fantásticas da obra é exclusiva, o que dá a cada um deles suas particularidades, beleza, habilidades e características.

Infelizmente a maioria desses personagens se perde em uma meia dúzia de cenas aqui e ali, a maioria é apenas citada, detalhada em suas alterações físicas e depois fica em algum canto qualquer como se a autora não soubesse bem o que fazer com eles. Ok, dá para relevar isso se pensarmos que nem todo personagem de livro precisa ser “o protagonista” e ter grande destaque, mas nem mesmo os protagonistas da obra tem lá muito aprofundamento: Boss e Little George carecem de empatia, de detalhes de personalidade, de fascínio… e isso em um livro que dialoga com a fantasia é praticamente uma sentença de morte.

As próprias motivações de alguns dos personagens da obra acabam soando forçadas e a repetição delas acaba se tornando algo antipático e implicante; todo capítulo que se inicia reforça várias vezes ao leitor coisas e situações já exploradas ou explanadas, como se a autora quisesse ter certeza de que seu leitor tivesse entendido tudo detalhe por detalhe.
Uma dessas situações é uma das engrenagens que move a obra: alguns dos mais influentes e misteriosos integrantes do circo estão em uma longa e complexa disputa interna pelo fabuloso par de asas que um dia pertenceu ao finado Alec, o homem voador que padeceu numa trágica queda por motivos aparentemente desconhecidos e que foi durante alguns anos a grande estrela do picadeiro do circo mecânico.

A choradeira e as intrigas para ver quem será presenteado por Boss com as asas é um fator recorrente na narrativa da obra, a todo instante o texto volta a esse ponto e nos diz “olha, esse lance aqui é importante, hein”, “essas asas são demais, hein”, “ei, olha que ideia bacana tem aqui e que move essa situação”… não convence, nem como motivação, nem como drama e nem como aspecto estético, Genevieve Valentine não é uma boa narradora, nem uma boa criadora de embates tanto de ordem física quanto metafórica.

O circo em si acaba sendo uma das partes menos interessante da obra, não por falta de empenho da autora, mas sim porque a ladainha narrativa se arrasta praticamente num círculo espiralado onde se vai e volta o tempo todo aos mesmos pontos: o circo precisa continuar em movimento, a briga interna pelas asas, a memória latente do acidente com Alec, Boss isso, Boss aquilo, a fuga constante do Homem do Governo que, no fim das contas, acaba se mostrando a melhor parte da obra.

"Ele escuta, planeja, trabalha aos poucos para fazer um mundo à sua imagem.
As pessoas deixam-no construí-lo. É tirania, elas sabem, mas é a mesma coisa que elas fariam, se pudessem."

As situações em que o Homem do Governo é citado ou entra em cena são sempre cheias de ótimas metáforas, com alusões aos ditadores, a manobras políticas, ao processo de tomada gradual do poder travestido de benfeitoria. Sua cobiça pelo poder de Boss e por seus homens-máquina é outra engrenagem motora da obra que guia a narrativa para um embate inevitável entre os dois líderes.

Genevieve Valentine é uma ótima criadora de ideias, não tem como negar isso e a questão do “homem do governo” surge em sua obra, cresce exponencialmente e prova isso com facilidade. Em seu mundo devastado por uma guerra de longa data, esse Homem do Governo é uma metáfora interessante e até certo ponto muito bem desenvolvida. É um personagem cuja motivação consiste em aprender a “magia” de Boss e criar um exército de homens-máquina indestrutível e capaz de reerguer o antigo mundo que existia antes das bombas caírem e destruírem tudo.
Ao menos ele tem uma motivação real e condizente com o que representa dentro da obra. É do Homem do Governo que surge o papel de antagonista da obra, guiando a narrativa para uma situação de embate que, aparentemente, a autora pretendia que fosse seu grande clímax… não foi.

A engrenagem rodou, rodou e rodou…
O excesso de focos narrativos diferentes, pulando de um a outro personagem constantemente, deixou a obra sem identidade narrativa e sem um foco preciso, a escrita truncada da autora só piorou tudo, o excesso de impressões sobre a mesma coisa fez tudo ter a aparência de não se mover nunca no sentido do avanço e progresso da obra.

Parágrafos curtíssimos, excesso de redundância na “chamada” dos personagens e uma pretensa estrutura poética fizeram a leitura ser ainda mais arrastada e quebrada.
A autora parece que precisa ainda de um tempo praticando a construção de suas frases no processo que alia de maneira exata forma, conteúdo e uma boa história em curso, três aspectos bastante comuns nas grandes obras de Literatura Mundial. Valentine é anunciada como uma grande promessa na escrita, mas ficou aqui a nítida impressão que essa promessa será cumprida só mais para frente em algum outro livro…

Ou ela precisa melhorar ou a tradução prejudicou muito o texto original. Sinceramente acredito que seja uma porção de cada coisa, pois o texto original, que não li, pode ter toda uma questão de encadeamento, musicalidade e poesia funcional para seu idioma de origem e que a tradução para o nosso idioma pode ter prejudicado e muito.
Ainda que a questão seja a perda natural que ocorre numa tradução, a história erguida em torno do circo, seus personagens e a jornada por eles realizada é fraca, a obra fica a meio caminho de qualquer uma de suas proposições, peca nas suas explicações e por vezes peca pela total e completa ausência delas, omitindo, por exemplo, alguns aspectos que enriqueceriam o mundo fantástico da obra. Sem algumas dessas explicações, fica parecendo que ou a autora simplesmente ignorou alguns fatos ou simplesmente não soube como dar-lhes consistência.

Por fim, a repetição ad infinitum dos mesmo pontos, das mesmas situações, das mesmas falas praticamente e das motivações de alguns personagens centrais tornou o número de páginas da obra um excesso completamente dispensável. Não foram poucas as ocasiões em que me surpreendi tendo a sensação de já ter lido vários parágrafos em capítulos anteriores. Se fosse mais enxuto, mais direto e prático, talvez o livre conseguisse seu efeito tanto no estilo quanto na forma que citei anteriormente, sem essa praticidade narrativa, o enfado dominou boa parte da narrativa, antipatizou personagens, enfraqueceu sua capacidade de criar empatia e, por fim, tirou muito da magia que tanto se pregou durante a obra toda.

Ficou a sensação de que faltou algo, que faltou alma e corpo. Uma pena, a ideia é ótima, mas o encanto todo prometido pela passagem do Circo Mecânico se perdeu nas ruínas da narrativa da autora, na fragilidade de seus personagens e no excessivo número deles, bem como em uma construção frágil das relações destes entre si e destes com o mundo fantástico que os cerca.

Por fim, enriqueceu sobremaneira a obra as ilustrações de Wesley Rodrigues nas intercalações de capítulo, realmente um belo show particular adicionado ao livro nacional, tanto na versão normal quanto na cobiçadíssimaLimited Editon.
Vou esperar o circo voltar uma outra ocasião, dessa vez o espetáculo não foi do meu agrado, mas ficam os aplausos de respeito pelas ótimas ideias que desfilaram pelo picadeiro.


O Circo Mecânico Tresaulti
Respeitável público, sejam bem vindos ao incrível Circo Mecânico Tresaulti, o lugar para quem acredita no mundo mágico que nos rodeia. Permita-me conduzi-lo por uma viagem única através da luz e das sombras onde descobriremos juntos uma nova forma de ver tudo e a todos. Onde não existe limite entre o picadeiro e a plateia, onde tudo é real e o único limite é a nossa vontade de sonhar.”Às vezes, o mundo pode parecer um lugar desolador e escuro, formado por vastas amplidões cheias de conflito, onde o que todos procuram é se agarrar a algo que os faça sobreviver ao dia seguinte.
Pois em O Circo Mecânico Tresaulti esse deserto cheio de perigos é atravessado pela magia de uma potente força criadora, capaz de devolver a integridade emocional e física a quem se juntar à trupe.Em pleno cenário pós-apocalíptico, O Circo Mecânico Tresaulti ergue sua lona e dá início ao grande espetáculo. Ambientado sobre a perigosa superfície de um mundo devastado, cheio de bombas e radiação remanescentes de uma guerra pela qual todos já saíram derrotados, este belo romance nos apresenta uma caravana circense em eterna viagem através de muitas cidades sem país, região ou rota definida. Lugares que podem não mais existir quando o circo retornar.
Aqueles que se juntam ao circo procuram segurança, trabalho sem risco de vida ou apenas uma nova forma de recomeçar. E seguir adiante, apesar de tudo.Boss, a força motora do circo, agrega novos personagens, atraídos pela sua habilidade muito especial para recuperar corpos mutilados pela guerra, criando assim magníficos seres mecânicos pós-humanos – repletos de complexas engrenagens, placas de ferro, pétalas de cobre, pulmões relojoaria, rodas e pistões -, cada um trazendo para o circo algo nunca visto e sentido antes.

FICHA TÉCNICA
o Título | O Circo Mecânico Tresaulti
o Autor | Genevieve Valentine
o Tradutor | Dalton Caldas
o Editora | DarkSide®
o Edição | 1a
o Idioma | Português
o ISBN | 9788566636802
o Especificações | 320 páginas, Limited Edition (capa dura)
o Dimensões | 14 x 21 cm



site: http://www.pontozero.net.br/?p=9138

Jaqueline.Ferraz 23/12/2016

Metáfora circense.
confusa.

Iollaus 09/01/2017

3 estrelas generosas
Não há dúvida que o livro tem uma edição que conta com capa e ilustrações belíssimas, quanto a diagramação também não tem o que reclamar, porém, infelizmente esses pontos são os melhores do livro, não é um livro difícil de ler ou até mesmo ruim, mas não é nada demais.
Eu costumo adorar livros com capítulos curtos, mas creio que nessa história esse característica acabou atrapalhando a narrativa, uma vez que tinha tantas mudanças de tempo e de ponto de vista que você acabava se perdendo um pouco.
Mais uma falha no livro se tem devido a pouca explicação sobre a magia presente, sabe-se, ao decorrer da narrativa, que o circo todo é envolto de magia, mas não se tem uma explicação melhor em relação a isso.
Quanto ao fim, poderia ter sido melhor, mas poderia ter sido bem pior também, como eu digo no título, são três estrelas generosas.
Os personagens são 'okay', principalmente as personagens femininas que são as melhores, boa parte do livro eu li apenas me importando com a Boss, a Bird e a Elena. Infelizmente boa parte do livro é no ponto de vista de Little George, que na minha opinião é um personagem confuso e difícil de se importar.
Mesmo assim considero que vale a pena a leitura, por ser um livro rápido e por ter seus momentos de glória.

Vitoria.Bueno 14/03/2017

Lindo demais esse livro!!!
O livro primeiramente deixa o leitor perdido, e consequentemente, confuso. Isso acontece porque os capítulos são divididos entre os narrados por Little George, um membro do circo, e os narrados em terceira pessoa, porém, não há nenhuma indicação para atualizar o leitor dos momentos em que o narrador muda. Isso talvez deixe algumas pessoas frustradas. Eu preciso confessar que não tive problemas para entender o contexto do livro. Achei até, bem interessante. Nunca tinha lido um livro nesse formato e adoro coisas diferentes, rsrs.
No geral, o livro conta a estória do circo, que é fascinante, para falar a verdade. A maioria dos personagens são apenas "semi-humanos", ou seja, quase todos eles têm algo mecânico compondo seu corpo. Alguns tem uma coluna mecânica, outros tem ossos mecânicos etc. E o leitor fica ávido para saber como isso é possível. É tudo ciência ou há magia envolvida?
Em alguns momentos a estória viaja para o passado para contar a estória individual dos integrantes do fantástico circo. Em outros momentos, ficamos sabendo do que está acontecendo no presente deles.
E esses personagens são incríveis! E a evolução de alguns deles é de tirar o fôlego. Little George é um exemplo deles. Tem a Boss também, que é a chefe do circo. É ela quem constrói os mecanismos nas pessoas.
A única coisa fraca no livro, na minha opinião, é o fato de ele não ter uma tensão real para apimentar a estória. Geralmente nos livros temos um começo, com a apresentação dos personagens, e principalmente, de um vilão, o meio, com a tensão começando e indícios de um desastre na vida dos personagens, e então, o fim, com uma resolução daqueles problemas (ou uma luta, confronto entre o personagem principal e o vilão). Nesse livro, a estória foca muito na vida dos personagens, e o que os levaram a ir para o circo. Há sim um confronto com um "inimigo" do circo, mas nada que mereça grande atenção. Eu adoraria que tivesse uma continuação, para que esses assuntos fossem aprofundados.
Mas no geral, eu gostei muito. Os capítulos são curtíssimos e deliciosos de ler. A escrita da autora é ótima. Sem falar do quão interessante são os personagens. A forma como são descritos, a aparência deles, o modo como se comportam e o que se passa na mente de alguns deles. Eu achei fantástico! Mas não darei spoilers, rsrs, vocês precisam ler!

site: http://ateoriadaslaranjas.blogspot.com.br/2017/01/o-circo-mecanico-tresaulti-genevieve.html

Robs - @biblioteca.paralela 07/10/2016

Confuso e tedioso
É com muita dor no coração que eu estou abandonando a leitura desse livro. A estória se passa num mundo pós-apocalíptico e fala sobre ex-soldados que foram mutilados e tiveram partes dos seus corpos trocados por engrenagens e peças mecânicas e acabam entrando para um estranho circo comandado por Boss.

O texto é narrado em primeira pessoa, mas a estória vai intercalando entre passado e presente e tive certa dificuldade em engrenar nesse ritmo da narrativa, apesar dos capítulos cursos me senti bastante entediada. Um mundo repleto de personagens que eu não sabia quem era quem ou o que faziam.

Esse foi um livro que eu julguei pela capa e infelizmente a química não rolou. Apesar das criticas serem muito boas eu me pegava a todo instante pensando que poderia estar lendo algo melhor e que estava perdendo tempo com essa leitura.

Dizem que para cada livro a um momento a ser lido, quem sabe esse não era o momento certo e no futuro eu retome a leitura e tenha uma opinião diferente.