Siuwick 17/05/2020
Julguei um livro pela capa
Existem diversos fatores que atraem o leitor para iniciar a leitura de um livro: uma sinopse intrigante, o comentário de outro autor de renome no fundo do livro, as resenhas positivas na internet... mas principalmente, um dos atributos que mais chamam nossa atenção é a capa. E a capa do livro Easy, de Tammara Webber, faz com que a gente queira escolher outro livro na estante.
Nele, nós vamos conhecer Jacqueline, que está extremamente abalada depois de romper com seu namorado de longa data que seguiu para a faculdade que ele escolheu. Duas semanas após o término, um ato violento quase teria acontecido se não fosse por Lucas, o enigmático garoto que a salvou. Após o incidente, entretanto, Lucas parece estar em todos os lugares e imediatamente surge uma atração intensa entre os dois. Mas a relação deles pode ser ameaçada devido aos inúmeros segredos que o garoto guarda.
O livro foi publicado em 2013 no Brasil, mas eu demorei alguns anos para lê-lo simplesmente porque essa capa não é nem um pouco atraente. Resolvi então parar com pré-julgamentos e enfim dar uma chance. O resultado foi ambíguo. Isso porque existiram diversos pontos da obra que foram bem colocados, como a temática do estupro em fraternidades americanas, e outros que não me agradaram tanto, como o comportamento da protagonista e o desenrolar da história.
Sendo um típico romance new adult, a leitura é fácil. Por outro lado, o romance dos dois foi desenvolvido de forma muito demorada e, em alguns momentos, entediante, apesar de estar clara a tensão sexual dos dois desde o primeiro olhar. Além disso, Webber soube colocar bem a temática do assédio sexual nas universitárias, mostrando como casos como os narrados na história são, infelizmente, comuns em festas de fraternidades americanas e as diversas opiniões dos jovens sobre esse tema.
Um ponto negativo a obra foi a protagonista, Jacqueline. Não achei que foi uma personagem bem contruída e, analisando a história dela e de Lucas, o que parece é que ela serviu apenas como plano de fundo para o protagonismo do mocinho. Este, por sua vez, possui um passado e segredos muito mais intrigantes e misteriosos, que realmente chamam a atenção do leitor para o livro. Ainda, Jacqueline me pareceu uma mulher extremamente condescendente com certas atitudes, o que me incomodou bastante durante a leitura. De mesmo modo, mesmo sendo uma leitura fácil, a história demorou um pouco para se desenrolar, com cenas e diálogos que poderiam ter sido retirados ou substituídos por outros mais interessantes.
Assim, volto a dizer que a leitura foi um tanto ambígua, com partes boas e ruins. Como qualquer livro, recomendo sua leitura para que o leitor possa tirar suas próprias conclusões. Ademais, sendo um new adult, é um bom livro para passar o tédio e se entreter um pouco.