Carla.Parreira 12/10/2023
Desperte o gigante interior
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O livro diz que ao nos empenharmos verdadeiramente para algo acontecer, o ?como? vai aflorar por si mesmo. Segundo o autor, nosso destino é controlado por três decisões: o que focalizamos, o que as coisas significam para nós e o que fazemos para criar os resultados que desejamos. Talvez nunca tenhamos pensado que nosso cérebro possui um sistema interno desenvolvido para tomar decisões. Ele atua como uma força invisível dirigindo todos os pensamentos, ações e sentimentos, tanto bons quanto maus, a cada momento de nossa vida. Controla como avaliamos tudo e em grande parte é dirigido pelo nosso subconsciente. A boa noticia é que podemos nos sobrepor a esse sistema tomando decisões conscientes em qualquer momento de nossas vidas. Não temos que permitir que a programação do passado controle o presente e o futuro. Podemos reinventar a nós mesmos, organizar sistematicamente nossas convicções e valores de um modo que impulsione-nos na direção do desígnio de nossa vida. É assim que constatamos ser o sucesso o resultado de pequenas decisões. Em alguns momentos é preciso pensar que a demora divina não é uma negativa, e que o aparentemente impossível em curto prazo, torna-se muito possível em longo prazo se tivermos fé e não desistirmos de sentir os benefícios dos nossos desejos.
O segredo do sucesso é aprender como usar a dor e o prazer, em vez de deixar que estes nos usem. Se fizermos isto, estaremos no comando de nossa vida. O fato é que a maioria das pessoas trabalha muito mais para conservar o que tem do que para correr os riscos necessários de conseguir o que realmente desejam. O livro explica que ao associarmos uma dor maciça a qualquer padrão emocional ou comportamento, evitaremos ceder a esse padrão. Precisamos usar essa compreensão para aproveitar a força do prazer e da dor a fim de modificar virtualmente qualquer coisa em nossas vidas. Se nos afligimos com qualquer coisa externa, o sofrimento não é causado pela coisa em si, mas por nossa própria avaliação a respeito; e isso nós temos poder de revogar a qualquer momento. Nosso comportamento é guiado pela reação instintiva à dor e ao prazer, não pelo calculo intelectual. Somos capazes de fazer muito mais para evitar a dor do que alcançar o prazer.
Daí a importância de saber que podemos aprender a condicionar nossas mentes, corpos e emoções, a vincular dor ou prazer a qualquer coisa que desejarmos. Mudando as vinculações de dor e prazer, mudaremos instantaneamente nosso comportamento. Basta vincular a dor aos comportamentos que queremos suspender, em tamanho nível de intensidade emocional que nem mesmo vamos mais considerar esses comportamentos. Conseqüentemente, é só vincular o prazer ao novo comportamento que desejamos. Através da repetição e intensidade emocional, passaremos a condicionar esses comportamentos em nosso intimo, até que se tornem automáticos.
Não é a dor e o prazer em si que nos impulsiona, mas sim a convicção do medo ou da alegria que sentiremos. Isso nos faz refletir que não somos impulsionados pela realidade, mas sim por nossa percepção da realidade.
Não são os eventos externos em nossa vida que nos moldam, mas sim as convicções sobre o que esses eventos significam. Sempre que algo acontece em nossa vida, nosso cérebro formula duas indagações: isso vai significar dor ou prazer?; O que devo fazer agora para evitar a dor e/ou obter prazer?
As respostas a essas duas perguntas baseiam-se em nossas convicções, as quais são impulsionadas pelas generalizações a respeito do que aprendemos que pode nos levar a dor e ao prazer. Essas generalizações pessoais guiam todas as nossas ações, e com isso o rumo e qualidade de nossas vidas. O desafio de todas essas generalizações é o fato de se tornarem limitações sobre decisões futuras a respeito de quem somos e de nossas capacidades. Precisamos lembrar que a maioria das convicções de generalizações sobre o nosso passado, baseadas em interpretações de experiências agradáveis e dolorosas, carregam junto três certezas: nem sempre decidimos conscientemente no que vamos ou não acreditar; muitas vezes as convicções baseia-se em interpretações errôneas de experiências passadas; e depois que assumimos uma convicção esquecemos que é apenas uma interpretação de um fato antigo. Passamos a tratar nossas convicções como se fossem realidades.
O livro deixa claro que somos capazes de tal distorção e invenção, pois as referencias que usamos para criar as convicções são virtualmente limitadas. Assim, podemos imaginar algo de forma bem vívida como se tivéssemos passado pela experiência concreta e o cérebro não será capaz de perceber a diferença entre a imaginação e a realidade. De tal forma somos impelidos na direção de nossos sonhos através da capacidade de usar referencias imaginárias.
A razão pela qual o sucesso se esquiva à maioria das pessoas é o fato de terem referencias insuficientes de êxito no passado e não se darem conta de que o passado não é igual ao futuro e que o novo não deve se basear categoricamente no velho. É preciso ser convicto de que mudanças acontecem a cada instante da vida porque tudo é passageiro. A coragem sem uso diminui, o empenho sem treino tende a murchar e o amor não partilhado se dissipa.
Nosso comportamento não é resultado de nossa capacidade, mas do estado em que nos encontramos no momento. Nossa capacidade sempre existe, e o que temos de fazer é ingressarmos nos estados em que ela se torna acessível.
No instante em que representamos a situação para nós mesmos com uma sensação X, é exatamente com X que vamos nos sentir. Isso quer dizer que sentimos as sensações que escolhemos sentir na decorrência dos fatos.
Daí o conselho do autor de trocar desconforto por amor e ternura; medo por apreço e gratidão; magoa por curiosidade; frustração por determinação; raiva por excitação e paixão; desapontamento por flexibilidade; culpa por confiança; inadequação por alegria; sobrecarga e sufoco por vitalidade; e solidão por contribuição.
Precisamos lembrar que a autoestima está vinculada à capacidade de sentir que estamos no controle dos eventos em nosso ambiente e isso representa ter regras que são viáveis e capazes de comandar. Não posso ter regras além da minha capacidade de fazê-las funcionar, pois senão ficará muito difícil sentir os valores positivos.
Devemos buscar simplificar as regras que geram nossos valores repelentes e ampliar as regras dos valores que almejamos e que nos satisfazem. Em verdade, ao validar as regras dos valores positivos, automaticamente já distanciamos de nós a probabilidade de vivenciarmos os valores repelentes. Temos referências suficientes dentro de nós para apoiar qualquer idéia que quisermos. O importante é expandir as referências disponíveis em nossa vida e procurar conscientemente as experiências que expandem o senso de quem somos, do que somos capazes, além de organizar as referencias por meios fortalecedores. A maneira pela qual usamos nossas referências determinará como nos sentimos, porque a definição se algo é bom ou ruim baseia-se em nossas comparações.
Isso me faz lembrar que uma das maiores convicções que desenvolvi e que me ajuda a desfrutar toda a minha experiência de vida, foi a idéia de que não há experiências ruins, que não importa o que eu passe pela vida, quer seja uma experiência de desafio ou totalmente desagradável, toda e qualquer experiência me proporciona algo valioso, se eu procurar. É possível que os dias que parecem piores em nossas vidas possam ser os mais poderosos em termos das lições que optamos por aprender. Nenhuma experiência, seja positiva ou negativa, deve ser vista como uma perda de tempo, alegria ou valor mediante a complexidade da vida.
A perda é imaginária. Nada jamais desaparece no universo. Apenas muda de forma. A cada dia em que vivemos, absorvemos novas informações, idéias, conceitos, experiências e sensações. Precisamos montar guarda conscientemente na porta de nossa mente, a fim de garantirmos que só ingressarão coisas que enriquecerão a nossa vida, e que as experiências procuradas aumentarão o suprimento de possibilidades. Nossa identidade é constituída pelas decisões que tomamos sobre quem somos e o que decidimos fundir em nós mesmos. Somos os rótulos que conferimos a nós mesmos e a maneira como definimos nossa identidade define nossa vida. Ninguém precisa se rotular de algo negativo apenas por vivenciar algo decepcionante ou fora do controle. Perante a busca de definir as próprias qualidades e ampliá-las, a imaginação será boa ajudante. Precisamos lembrar que a imaginação é dez vezes mais potente do que a força de vontade. A imaginação desencadeada nos proporciona um senso de certeza e uma visão que se projeta muito além das limitações do passado. Imaginar que atuamos mediante certas características benéficas é o primeiro passo para realmente possuí-las no dia-a-dia.