Júlia 23/08/2023
2 anos interrompidos
Quando Suzanne vai para um hospital psiquiátrico, após uma checagem de 20 minutos para considerá-la "louca" ou não, ela fica condenada a passar 2 anos nessa instituição. _Onde vivencia diversas situações com outras internadas_
O mérito do livro, porém, na minha opinião, está nas partes finais, quando Suzanna analisa o seu diagnóstico e o que pode ter causado isso. Ela chega à conclusão de que foi por conta da personalidade dela, não seguia padrões. Tinha diversos namorados. Sem perspectiva para cursar faculdades ou uma carreira futura. E gostava de vestir preto. Além disso, ela analisa como são "dois pesos, duas medidas" para as mulheres, como a questão da promiscuidade. Qual o número exato para uma mulher ser promíscua? Já houve algo relacionado a isso para homens? Além disso, há questionamentos relacionados ao próprio fato de sua "doença" estar em um livro como esses, quando homossexualidade já esteve e não está mais. Quando todos os sintomas de sua "doença" são comuns em fases da vida como a adolescência ou de qualquer fase da vida (como preocupações com a autoimagem e não ter noção de onde seguir). Porém, o que deu "um gás" para ela ser internada são as coisas que ela fazia com seu pulso, mas ninguem sabia. "Garota, interrompida" trata de uma garota que, não se adequando aos padrões, é internada em uma época em que pouco se sabia sobre doenças mentais e como tratá-las e que, após um diagnóstico rápido e fraco, tanto pela sociedade quanto pelos médicos, teve anos decisivos de sua vida interrompidos.