Rafa S. 24/02/2009
O livro é bom? Depende...
Terminei hoje de ler A profecia das pedras e posso dizer que não há livro mais difícil de se classificar do que este. O livro é bom? depende. Simples demais? depende. É um livro bonito? advinhe, é isso mesmo, depende.
Mas do que depende tudo isso? Depende de você ter consciência de que Flavia Bujor tinha 13 aninhos quando escreveu A profecia das Pedras entre uma aula e outra da escola e nas férias escolares.
Se você é levado a ler A profecia das Pedras devido à publicidade que afirma "na tradição de O Senhor dos Anéis e Harry Potter..." a decepção é quase certa. A profecia das pedras tem uma linguagem bem simples, aliás, muito simples se comparada a Tolkien. Acontecimentos que seriam descritos por Tolkien em páginas e mais páginas, nesse livro ocupam nada mais do que um ou dois parágrafos. Não tenho dúvidas de que aqueles que admiram o trabalho do cultuado Tolkien pela riqueza de detalhes, dificilmente se encantarão pela enorme simplicidade de A profecia das Pedras.
Esse livro também passa bem longe de ser parecido com Harry Potter. O número de personagens é relativamente reduzido e a obra é pequena, não criando a ligação que os livros de JK criam entre leitor e personagem ( vai me dizer que você leu os 7 livros e não chorou em nenhum? )
Então o livro é pequeno, simples e ruim? Não, a Profecia das Pedras é um livro muito bem escrito! Se você tem consciência de que a autora tinha apenas 13 anos quando escreveu esse livro fica simplesmente impossível não se encantar com o talento de Flávia Bujor.
Muito embora os personagens não sejam tão cativantes quanto os de Harry Potter eles são interessantes e possuem relativa complexidade psicológica ( de todo modo seria difícil criar em trezentas e poucas páginas a ligação que JK cria entre leitor e personagens em Harry Potter, que possui 7 volumes, sendo os últimos 4 bem extensos )
Além disso a estória é bem criativa, principalmente quando começam surgir os primeiros vestígios de que o que ocorre a Ambar, Jade e Opala está intimamente ligado à menina que se encontra à beira da morte na França atual.
Bem, eu recomendo essa obra para aqueles que gostam de literatura de fantasia e apreciam uma leitura mais leve, sem muita riqueza de detalhes, mas, ainda assim, muito boa. Como eu disse, se você inicia a leitura sem a expectativa de ver a riqueza de detalhes de um Tolkien ou de ser levado a criar a ligação existente entre os fãs de Harry Potter e os personagens de JK, fica então impossível não se encantar pela estória escrita pela jovem Flávia Bujor.