Veneella 13/06/2016Você mudaria seu passado?Escrito por Ichigo Takano (detalhe que eu adoro: Ichigo quer dizer morango ♥︎) e um shoujo de grande sucesso no Japão, Orange chega pela editora JBC esbanjando fofura e delicadeza. Tanto que atraiu vários ninjas cortadores de cebolas para o meu quarto – os malditos!
A história gira em torno de Naho Takamiya e das misteriosas cartas que ela recebe de si mesma 10 anos no futuro. As cartas dizem com perfeição o que acontecerá e fazem vários pedidos visando evitar os arrependimentos que a Naho do futuro tem, mas todos eles com um grande objetivo: Salvar Kakeru Naruse, o menino transferido que viria a se tornar um grande amigo para todos.
O grande desafio de Naho no mangá é vencer o próprio medo e a insegurança, pois se ela ceder a esses medos, vai trilhar o mesmo caminho da Naho que enviou as cartas e perder Kakeru para sempre. Porém, conforme ela faz escolhas diferentes, ela também cria um novo futuro que não está escrito e deve fazer novas escolhas de acordo com seu coração.
Ichigo -sério, gente, que nome fofo- também foi inteligente ao mostrar a Naho do futuro que enviou as cartas, com vários momentos tocantes entre os amigos que sofrem a perda de Kakeru e tentam descobrir se, afinal, foi um acidente ou não que tirou a vida dele. Além disso, fiquei sempre muito curiosa para ver se as mudanças da Naho do passado afetariam o futuro mostrado.
Um ponto muito interessante que eu me peguei pensando enquanto lia foi: se eu pudesse voltar no passado, eu mudaria alguma coisa?
A Naho teve um futuro onde, apesar desses arrependimentos que ela carrega, coisas muito boas aconteceram. Ela estaria mesmo disposta a abrir mão dessas coisas para mudar o passado? Sim, salvar uma pessoa é importante, e uma coisa muito boa, e com certeza outras coisas boas decorreriam disso, sem dúvida. Mas como escolher entre uma coisa e outra? E se, no fim, ao mudar os arrependimentos do passado ela acabasse por perder algo que ela definitivamente não abriria mão no futuro onde ela se encontra?
Orange traz muitas reflexões como essa e é uma das coisas que fazem a obra se destacar nesse mar de shoujos. Acredito que a obra também traga com muita fidelidade aspectos da cultura japonesa, como a questão do toque entre as pessoas – ainda mais que brasileiro é um bicho que gosta de calor humano – e a questão de respeito entre colegas de anos diferentes (aquela história de senpai, veterana, etc.). Sou barraqueira demais pra levar desaforo pra casa.
anger
Achei o traço da obra muito singular e combina bastante com o clima geral da história. É de uma fofura diferente do que estou acostumada, simples e acolhedora.
Até o momento a JBC já publicou 2 dos 5 volumes da obra e já é o suficiente para perceber o porque de Orange ser um mangá tão queridinho no Japão – já virou até filme! Com delicadeza e um toque leve de fantasia (ou sci-fi, se preferirem), é uma história cativante que tem tudo para agradar ao público.
site:
www.papodesereia.com.br