Camis 27/05/2013INCRÍVELExcepcional! Sob o céu do nunca, o primeiro volume da trilogia Never Sky, criada pela brasileira Veronica Rossi, se mostrou a maior surpresa que eu já tive neste ano. Comecei minha leitura não levando muita fé no livro, por algum motivo, apesar de suas recomendações e boa fama, eu ainda não tinha certeza de que iria gostar. Pois bem, eu estava certa, não gostei... Eu me apaixonei!!
Ária, uma das Ocupantes do Núcleo de Quimera, estava apenas tentando obter informações sobre sua mãe através do insuportável Soren quando as coisas saíram do controle. Três garotos em busca de algo “real” acabaram incendiando o Ag 6, mas ela foi quem levou a culpa por tudo, e acabou sendo expulsa dos Núcleos para a Loja da Morte, ou melhor dizendo, para o Mundo Real. Ocupantes não sobrevivem no ambiente inóspito que é o lado externo dos Núcleos, mas, por alguma razão, ela sobreviveu.
Após catástrofes ambientais, as pessoas foram forçadas a entrar nos Núcleos, ambientes isolados de toda destruição. Com toda a tecnologia desses ambientes, as pessoas passaram a viver por séculos; a comida é abundante; os bebês não são concebidos, mas sim criados geneticamente; e exitem os Reinos, ou melhor, mundos virtuais nos quais tudo é possível. Para evitar o tédio de viver dentro de uma cápsula, as pessoas vivem dentro de video games nos quais elas podem tudo: sentir, cheirar, olhar, tocar, escutar, andar... tudo, absolutamente tudo é feito virtualmente.
Mas somente 6 mil pessoas foram abençoadas o suficiente pra viverem dentro dessas instalações. Fora dos Núcleos ainda existem os Selvagens, aqueles que tem que caçar para comer, sobreviver às chuvas do céu de Éter, e morrem após apenas alguns anos.
Perry é um dos Selvagens que vivem fora dos Núcleos, mais precisamente na aldeia dos Marés. Há menos de um mês ele perdeu sua cunhada para uma doença que agora está atando seu sobrinho, e é por isso que ele decidiu invadir um dos Núcleos em busca de medicamentos. O que ele não esperava é que as coisas se complicassem tanto, e muito menos que acabasse tendo que salvar uma Ocupante de um incêndio. E que consequências maiores estavam por vir: seu sobrinho foi sequestrado pelos Ocupantes como represália por seu comportamento.
Quando ele e Ária se encontram eles se unem, mesmo que um ache a companhia do outro insuportável, para atingirem um mesmo objetivo: entrar nos Núcleos. Ela, para encontrar sua mãe, ele, para salvar seu sobrinho. Juntos eles vão enfrentar canibais, dispersos e chuvas de éter, e vão aprender a conviver com suas diferenças, e se tornarem mais que aliados nessa busca.
Uma distopia alucinante! Com certeza Veronica me surpreendeu e me encantou com sua estória e narrativa. Além de ter criado um ambiente original, Veronica consegue transmitir em sua narrativa todas as emoções de seus personagens, suas cenas descritivas não cansam o leitor, e os personagens além de bem desenvolvidos tem características fortes e intrínsecas.
Os detalhes da diagramação que a Prumo realizou são realmente bem feitos e deixam o livro mais delicado. Os capítulos são intercalados pela narrativa, sempre em terceira pessoa, sob o ponto de vista de Ária e de Perry, assim o leitor pode saber o acontece em mais de um lugar ao mesmo tempo e ficar por dentro do que cada um dos protagonistas pensam. Em algumas cenas de ação eu desejei que houvesse um pouco mais de emoção ou descrição, ou que ao menos fossem mais prolongadas, mas este foi um detalhe tão pequeno que não me incomodou e não tirou uma única estrela do livro. Pra quem ama ser surpreendido e arrebatado por um livro, Never Sky, da Editora Prumo, é o livro perfeito.
"- As nuvens se dissipam? – perguntou ela.
- Completamente? Não. Nunca.
- Quanto ao Éter? Ele some em algum momento?
- Nunca, Tatu. O Éter nunca some.
Ela olhou para cima.
- Um mundo de nuncas sob o céu do nunca. (Página 116)"
"- Tenho observado você e Roar. Querendo que fosse eu a treinar você. Agora, não quero mais fazer isso.
- Por quê? – a voz de Ária saiu alta e fina.
Ele sorriu, num lampejo de timidez, antes de se aproximar mais.
- Tem outras coisas que prefiro fazer, quando estou sozinho com você.
Era hora de se atirar do abismo.
- Então faça. (Página 267)"
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