O outro pé da sereia

O outro pé da sereia Mia Couto




Resenhas - O Outro Pé da Sereia


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Marília 10/09/2023

No final você fica sem saber o que realmente aconteceu e o que foi somente sonho da personagem Mwadia.
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Caio 06/10/2019

O tempo é um dos deuses mais lindo
Sim, realmente ele é! E acredito que ele também tem a capacidade de nos tornar tão belos quanto... depende das nossas escolhas.

Talvez eu precisava de mais tempo para ler esta obra do Mia Couto. Não digo tempo, marcador do cotidiano, mas o Tempo que nos faz ser mais belos e mais suscetíveis a enxergar a beleza imperceptível pela juventude e vontades modernas...

Minhas resenhas não são e nunca terão a pretensão de descrever os fatos dos livros, não é pudor ?sem spoiler? é só que não me sinto capaz de sintetizar. Defendo a experiência de conhecer, e deixar explodir os sentimentos, sejam eles quais forem.

Como disse, acho que não estava pronto para ler esta obra do Mia Couto. Isso está longe de significar que a obra é ruim... é porque trata de uma profunda beleza mística. Não é um livro difícil ou trabalhoso para ler. É incrível como duas histórias temporalmente distantes se encontram, como é bom ler realismo fantástico.

Não estou dizendo que tem que ter uma idade certa para ler O outro pé da sereia, o que digo é que no meu caso, daqui um tempo, eu terei a beleza necessária para observar com mais cuidado as belezas dessa obra.
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Rodrigo Scarabelli 21/06/2021

O outro pé da Sereia
Duas linhas temporais contam uma história de Moçambique, gravitada em torno de uma santa com pé alquebrado, feita sereia, integrando devoções à santidade dos céus europeus com a das águas africanas.

Toca-nos particularmente essa história, entendemo-nos nela via uma cumplicidade secreta entre Brasil e Moçambique: dividimos a cruel história da colonização europeia e seus desdobramentos e transbordamentos na forja da nossa alma.

As personagens e a trama estão fincadas num solo narrativo genuinamente poético, cujas raízes se aprofundam vigorosamente na metáfora do próprio existir. Mia Couto faz alquimias pela escrita como ninguém.
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Diego Vertu @outro_livro_lido 13/06/2021

Uma viagem à África antiga e atual
Em 1560 o jesuíta português deixa a cidade de Goa, na Índia, para cristianizar o mítico reino de Monomotapa, na África. Na nau, é levado a imagem de Nossa Senhora, no decorrer da viagem, a imagem aparece com um dos pés decepado.
No início do século XX, O burriqueiro Zero Madzero e a mulher Mwadia encontram a imagem da Santa nas margens de um rio. Um advinho recomenda Mwadia ir até Vila Longe encontrar um bom abrigo para a Santa para evitar consequencias por terem conspurcado o espírito do rio. Saindo de Antigamente em Vila Longe Mwadia reencontra sua família, uma cidade preparada pra receber uns estrangeiros e então Mwadia terá que entender quando história do passado e do presente se cruzam achando assim o devido lugar a sua santa.
.
O autor desenvolve uma narrativa cheia de lirismo e magias, uma reflexão sobre a África Moderna e sobre a história do povo moçambicano focando nas crenças e magias destes povos. Alterna os capítulos do passado e do presente deixando a leitura fluida cheio de frases reflexivas. Adorei como o autor contrapõe a religião cristã com a religião africana. Um livro com muitos significados encanadores que Mia Couto nos presenteia. Eu recomendo a leitura.
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Chele 09/08/2020

É um livro com personagens muito ricos, entrelaçando as relações entre portugueses, negros e indianos é revelada aos poucos quase como uma condução de uma nau. O autor faz um ponte literária entre passado e futuro, fazendo um desenho crítico, triste e cômico.
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Malu 17/06/2019

O Outro Pé da Sereia
Mia Couto, a cada nova obra lida, me surpreende em sua sagacidade e realismo fantástico.
O livro aborda 2 momentos da história da África dos Sécs. XVI e XXI, e supera na organização de 2 mundos tão distintos e tão iguais. Para conhecer esta trama maravilhosa, impactante e q nos deixa em transe, só acessando a msm.
Recomendo a leitura pra ontem!
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isa.dantas 11/12/2016

Esse livro acabou comigo. Passarei alguns dias refletindo sobre.
Ana Lúcia 19/03/2018minha estante
Senti o mesmo.




Day 03/12/2016

“Na figura do curandeiro, ele confirmava como era triste uma terra em que o dormir não difere do morrer”
O outro pé da sereia é dividido em duas partes que são intercaladas ao longo do livro:
fatos acontecidos em 2002 em Moçambique e fatos acontecidos por volta de 1560.
Nos capítulos que contam a história em 1560, temos a narração de um grupo de
pessoas que viajam de Goa até Moçambique e nos capítulos de 2002 a história dos
moradores de Vila Longe.
Diversos assuntos complexos e interessantes são apresentados no decorrer da narração
das duas histórias, assuntos estes que nos passam uma ideia das influencias da
colonização, da escravidão e da religião em África.
A igreja e suas imposições são amplamente abordadas ao longo da história,
principalmente as imposições da igreja católica em relação a conversão e abandono das
religiões africanas, ora trabalhado com pesar, ora com ironia.
Um ponto interessante da obra é a grande quantidade de palavras de diferentes línguas
que são apresentadas ao longo das histórias e que tem seus significados apresentados em
notas de rodapé.
Entre os temas trabalhados, encontramos também a desigualdade social e as relações
de poder, dentre estas, o patriarcado é muito apresentado. A mulher sempre presa às
suas tarefas, reduzia ao papel de mãe e muitas vezes tratada como uma serva. Censurada
de pensar, de ser mulher, sempre impotente a reagir.
Além disso, o idioma também é muito bem trabalhado. A generalização feita pelos
portugueses ao pensar existir apenas uma língua em África e a real variedade linguística
presente no continente são exemplos de pontos trazidos pelo autor.
O racismo também é um tema muito bem apresentado e aprofundado na obra. Além
disso, a questão de “todos os negros são irmãos” também é trazida a tona. Daí, um
ponto que pode ser retirado é a crítica ao costume de reconhecer os danos colônia X
metrópole, mas ignorar os embates entre os próprios povos africanos. Escravos que
possuem escravos e têm o tráfico como forma de vida, guerras e a própria ideia de
negros racistas são alguns dos assuntos apresentados a esse respeito.
Tudo isso é trabalhado de maneira delicada e com muita poesia, escrita já espera de Mia Couto.
Deixo também algumas questões que eu mesma não tenho resposta. Talvez com mais uma leitura da obra eu consiga encontra-las, talvez...
Estariam os moradores de Vila Longe vivos? Seriam os mesmos personagens nas duas historias?

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Nélio 26/04/2016

Desde quando comecei a ler contos e romances de Mia Couto, sua escrita me impressionou. Seus contos em O fio das missangas me fez querer conhecer mais e mais de sua obra.
Seu primeiro romance que li é, até hoje, um dos melhores livros que li Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra! Depois desses dois livros, ainda li 3 romances e agora terminei o quarto dele total de 5 romances! Não é qualquer autor que me prende assim!
Este último romance, com certeza, é outro dos grandes livros dele! Este é, junto de Um rio..., um dos mais bem tramadosrs.rs.. Longe de querer me aventurar como pretenso crítico literário deixo isso para os profissionais! -, quero dar meus palpites de leitor que gosta de bons livros.
Para além da mística que encontramos em sua obra e isso é algo maravilhoso de se ler! , o livro da vez vai além do lugar comum de quem já se coloca fora de muitos comuns lugares para literaturas como a dele. Mia é um moçambicano, branco, hoje vivendo na Europa, que se afirmou como não conseguindo pensar em escrever em outra língua que não em língua portuguesa, e que, por fim, (d)escreve em suas obras - sob a perspectiva de negros - a vida africana com maestria. Mistura de raças, de credos, línguas, política... e muito mais!
Passagens memoráveis:
A pele escura não ajudava a ver neles uma alma.
A vida são fósforos, acendendo-se uns em outros que se apagam.
A viagem termina quando encerramos as nossas fronteiras interiores. Regressamos a nós, não a um lugar.
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Ricardo 13/02/2016

Mwadia
Adorei a simplicidade complexa dos personagens, o clima de realismo fantástico ao estilo Garcia Marques, os neologismos rasteiros e o paralelo histórico. Me peguei várias vezes tentando falar o nome dos personagens que começam com "M" seguido de uma consoante,o mais saboroso de todos na minha opinião é o do jumento Mbongolo.
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Henrique 14/05/2015

resenha completa:
https://www.youtube.com/watch?v=eFY2uwBr3NI

confiram! ;)
[^Angie^] 14/05/2015minha estante
opaaaa




sonia 21/09/2014

tornar-se preto
Dizia Jung que veio embora da África antes que se tornasse preto, e com isso queria referir-se à intense ligação do homem com a terra, e o modo de viver das tribos que vai nos religando, a nós, civilizados, com forças poderosas da natureza, forças que desprezamos, mas lá, na África, é impossível ignorar.
Assim, Mia Couto segue pelo mesmo caminho e vai nos levando para dentro do pensamento africano, muito poético, e muito lucidadmente, um de seus personagens esclarece que 'precisamos deixar de ser pretos para sermos simples pessoas'. No context em que é dito, respondendo a um americano que queria resgatar valores africanos, quer simplesmente dizer que é melhor ser respeitado e aceito pelo que se é, deixando de lado os rótulos, afinal, africanos ou europeus, de qualquer cor, merecem o mesmo respeito e tem os mesmos direitos.
Na poética, Mia escolhe os nomes dos lugares como Vila Longe, Antigamente, o que já nos remete a um ambiente de sonho, de lembranças, para ir desfiando o rosário de tragédias que foi-se abatendo sobre aquelas pessoas, especialmente a moça Mwadia, perdida entre as lembranças de seus mortos e seus sonhos desfeitos.
Os acontecimentos da época das navegações portuguesas, resvalando pelos catequistas, terminando pelo Americanos que nesse século vem pesquisar a escravidão, ficam todos surreais, como sem sentido sempre foram, e Mia escolhe uma história bem bizarre para desnortear o leitor: o rei escravocrata que envia seu filho como escravo acorrentado no porão de um navio negreiro para que, ao regressar da viagem e assumer o trono, saiba como negociar com os escravagistas...afinal, o Americano finge não saber, como nossos professors escolares preferem não ensinar, que os pretos se escravizavam entre eles mesmos, uma tribo vendendo gente da outra, comércio milenar que existiu desde a Antiguidade, e não foram os portugueses que começaram com esse horror. E por que o título sereia? Sereia porque no continente africano, como aqui no Brasil, o sincretismo religioso trasnformou Nossa Senhora em Rainha das Águas.


site: http://escritoraporvocacao.blogspot.com.br/
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