Nani 22/09/2015*** Parecia 50 tons, mas não tinha sexo; e tinha uma trama de verdade ***Parece muito com "50 tons de cinza" (E. L. James), mas não vá embora. Deixa eu explicar, porque eu achei melhor que 50 tons.
Ambos têm uma mocinha virgem, um cara mais velho lindo e sensual, rico. Têm presentes caros e exagerados, uma atração quase instantânea, um cara que fica na friendzone cheio das boas intenções. Têm um "mocinho" atormentado e órfão, criado por uma família adotiva à qual não se adaptou, com um irmão e uma irmã mais nova. Uma "mocinha" com apenas um dos pais, que não lhe dá muita bola e também uma ex-namorada perseguidora.
Acho que chega né?
Quando passamos dessas similaridades, percebemos que o livro tem várias coisas que eu achei bem melhores que no outro. Tem um pano de fundo (que 50 tons não tinha nenhum) de contar sobre a história do livro "Divina Comédia" de Dante Alighieri e discutir sobre o autor e as circunstâncias em que foi escrito, já que Gabriel é professor universitário e pesquisa o tema e Julianne também.
As histórias de cada um dos protagonistas é bem mais real e menos doida que a do "50 tons". Sim, o passado de Gabriel é sério e o de Julianne também é, mas são bem mais fáceis de ver acontecendo no mundo real. Não vou dizer o que são, para não estragar a leitura. Eu não imaginava que fosse algo assim, e fiquei feliz de ser algo plausível e mais pé no chão que a história de Christian, ainda que sério também.
A descrição de Gabriel é boa: cabelos castanhos, olhos azuis, músculos, altura, calças e camisas ajustadas, óculos, mas uma tatuagem misteriosa com as letras M.A.I.A no seu peito.
Julianne é uma estudante que vive num apartamento pequeno e frio e sem cozinha, com longos cabelos escuros e olhos grandes e castanhos. Ela não é tão deslumbrada com Gabriel quanto Ana é com Christian. E isso tem um porquê: mesmo que Gabriel não se lembre completamente, eles já se conhecem, e Julia lembra muito bem.
Acho que a narrativa foi bem estruturada e os segredos foram sendo revelados na medida correta ao passar das 500 páginas. Mal percebi o tamanho, apesar de me assustar no começo.
Gostei e não gostei do fato de, por o livro parecer ser bem mais realista, o romance deles ficar na "mão dadas, beijos no pescoço e dormir juntinhos" por quase todo o livro. Adoro, mas exagerou! Eles só se permitem que role sexo mesmo, quando o semestre dela termina e ele não é mais oficialmente seu professor. Achei correto eles fazerem isso, mas por favoooor, 494 páginas (de 500!!). Até eu estava no inferno!
Entendo todos os motivos e tals, mas eu que sou pró-pegação (nos livros e na vida real, rsrs) fiquei sexualmente frustrada só de ler isso tudo! Eles paravam quando as coisas estavam começando a esquentar e aí algum deles dizia: "vamos conversar". Eles tiveram umas 489 "DR"s antes de fazerem sexo. (Imagina só como será depois?!)
Eu entendo, Gabriel. Entendi seu Inferno. Hahahaha
Altas discussões sobre até a posição da primeira metida do cara (ele queria ficar embaixo, ela queria que ele ficasse em cima a todo custo), mas fiquei feliz por eles e por Julianne ter tido uma primeira vez legal, diferentemente da maioria das garotas por aí.
Releria?? Não. Não sinto necessidade e nem sinto vontade de ler a continuação, apesar de ter gostado desse livro.
Recomendaria?? Sim, especialmente para quem tem receio, medo, nojo ou sei lá o quê contra "50 tons de cinza", por causa do sadomasoquismo e da relação doentia dos protagonistas. Isso não tem aqui. É uma relação complicada, mas ninguém tem "tons" que dizem que machucar a pessoa amada é aceitável e prazeroso.
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http://asletrasdaanne.blogspot.com.br/2015/09/resenha-32-o-inferno-de-gabriel-sylvain.html