Carla Martins 10/09/2013Sensual, mas não eróticoMais resenhas em: http://leituramaisqueobrigatoria.blogspot.com.br/
Antes de começar essa resenha, preciso informar que a capa do livro é mais hot que o seu conteúdo. Na verdade, eu nem classificaria O Inferno de Gabriel como romance erótico. É um livro sensual, mas não erótico.
O livro gira em torno de Julianne e Gabriel. Ele é um professor bem sucedido e ela, sua aluna. Eles já se conheciam antes de se encontrarem na sala de aula, mas Gabriel não lembra. Já Julianne nunca conseguiu esquecer seu primeiro encontro.
Ao contrário de outros livros eróticos que tenho lido e que possuem histórias completamente capazes de existirem na vida real, O Inferno de Gabriel é puramente ficção, por vários motivos. Alguns deles:
- Uma menina de 17 anos se apaixona por uma foto
- Depois de um tempo, acaba conhecendo pessoalmente o personagem da foto e eles passam a noite juntos em um pomar, mas não rola nada, nem um beijo
- Ela fica ANOS apaixonada por ele depois daquele dia, apesar de eles nunca mais terem tido o menor contato
- Quando se reencontram, ela tem 23 anos, namorou com um outro homem, mas continua virgem aos 23 anos, linda, continua virgem?
- Ele não faz questão de ser simpático com sua nova aluna e a trata de maneira desrespeitosa e até humilhante e ela aceita tudo. Afe.
- Mas, do nada, fica perdidamente apaixonado e crê com todas as suas forças que ela é o amor da sua vida
- Ela fica louca para ter sua primeira noite de amor com ele, mas ele vive adiando, pois quer esperar o momento perfeito para que a noite de sua amada seja inesquecível. Ela tem 23 anos, não 15. Estão se segurando tanto pra que, mesmo?
Apesar de algumas coisas exageradas, eu gostei do livro. A história acaba prendendo a atenção e fazendo a gente querer saber o que vem depois. Mas, a partir de um certo momento, tudo passa a girar em torno da primeira noite dos dois e, quando ela chega, parece que fica faltando explorar mais o assunto. Isso é o que dá criar tanta expectativa no leitor, com páginas e mais páginas de enrolação.
O começo do livro é bem engraçado e eu me peguei rindo alto várias vezes. Depois, o humor some e vira romance bem água com açúcar. Julianne recebe alguns apelidos durante o livro que são, no mínimo, bregas. Essa parte poderia ser facilmente arrancada da história sem prejuízo nenhum ao enredo fica a dica.
Engraçado que Julianne, como a Ana de 50 Tons, tem mania de morder a parte inferior do lábio. Mas, neste livro, isso não é encarado como algo sensual por Gabriel, mas como algo auto destrutivo, que o incomoda. Ele fica com medo de que ela se machuque e sempre puxa seu lábio para baixo, para livrá-lo da mordida.
Depois que eles se apaixonam e admitem isso um para o outro, começa a parte mais sensual do livro, mas também a mais irritante. A rasgação de seda entre eles é quase insuportável. Eles passam páginas e páginas falando para o outro frases como: "Como você é linda, minha querida. Ah, como é linda!". E essa nem é a pior delas. E aí ela responde que ele que é lindo, que ela não o merece....e fica essa trocação de elogios rasgados e chatos. Se 80% desses diálogos fossem retirados, ficaria na medida certa.
Fazendo um balanço, eu gostei do livro e lerei os próximos, mas não entrou para os meus favoritos.