Tulim 24/04/2013
Por um simples pedaço de cerâmica.
Caminhei à pequena biblioteca de minha escola com o intuito de ler algo que me fizesse refletir um pouco sobre o mundo (e diga-se de passagem: aumentar minha "cota de leitura"). Poderia ler Clarisse, Dostoiévski... Mas o verde livro com o título chamativo me conquistou e ali mesmo, naquele quartinho empoeirado, fui para uma viagem sem volta.
Linda Sue Park descreve, lindamente, uma história sem precedentes, verdadeira e sem limites geográficos e culturais, a história de um menino livre, embora preso pelas amarras de seu passado e de seu destino. Orelha-de-pau, assim como o Homem-Garça, Min, Ajima e outros artesãos, vivem numa aldeia pobre chamada Ch'ul'po. Neste lugar onde a curiosidade e criatividade espraiam-se por vários mundos, nascem vasos "doces" produzidos por "homens de vida amarga".
Orelha-de-pau, em uma de suas molecagens, conhece a fabricação de vasos e desde então se apaixona por tal coisa. Min, um dos maiores artesãos(se não o maior), vive numa conflituosa e pacata vida de Criador.
Ambos ficam cada vez mais próximos um do outro e daí desencadeia-se uma amizade, viagem, e... audácia. Audácia em trazer a "vida" do palácio em que estivera, para a aldeia (que o aguardava com péssimas notícias).
Mas a vida retorna novamente e... Mas leiam primeiro, só sei que, embora paradoxal, "homens de vida amarga, podem produzir doçura e vida".
P.S: Não irei mais àquela pequena biblioteca procurando aumentar a "cota de leitura" ou ler os grandes escritores, livros assim, nos levam para uma viagem sem volta!