Dois irmãos

Dois irmãos Milton Hatoum




Resenhas - Dois Irmãos


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Nicolas27 04/06/2023

Que livro surpreendente, revela muito sobre a vida em Manaus, os barões da borracha, a influência da ditadura militar, as mudanças sofridas na cidade e tudo isso ao acompanhar uma história ardente, turbulenta e cativante que prende o leitor.

O estilo de narrativa é muito bom, o narrador é uma personagem que acompanha e interage com a trama, de início não há muito detalhes, mas, ao decorrer, é revelado quem é a personagem que nos narra sua vivência, pensamentos, emoções e tentativas de compreender as pessoas que a cercam.

Ademais, o enredo traz como dois irmãos que se odeiam, agem de formas diferentes, com personalidades únicas e opostas, podem ser iguais no fim. Aqueles que mais se odeiam e se divergem são os mais semelhantes, não à primeira vista, mas ao conhecê-los profundamente.

Obra riquíssima.
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Beatriz.Ribeiro 22/07/2022

Uma família muito louca e também muito ouriçada.
Milton Hatoum escreveu um romance incrível com personagens tão palpáveis - sinto ódio de alguns até agora - e ambientação tão marcante que acredito ser difícil de esquecer.
Estou feliz por ter realizado essa leitura e também por ter participado do desafio do grupo literário que propôs essa obra. Não me canso de dizer o quanto nossa literatura é rica de detalhes e sentimentos. Viva Milton ??

" Cedo ou tarde, o tempo e o acaso acabam por alcançar a todos."
rodrigo963 22/07/2022minha estante
???




Marcelo217 15/07/2021

Drama familiar muito bem escrito
Já tinha ouvido maravilhas sobre esse livro e cheguei a assistir à série há muito tempo. Comecei a leitura sem expectativas, mas logo fui envolvido pela história.

O retrato da história de uma família tradicional do século XX e todas as suas problemáticas (e que problemáticas!). Todos os elementos comuns a família são retratados pelo narrador, filho da empregada, que se inclui na história conforme o seu desenrolar, o que eu achei genial. A família tinha tudo para viver em harmonia, mas o conflito entre os irmãos Yaqub e Omar fez, aos poucos, a família desmoronar.
Zana foi uma mãe que errou por amar e proteger demais, estragando completamente a vida do irmão caçula. O pai relapso, mas também amoroso, foram a combinação para a decadência da família. Também achei estranho uma leve insinuação ao incesto dos irmãos Rânia e Yaqub. Fiquei em dúvida se era realmente isso ou foi coisa da minha cabeça.

A escrita do autor é envolvente e muito completa, me proporcionou conhecer um pouco da cultura amazonense do século XX e também um pouco das tradições libanesas. Traços religiosos e também da serviência (e o abuso sexual) indígena comum da época. A contextualização da ditadura militar em Manaus foi também muito válida para elucidar as mudanças ocorridas com o tempo, tanto na família, quanto na cidade. Omar é um escroto e fiquei muito feliz com o final que ele teve, provavelmente faria o mesmo que Yaqub fez e o seu afastamento da família, ao meu ver, também foi compreensível.

Milton Hatoum merece a ovação que tem e no futuro espero ler os seus outros livros.


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Layla.Ribeiro 30/07/2022

Desafio literário 2022- Região Norte
Uma leitura envolvente desde o primeiro capítulo até o último, com uma linguagem simples e popular com personagens muito bem construídos a ponto de nos criar sentimentos distintos a cada um, na estória somos apresentados a vários momentos que ocorreram não só em Manaus, mas como o Norte do país, desde o ciclo da borracha até ditadura militar, esses momentos são citados de forma superficial, mas instiga ao leitor pesquisar sobre. Essa foi minha primeira experiência com o autor e não será a última, pois quero ler todas as obras dele, foi uma imersão a cultura manauense, me senti como se estivesse por lá não só visualizando os lugares como sentindo os cheiros e sabores, aprendi muita coisa com o livro sobre Manaus e descontruiu muito as imagens errôneas que eu tinha sobre o lugar.
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Aline294 08/01/2009

perfeito..
foi um dos melhores livros que já li! o livro em si é muito gostoso de ler, vc viaja pra Amazônia junto com a história, aprende sobre a cultura de lá e não vê a hora de saber o final. Eu fiquei completamente entretida, o li em dois dias e tenho vontade de ler novamente. foi muito bem escrito e é fascinante, vale a pena! (:
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Lucas1429 07/09/2023

Relato de um certo oriente
O romance temporal de Milton Hatoum reconstrói sob a voz de uma testemunha ocular atenta as vicissitudes de uma família de imigrantes libaneses na Manaus dos anos 50-60. O entrave principal se dá às vítimas do desvelo parental, entre os gêmeos Yaqub e Omar, tão opostos quanto merecedores das ambiguidades afetivas que o leitor nutre por ambos.

Omar, preferido da mãe e preterido do pai, descamba para uma onomatopeia visceral de ações que o enxerga como um perdido frente ao gêmeo sisudo e afoito para se destacar na seara industrial que acometia o país na década contada.

A síntese remete ao imaginário lendário da rixa entre irmãos, bíblico, dramático, romanceado.
Menos sútil - uma histeria contrária até - que "Esaú e Jacó", de Machado de Assis, Hatoum repete cacoetes da escrita de irmandades do autor maior, imprensando com mais força as disparidades políticas entre eles, de uma simpatia militar pelo mais aguerrido, a uma sensibilidade social do boêmio. sintomas da aversão golpista de um literato como Hatoum.

Há de se concordar com a condecoração de importante obra nacional entre estrangeiros e brasileiros. é sobre todos eles e a receita literária universal: os tais retalhos humanos.
Alê | @alexandrejjr 07/09/2023minha estante
Gosto da ideia de um "romance temporal". Parabéns pela resenha, Lucas!




Lara.Bia 16/03/2020

Leitura agradável
Terminei o livro com uma certa dúvida em questão, mas isso ja era planejado pelo autor. Além disso, passei muita raiva com a mãe deles
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Leonardo.Broinizi 15/09/2022

Deveria ter conhecido Hatoum antes!
Não conhecia o Milton Hatoum e agora já adicionei outras obras dele à minha lista de futuras leituras (que não para de crescer rs).

Livro muito bom. Tem tudo o que eu gosto: escrita excelente, história realista, narrativa que esmiuça a natureza dos personagens. Um livro não tão antigo (é só comecinho deste século) mas que parece muito com os clássicos que tanto gosto.

Quem gosta de livro cheio de reviravoltas, muito rápido e com acontecimentos grandiosos, talvez não goste deste livro. Digo talvez porque, apesar de absolutamente não ser desse estilo, acretido que uma leitura tão boa despertará o gosto até de leitores que não estão acostumados com este tipo de livro.

Enfim, como sempre em anises de livros de ficção, não vou dar spoiler nem fazer uma anise muito abrangente porque já há muitas destas. Só trago alguns pontos que me chamam atenção. Indico este livro!
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Maria4556 12/11/2021

.
Me surpreendi de tão boa que a leitura foi. Mas ao mesmo tempo eu passei muita raiva porque o Omar é um mimadinho do c@r@lh0
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Lorena 05/09/2021

Poderia ser apenas mais uma
Uma história de gêmeos que se odeiam desde sempre. Mas Hatoum descreve a decadência de uma família em paralelo à decadência de Manaus pós-ciclo da borracha.

A história na visão e nas palavras do narrador-personagem é deliciosa, detalhes e sentimentos contados na medida certa.

Como dito na obra: loucura da paixão e ambição calculada formam a essência da destruição das relações da família.

Carinho especial pela história e pela cruel universalidade do papel de Domingas...
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Bruno Malini 02/02/2023

Muito bom
Um drama familiar cheio de ódio e ressentimento, onde absolutamente ninguém é inocente nessa família disfuncional.
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Emily 27/03/2021

Sensacional
Terminei a releitura, agora em 2021, com o mesmo sentimento que tive quando li pela primeira vez em 2019: escrita sensacional e trama incrível. LEIAM DOIS IRMÃOS!
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Otávio - @vendavaldelivros 20/07/2023

“Os gazais são convincentes, a paciência é poderosa, mas o coração de um tímido não conquista ninguém.”

Laços de sangue não são prerrogativas de amor. Entender que não é apenas porque duas pessoas compartilham a mesma família e o mesmo código genético que o amor surgirá entre elas é uma tarefa mais difícil do que parece. Somos condicionados a acreditar nesse amor fraternal e incondicional como regra, mas a verdade é que não há regra que baste para o amor, qualquer tipo de amor.

Publicado em 2000, “Dois Irmãos” é considerado por muitos a obra-prima do manauara Milton Hatoum. Vencedor do Jabuti de 2001 e considerado por muitos um dos melhores romances brasileiros da década, a obra narra a história de dois irmãos gêmeos, Yaqub e Omar, que possuem atitudes e personalidades completamente diferentes, além de terem também tratamentos diferenciados por parte dos pais.

A guerra eterna entre os irmãos é o tema central da história, porém temos aqui muito mais do que uma reinvenção do mito de Caim e Abel. É através de um núcleo familiar muito bem construído, que somos revelados a uma Manaus pré-ditadura militar e, depois, à mesma Manaus após o Golpe e seus efeitos em alguns dos personagens. Permeada de importantes críticas sociais, a obra alia o peso e a dureza da vida com uma prosa poética e apaixonante.

Narrado por um narrador que só se revela depois da metade do livro, “Dois Irmãos” tem fortes referências libanesas que são muito exploradas principalmente por Halim, o pai dos gêmeos e, com certeza, bebe na fonte da própria família de Hatoum, ele mesmo filho de um libanês com uma brasileira.

Intensidade e peso são duas palavras que ajudam a definir o que é essa experiência de leitura. Odiamos e amamos personagens com frequência, alimentados pelo amor de Halim por Zana ou pela injusta divisão de atenção feita pela própria Zana em relação aos filhos. Retratos perfeitos das imperfeitas famílias que seguem existindo, seja em Manaus, seja em qualquer lugar. Uma mostra de como mesmo o amor pode ser tóxico, destrutivo e alimentar egos criando monstros. Grande obra e grande leitura.
Alê | @alexandrejjr 22/09/2023minha estante
Como é bom ler textos bem escritos de bons livros! Valeu pela resenha, Otávio!


Otávio - @vendavaldelivros 22/09/2023minha estante
Valeu, meu camarada!




Duda.Pescarolli 25/08/2023

História interessante, porém angustiante
Terminei o livro com uma sensação de tristeza e lamentação por conta da evolução decadente da relação familiar que é apresentada, se equilibrando o tempo todo entre conciliação e destruição.

A história traz algumas questões polêmicas, principalmente o incesto, mas não de forma admissível, é apenas mostrada junto de várias outras complexidades e debilidades desta família.

Tudo é apresentado de forma real e natural, independentemente do teor dos acontecimentos, o que causa uma sensação agoniante de conformidade, pouco faziam para mudar/melhorar, porque a vida que eles levavam aqui, tanto as felicidades e tragédias que sofriam, eram a vida que tinham e ponto final.

As consequências dos atos de um refletiam em todos, porque enquanto família eles estavam inevitavelmente ligados um ao outro.

Não há um vilão para ser responsabilizado, de certa forma, todos são culpados ou vítimas em algum momento. Mas esse Omar ?????

Conheci o livro por ser uma leitura obrigatória para os vestibulares e por conta disso me surpreendi com a escrita fluída; apesar de bem detalhada e descritiva, e cheia de características regionais e culturais, não achei confusa nem densa.

A narrativa causa uma sensação de proximidade com o narrador, como se ele, em uma conversa, nos confessasse a sua vida e das pessoas com quem viveu.

E a forma como são apresentados aspectos históricos que marcaram os vários períodos em que se passa a história tornou tudo muito mais envolvente.

- Segunda Guerra Mundial
- Soldados de Borracha
- O crescimento da cidade de Manaus
- Vocabulário regional e da época; citação de comidas, plantas, festividades, costumes amazonenses.
- Domingas: a empregada que era praticamente uma escrava.
- Cultura libanesa; imigrantes.
- A construção e inauguração de Brasília.
- O avanço industrial e econômico do país, progresso industrial e modernização das grandes cidades, mas que chegava ao Norte de forma mais lenta e limitada.
- Ditadura militar.

Possíveis spoilers abaixo: ????????

A Zana e a Rânia condenando a "ambição" do Yaqub me deu tanto ódio. A Zana era cega de ciúmes e possessividade e só piorava conforme o Omar se tornava mais desprezível, como se ele fosse uma vítima do Yaqub ser um homem descente. Ate o final elas sustentaram a ideia de que o Omar era um pobre coitado e que nada deveria ser exigido dele, enquanto o Yaqub era mesquinho e deveria perdoar sem mais nem menos todas as vezes que foi tratado como inferior ou substituível pela própria mãe.

Halim, Domingas e Yaqub foram os meus prefeitos.

Acredito que a "vingança" do Yaqub contra o Omar envolvia muito além das suas próprias mágoas, acho que ele sabia sobre o abuso da Domingas, por exemplo.
Duda.Pescarolli 26/08/2023minha estante
Além disso esse livro mostra bastante como a forma que os pais tratam os filhos, especialmente quando existe diferença no tratamento entre irmãos, afeta e até moldar a relação deles.




Daubian 18/12/2021

A família flutuante
Manaus tem uma história interessante. Criada por ciclos de imigrantes e de progresso, se choca com a diversidade de espécies e povos que ali habitava. Você vê neste livro que a cidade tinha planos, mas foi se deteriorando, alterando-se. Assim como a família de Halim. Primeiro é muito interessante uma história do ponto de vista dessa família libanesa. O incesto paira no livro de forma bizarramente comum, pelo menos 3 elos problemáticos. A relação da mãe e a personalidade dos irmãos destruiu a família assim como as frágeis barcaças do rio foram demolidas. A sólida instituição familiar é deteriorada igual o casarão, emulando a metáfora de outras obras como Éramos seis. Ninguém ali é perfeito. Até mesmo o Yakub indiferente e cruel com laços com militares e a indiferença ao professor. Uma família destruída pelo amor. Amor de uma mãe e uma fixação doentia. Excelente visão de histórias pouco contadas.
Reh 13/05/2022minha estante
Já quero na minha estante




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