Dois irmãos

Dois irmãos Milton Hatoum




Resenhas - Dois Irmãos


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Pequod.3 06/04/2024

Simplesmente uma obra prima da literatura contemporânea brasileira. Uma obra que consegue mergulhar fundo nas intricadas relações familiares e nas complexidades da identidade cultural. Ambientado na cidade de Manaus, o romance retrata a vida dos gêmeos Yaqub e Omar e sua tumultuada relação, permeada por rivalidade desde a infância.

Hatoum tece uma trama rica em detalhes, onde cada personagem é habilmente desenvolvido, apresentando camadas de complexidade psicológica. A narrativa é conduzida com maestria, alternando entre passado e presente, revelando segredos e conexões entre os personagens de forma gradual e envolvente.

Um dos aspectos mais marcantes do livro é a atmosfera opressiva da cidade de Manaus, que se torna quase um personagem por si só. A descrição vívida dos cenários amazônicos e a exploração das tensões sociais e culturais da região acrescentam profundidade à história, situando-a em um contexto rico e autêntico, simplesmente sensacional.

Outro ponto importante é os mais diversos temas que a obra consegue abordar, amor, ódio, lealdade, traição e redenção, tocando em questões profundamente humanas, Milton Hatoum consegue capturar a essência da condição humana e em criar personagens tão vívidos e complexos é verdadeiramente impressionante.

Dois Irmãos possui uma beleza rara e profundidade, que transcende fronteiras culturais e geográficas para explorar as complexidades do coração humano.
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DeyvisonRaj 24/07/2023

Um deleite!
Adorei ler Dois Irmãos, um deleite! A história dessa conturbada família me prendeu do início ao fim. Foi muito proveitosa a experiência de submergir na Cidade da Amazônia, Manaus, e conhecer um pouco dessa parte do Brasil, tantas vezes tão negligenciada, e ter um pouco de contato com a cultura nortista e amazônica. Um livro muito bom para conhecer o Brasil que tá além do sudeste-sul, uma obra cheia de críticas sociais super pertinentes, de muita qualidade literária e, apesar de relativamente recente, já de muita importância para a literatura brasileira.
A história tem tudo que eu gosto em uma romance: drama familiar, narração em primeira pessoa, não linealidade, personagens detestáveis e uma montanha-russa de emoções. Milton Hatoum traz aqui uma história de irmãos gêmeos que se odeiam, mas que foge muito do representado na cultura pop, com a ideia manequeísta do bom e do mal (como Rute e Raquel, Paulina e Paola Bracho; ou ainda os personagens bíblicos de Caim e Abel, Isaac e Ismael, etc). O autor cria dois personagens reais, corrompidos pelo remorso, pelo ciúme doentio e a procura de uma vingança indelével, onde os laços sanguíneos não significam nada.
Além disso, o momento histórico ao qual a obra se passa, também é muito importante na construção da narrativa. Apesar das poucas marcas exatas de passagem do tempo e da narração não cronológica, é possível identificar que a história se passa entre a primeira década do século XX e se estende ao longo dele, passando pelos eventos que marcaram a época no Brasil: a Segunda Guerra, o processo de imigração e de industrialização (especialmente de Manaus) e a Ditadura Militar, que tem um foco importante para a história.
O livro pode, inclusive, nos causar um certo incômodo em determinadas partes, o motivo: a obra mexe com o conceito social de família que conhecemos. Podem os pais amarem mais um filho do que outro? Sobretudo a mãe, vista na sociedade como uma figura imaculada. Podem familiares sentirem volúpia uns pelos outros? Podem dois irmãos, gêmeos, idênticos, que dividiram a mesma placenta, dividem o mesmo DNA, o mesmo sangue e a mesma mãe, podem odiarem-se irracionalmente? Essas são algumas questões levantadas no livro, tudo isso dentro de uma narrativa super fluida e envolvente, ante uma aura misteriosa que não nos faz querer parar de ler.
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Daniela 10/04/2023

História de família e do brasil
Este livro fala sobre uma família que mora no Amazonas, há uma breve introdução de como era a vida dos pais dos protagonistas - os gêmeos.
O narrador vai contando quem é a família, até chegar nos dois irmãos, conta sobre os períodos históricos e sobre as nuances psicológicas de cada autor.
Eu li este livro porque irei prestar FUVEST, mas com certeza leria por prazer novamente.
A história é muito envolvente e não vejo como não gostar muito do narrador e de Domingas.
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Suzy 04/03/2021

Belíssimo!
Gostei muito da História, de como foi contada e também fluída, mas teve momentos que tive que parar por estar meio massante. Eu simplesmente odeio o Omar, pessoa horrível que só trouxe coisas ruins para a família dele. A mãe é outra pessoa que não gosto também, diria que o ciúmes pelo Omar é um ciúmes doentio, e super irritante. Yaqub não é santo, mas diria que foi o melhor dai, junto com o Pai, o Halim. A irmã não tem muito dq se dizer, e a Domingas também, diria que foram "personagens secundárias". Esse livro tem uma escrita muito boa, gostosa de se ler.
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Afonso74 24/05/2009

personagens fortes , enredo nem tanto
o mérito do livro está na construção muito bem feita dos personagens e o demérito está na falta de um enredo que faça jus à riqueza de seus protagonistas. de qualquer forma eu recomendo a leitura pois o estilo de Milton Hatoum me agradou nesse primeiro e único livro do autor que li até agora.
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Komninakis 04/08/2021

Ler por obrigação é sempre muito chato, mas esse livro definitivamente superou as minhas espectativas
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Maria1691 19/07/2023

Meu Deus
O título da resenha é tudo o que eu pensei enquanto lia. Esse livro tem os dois detalhes que cooperam muito bem: tiro, porrada e bomba associados a uma escrita incrível.

Tiro, porrada e bomba porque tem traição, pancadaria, incesto, tentativa de assassinato, estelionato, contrabando, preso político, imigração, trabalho infantil, abuso de poder, assédio, fofoca de bairro... Parece que o autor pegou uma lista de gatilhos e foi distribuindo pelo livro.

E a escrita maravilhosa de frases curtas. O autor parece ter o mesmo problema que eu tenho nas minhas redações, os abençoados conectivos. Ele simplesmente joga as frases, e mesmo assim, faz total sentido. Claro, em alguns momentos a leitura fica cansativa, mas é pela característica do narrador de ficar indo e voltando no tempo, contando uma história dentro da outra, mas depois que você pega no jeito, vai embora numa boa.

Opiniões desnecessárias, mas que eu preciso externalizar:
o tempo todo eu queria esganar o Omar;
concordo com tudo, tudinho mesmo, que o Yaqub fez;
a Zana é um saco;
o Halim e o Nael são incríveis;
e não tenho opinião formulada sobre a Rânia e a Domingas, só sei que a pobre da Domingas sofreu de mais nessa vida.

Enfim, amei esse livro, um alívio dentre as outras leituras obrigatórias!
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Liv 17/11/2022

é até que bom, mas é um livro bem confuso e complicado e também tenho várias perguntas sobre e achei um pouco problemático também
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y o o n e 06/10/2022

A melhor coisa desse livro é que ele é extremamente brasileiro. Poucos livros que se passam no norte/nordeste do nosso país se destacam, e esse é sem dúvidas excelente ambientado.
A gente odeia genuinamente os personagens, alguns mais que outros, tenta entender sem sucesso a linha de pensamento de alguns.


Os filhos sempre serão resultado da criação que tiveram.
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Manuella_3 01/11/2013

O ódio que o tempo não dissolve
DOIS IRMÃOS – Milton Hatoum – Companhia das Letras, 2007.

Vencedor do prêmio Jabuti, o livro conta a história de dois irmãos gêmeos que se reencontram após cinco anos. Há uma ruptura entre eles e um mal estar familiar prestes a ser revelado.
A narrativa em primeira pessoa deixa o leitor curioso para saber quem está contando a história da família libanesa que vive em Manaus. Com avanços e recuos do tempo, sem seguir uma ordem cronológica dos fatos, o narrador vai lembrando de situações conflituosas vividas na família, que tem como ponto dramático o desentendimento entre os gêmeos Omar e Yaqub. Há também a relação incestuosa da irmã Rânia com os irmãos, a preferência da mãe por Omar e o ciúme que o pai, Halim, tem da esposa Zana. Nesse emaranhado de emoções estão inseridos a empregada índia Domingas e seu filho, cujo nome só saberemos no final. Ele narra a história.
À medida que relembra tudo que viveu junto à família, o narrador parece buscar respostas para seu drama pessoal: saber quem é seu pai. Domingas nunca lhe contou e, ao longo do livro, vamos conhecendo cada personagem e a influência que exercem sobre o narrador. Com Halim, o patriarca, tem uma relação de proximidade e afeto, sendo seu confidente. E nutre uma paixão por Rânia, a irmã que nunca casou e tomou a frente do comércio da família. Halim conta sobre seu grande amor pela mãe dos gêmeos, Zana, e de como os filhos lhes roubaram os momentos íntimos e intensos.
Se por um lado o ressentido gêmeo Yaqub avança nos estudos e cresce profissionalmente, fazendo carreira como engenheiro e casando com o amor de infância de ambos, Omar é o gêmeo irresponsável e mulherengo, vive de farras e é protegido pelo cuidado obsessivo de Zana.
Ao reunir as lembranças do que observou na convivência com a família, o narrador tenta costurar a sua vida com os pedacinhos que lhe sobraram. Sua mãe trabalhou até o fim na grande casa dos imigrantes libaneses e a ele restou um quarto nos fundos.
Gostei muito do narrador, sua mãe e Halim, personagens carismáticos e suaves. Zana é a matriarca que rege a família com sua força e vai decidindo a vida dos filhos. Senti mesmo raiva de Omar e sua vida desregrada, sua agressividade e despeito.
O autor traz uma importante reflexão sobre o ódio que permanece, que a distância e o tempo não podem dissolver. Mágoas que vão se sobrepondo na história dessa família que vê o infortúnio chegar e levar Halim, Zana e Domingas. E com as sobras os irmãos carregam seus erros e dores, desconstruindo sonhos e inquietando o leitor, que os vê despidos de suas defesas. Humanos demais.
Com belos trechos da obra, termino o livro com lágrimas nos olhos. Linda e comovente leitura, profunda e sensível, tão real e próxima que chega a doer.
'Alguns dos nossos desejos só se cumprem no outro, os pesadelos pertencem a nós mesmos.' (p. 264).
'Naquela época tentei, em vão, escrever outras linhas. Mas as palavras parecem esperar a morte e o esquecimento; permanecem soterradas, petrificadas, em estado latente, para depois, em lenta combustão, acenderem em nós o desejo de contar passagens que o tempo dissipou. E o tempo, que nos faz esquecer, também é cúmplice delas. Só o tempo transforma nossos sentimentos em palavras mais verdadeiras.' (p. 244)
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Naty 22/08/2021

Acho que boa parte dos problemas dessa família seriam resolvidos com diálogo
Mas a proposta de trazer como narrador, alguém que ao menos tempo está e não está na família foi genial
Não é uma leitura fácil, mas posso dizer que é bem interessante
Agora estou com vontade de conhecer Manaus...
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Gabi 18/01/2021

"a viagem, a separação. A distância que promete apagar o ódio, o ciúme e o ato que os engendrou."

"uma dor ainda viva, uma paixão ainda acesa, a perda coberta de luto, a esperança de que os caloteiros saldassem as dívidas."

"Praga de palavras: cada um inventa duas e todos acreditam."

"Zana não escutava vaias nem conselhos; escutava sua própria voz"

"não tinha pressa para nada, nem para falar. Devia amar sem ânsia, aos bocadinhos, como quem sabe saborear uma delícia"

" 'Louca para ser livre.' Palavras mortas. Ninguém se liberta só com palavras. Ela ficou aqui na casa, sonhando com uma liberdade sempre adiada. Um dia, eu lhe disse: Ao diabo com os sonhos: ou a gente age, ou a morte de repente nos cutuca, e não há sonho na morte. Todos os sonhos estão aqui, eu dizia, e ela me olhava, cheia de palavras guardadas, ansiosa por falar."

"É melhor assim: lembrar o que me faz viver mais um pouco."

"Mas a memória inventa, mesmo quando quer ser fiel ao passado."

"Toda valentia é vulnerável."

"Escravos da aparência e ocos de alma."

"Pela boca morriam todos."

"Tinha brasa nos olhos, e, quem sabe, cinzas no coração. Calada diante dos vizinhos, muda para os conselhos de fulana, muda para tudo. Mas por dentro, lá no fundo, um banzeiro se agitava."

"Colhe a orquídea mais rara, mas também arranca a aninga da lama."

"Esperava, um pouquinho crédulo, como alguém que anseia colher um pequeno milagre: ver piscar a luzinha do acaso, quando já nada se espera.??"

"Revelou-se um mestre do equilíbrio quando as partes se tensionam. Não reagiu na juventude, quando um caco de vidro cortou-lhe a face esquerda; tampouco conformou-se com a cicatriz no rosto, como alguém que aceita passivamente um traço do destino."

"Deus fecha uma porta e abre outra."

"Mas as palavras parecem esperar a morte e o esquecimento; permanecem soterradas, petrificadas, em estado latente, para depois, em lenta combustão, acenderem em nós o desejo de contar passagens que o tempo dissipou. E o tempo, que nos faz esquecer, também é cúmplice delas. Só o tempo transforma nossos sentimentos em palavras mais verdadeiras"
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gabriela 04/09/2021

livro humanizado
Não é um dos melhores livros que eu já li mas superou as minhas espectativas. Fui descobrir o nome do narrador nas últimas páginas no livro, o que não afetou nem um pouco com o entendimento da obra. A história é contada em saltos cronológicos o que torna a leitura envolvente. Os capítulos grandes me mataram na hora de ler, mas o desenvolvimento dos personagens é amplamente cativante. A única pessoa em que eu gostei do livro foi o próprio narrador, talvez por ele está contando a história no seu ponto de vista, o que facilita a familiaridade com o mesmo.
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