O abajur lilas

O abajur lilas Plínio Marcos




Resenhas - O Abajur Lilás


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Priscila683 06/06/2024

Que história...
Abajur Lilás não é diferente das outras peças de Plínio Marcos, é em vão torcer pelas protagonistas. A peça retrata muito bem o cenário de abuso de poder pelo qual passava o Brasil em 1969, quando a peça for escrita. Plínio dá voz a personagens que ninguém quer ver e ouvir, mostra o lado mais vulnerável de uma sociedade doente.
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Camille.Labanca 31/03/2024

Bom texto
Senti falta da descrição das ações das personagens em foco secundário, porém é um peça muito forte e se bem interpretata causará impacto ao público
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Lyntura 12/03/2024

Me surpreendi
Recebi esse livro de presente sem aviso prévio, então não sabia o que esperar dele. Quando me deparei com esse conteúdo fiquei em choque por um momento, mas não um choque necessariamente ruim, foi apenas algo que não sabia que iria receber.
É uma história que mostra mais sobre os marginalizados da sociedade, aqueles considerados a escória dela. Os humaniza e mostra seus motivos, os torna tridimensionais, e por isso se torna difícil decidir se você os odeia ou se simpatiza por eles. Eu digo que você faz os dois, e eu um amante de personagens assim gostei do livro, então digo: recomendo.
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isalthc 14/05/2023

Muito bom
Eu adorei a obra, justamente por retratar uma realidade complexa, e difícil de sair quando entra.
Me encantei com essa característica do Plínio, como autor, de dar personalidade aos personagens, em outras palavras, eles não estão ali só por estar, cada um tem a sua história, o que, ironicamente foi engraçado pra mim, pois ao mesmo tempo que eu senti raiva de todos os personagens, eu também não sentia que queria ver uma desgraça, justamente por ele trazer essas características à peça.
Eu amei mesmo, enfim o plínio e sua arte melancólica
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Delano Delfino 20/03/2022

Não tem como não amar Plinio Marcos, com sua Creusa e realidade nós joga na cara um Brasil que evitamos olhar, tentamos jogar para debaixo do tapete. Coloca os marginalizados e foco de nos faz ver que não são diferentes de nós, mesmos anseios, sonhos e desejos. Como toda a obra do autor, sempre atual!!!
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Gabrielly 23/11/2021

Uma peça muito necessária. Foi interessante a forma como Plínio Marcos retratou a vida das prostitutas e de Giro, (o cafetão) e como essas personagens são marginalizadas pela sociedade, seja pela escolha de como levar a vida ou pela orientação sexual.
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 14/02/2015

Escancarado para quem quiser ver; ou melhor, para quem não teme ver
Difícil encontrar quem, ao se aventurar pelo gênero teatral brasileiro, não tenha trombado com O Abajur Lilás, de Plínio Marcos. Escrita em 1969, em plena ditadura militar, a peça só foi liberada pela Censura onze anos depois, em 1980. Tendo a montagem sido interrompida e retomada um par de vezes até sua liberação, O Abajur Lilás mobilizou toda a classe teatral, tornando-se símbolo de persistência.

A ação tem lugar no prostíbulo de Giro, um homossexual desapiedado que conta com Osvaldo, um segurança violento, para fazer valer sua autoridade ali. Em estado de extrema degradação humana, três prostitutas tentam sobreviver. Dilma se apega aos valores e ao filho que precisa criar; a rebelde e inconsequente Célia só deseja tomar o prostíbulo e o poder para si; Leninha é novata no lugar, individualista e parece não se abalar com os conflitos alheios. Tudo se complica quando um abajur aparece quebrado no dormitório e nenhuma das três assume a culpa.

Sem disfarces nem qualquer piedade, Plínio Marcos retrata as camadas mais marginalizadas da sociedade, seres sem perspectiva outra que sobreviver um dia após o outro de uma vida ingrata. As três prostitutas, o cafetão e o segurança fazem o que podem para defender o que é seu em um entorno marcado pelas relações de poder, onde a justiça parece não existir e os interesses individuais ditam as leis.

Apesar de dividirem o quarto e a triste realidade, Dilma, Célia e Leninha nada têm em comum. A esperança sincera; a rebeldia e a luta; ou então a completa indiferença e alienação; a maneira como elas lidam com a dominação imposta por Giro vai de um extremo a outro. Donas de voz única – e linguagem muito livre –, cada uma delas provoca no leitor impressões e sentimentos dos mais ambíguos, o que acaba sendo bastante interessante no decorrer da leitura e à medida que nos envolvemos com a obra.

Abarcando apenas um pedaço – embora uma amostra muito exata – da vida das três prostitutas, o texto visceral confronta o leitor com a banalidade da existência, com a vida reduzida a nada, com a realidade opressiva e decidida através da lei da caça e do caçador. Três seres em busca da salvação, do resgate, e apenas isso.

Mestre em revelar a podridão humana, Plínio Marcos não oferece clemência em bandeja de prata. E com O Abajur Lilás não podia ser diferente: é preciso boa dose de frieza e estômago para encarar uma história que transcende as páginas e o palco.

LEIA PORQUE...
Miséria, injustiça, desigualdade social, violência, submissão, autoritarismo. Tudo aqui é escancarado, para quem quiser ver – ou melhor, para quem não teme ver.

DA EXPERIÊNCIA...
Foi a segunda vez que li a peça e digo que o tempo fez toda a diferença. Minha resposta e reflexão perante a frieza do texto, hoje, foram bem diferentes de 8 anos atrás.

FEZ PENSAR EM...
A ideia do ser humano capturado na armadilha da vida. Dica: para quem quiser ir além, vale a pena pesquisar O Abajur Lilás como metáfora à Ditadura Militar no Brasil.


site: http://livrolab.blogspot.com
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Fabio Shiva 30/08/2010

Sempre considerei Plínio Marcos uma espécie de “herdeiro intelectual” de Nelson Rodrigues...
...por isso quis aproveitar a oportunidade de lê-lo na sequência de Nelson. Assim pude perceber mais as óbvias semelhanças entre os dois, e também notáveis diferenças.

Assim como Augusto dos Anjos, outro célebre “maldito” e também muito caro a meu coração, Plínio e Nelson são poetas do sombrio, do grotesco, do escatológico. Os dois são movidos pelo apelo estético da feiúra, da tristeza, da maldade. Não pelo amor à feiúra em si: o que os move é a angústia de denunciar o feio no mundo.
Os dois são, principalmente, moralistas! Denunciam o feio porque não o suportam, e com seu grande talento são capazes de transmitir essa angústia em suas peças.

E aí nasce a principal diferença entre os dois. Nelson Rodrigues é principalmente o crítico dos costumes. Plínio Marcos é acima de tudo o reformador social.

Nelson puxa sua plateia pelos cabelos e grita: vejam como o pecado é feio e gosmento!

Plínio chuta a plateia no estômago e brada: vejam como a miséria e feia e abjeta!

Outra diferença forte é que Plínio é absolutamente asfixiante. Não há brechas em suas trevas. Em Nelson, ao menos, encontramos o alívio da tensão em seus momentos de ironia e deboche.

“O Abajur Lilás” é uma peça com cinco personagens: Dilma, Célia e Leninha, prostitutas da boca do lixo, Giro, seu cafetão homossexual e Osvaldo, o segurança brocha e sádico. O título da peça é esse porque no mundo sórdido e cruel descrito pelo autor, um reles objeto de terceira categoria tem mais valor que a vida humana.

Triste, porém verdade.

A edição que li é de 1979 (a peça foi escrita em 1975), e na época “O Abajur Lilás” estava proibido de ser encenado pela censura. Curiosamente, liberaram o texto impresso. Vá-se entender a infinita burrice da censura!

(28.01.10)
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