Carla.Parreira 30/09/2023
Na Barra do Catimbó
A história gira em torno de um malandro, personagem central e emblemático, que desafia a polícia e acaba fugindo para criar uma comunidade periférica que leva seu nome, a Barra do Catimbó. Nesse contexto, a narrativa se desenrola de forma intensa e provoca questionamentos sobre a essência humana.
Ao longo do livro, os personagens se envolvem em disputas, trapaças, assassinatos e violências de diferentes tipos. A vida na Barra do Catimbó é marcada pela falta de recursos, pela precariedade das moradias e pelas dificuldades cotidianas enfrentadas pela população marginalizada.
Comparado com a obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo, percebemos um paralelo no retrato da vida nas periferias, na exposição da miséria e na exploração das personagens. No entanto, a abordagem de Plínio Marcos é diferente, pois vai além do naturalismo e busca retratar a realidade de forma crua e sem idealizações.
Na Barra do Catimbó, Plínio Marcos evidencia as contradições humanas, as relações de poder, a violência como forma de sobrevivência e os jogos de interesse presentes nesse ambiente marginalizado. A obra confronta o leitor com a dura realidade da periferia urbana, levantando questionamentos sobre a responsabilidade das instituições sociais e sobre a própria natureza do homem.
Em suma, Na Barra do Catimbó é um livro impactante que retrata de forma realista e sem romantismo a vida nas periferias urbanas. Plínio Marcos apresenta personagens complexos e uma narrativa intensa, expondo a violência, a miséria e as contradições de uma comunidade marginalizada. Por meio de sua escrita crua e provocativa, o autor desafia o leitor a refletir sobre os determinismos sociais e a condição humana.