Bea 06/08/2020
Introdutório e fácil de ser lido
O livro escrito de forma fluída (às vezes parece até um romance) por Lytton Strachey aborda a era vitoriana, de maneira breve, e também nos fornece informações sobre cultura, relações internacionais e política. Através da leitura podemos conhecer mais a Rainha Vitória, seus defeitos e suas qualidades. Preciso dizer que esperava um pouco mais dela, uma vez que a mesma se manteve no poder por quase 64 anos. Acredito que Vitória tenha sentido falta de uma presença masculina — já que perdeu seu pai antes mesmo de completar um ano de idade — e por isso tenha adquirido uma idolatria por diversos homens ao longo de sua vida. Admito que isso me incomodou bastante, esperava ver uma mulher mais decidida, poderosa e independente, de certa forma. De início ela já idolatra o lorde Melbourne e faz tudo o que ele pede. Em seguida, casa com o príncipe Albert e coloca-o num pedestal, ele jamais poderia ser algo além de perfeito, né? Enquanto isso, as palavras do povo são "no fim das contas, Albert ainda era um estrangeiro". Com a morte de seu marido, Vitória vive um luto quase eterno. Ela se apoia no primeiro-ministro Disraeli e depois no criado pessoal John Brown. Dá para perceber que ela desejava depender de alguém e não tomava qualquer decisão se esse alguém não opinasse. No entanto, quase no fim de sua vida Vitória toma as rédeas e parece ser mais "ela mesma", em sua pura personalidade e faz jus à fama que tem. Afinal, ainda era a rainha conhecida ao longo dos anos pela mistura estranha de bondade, ingenuidade, determinação, franqueza, orgulho e MUITA vitalidade.
"Ali estava ela, toda ela — a rainha da Inglaterra, completa e óbvia; o mundo podia aceitá-la ou rejeitá-la; ela não tinha mais nada a mostrar, ou a explicar, ou a modificar; e, com esta conduta ímpar, ela trilhava o seu caminho."