@naluentrepaginas 14/11/2018Trilogia: Irmãos Wolfe - Blog Entre PáginasEssa não é propriamente uma resenha, mas após finalizar a leitura de O Azarão e assim concluir a trilogia da Família Wolfe (de trás para frente) preciso compartilhar o quanto essa leitura me comoveu. Não tem que ela tenha algo relativamente forte, temática pesada, nada assim, é só que eu sou uma pessoa que lê mais YA, NA, Romance de Época e Fantasia, e então, ao me deparar com algo tão real e humano, me sensibilizei.
A família Wolfe pertence à classe trabalhadora, composta por pai (encanador), mãe e os 4 filhos. Steve, a estrela da família que seu deu bem na vida, Sarah, a que vive se pegando com o namorado, e Rube e Camenron (Cam) os dois “atoas” da família, que não trabalham, não tem muitos amigos, são conhecidos e autodenominados como “fracassados”.
Como já comentei anteriormente em outras postagens, eu comecei a leitura dessa série de trás para frente. Comprei “A Garota Que Eu Quero” sem saber que era parte de uma trilogia, e ainda por cima o último dela. Depois ganhei “Bom de Briga”, o segundo da série, em um evento do Grupo Editorial Record e por fim consegui no Skoob “O Azarão”, o primeiro. Como os livros não seguem uma narrativa com continuação, acabei não ficando tão perdida na história, e consegui acompanhar bem.
A trilogia narra o dia-a -ia da família Wolfe pela visão do filho mais novo, o Cam. Mostra como ele vê o pai, calado, trabalhador, que não demonstra muito afeto mas não deixa faltar comida; a mãe, que dá conta da casa e todas as coisas que seus filhos aprontam... e olha, eles aprontam viu? Ter a visão de que são pobres, fracassados, e bastante tempo ocioso faz com que eles tenham ideias absurdas, planejam assaltos, roubam placas de trânsito, se envolvem em lutas ilegais... tudo para mudar um pouco que seja o caminho que a vida deles insiste em seguir.
No primeiro livro Cam tem 15 anos e no último 17, e acompanhamos também seu amadurecimento como pessoa, a forma como ele vê as coisas e como se vê, o que ele espera de si mesmo. É muito interessante acompanhar essa autoavaliação, principalmente porque muitos de nós já tivemos momentos como os dele, fizemos as mesmas reflexões, tivemos as mesmas dúvidas.
muito fácil se identificar com a família Wolfe, e acho que isso foi o que mais mexeu comigo, o quanto eles são reais, o quanto os dramas deles já foram os meus. Ver os pais fazendo o que podem para dar uma vida digna aos filhos, e ver os filhos buscando uma forma de crescer, de ser melhor, é muito humano sabem? Muito real. É uma leitura rápida, mas que nos faz pensar, e com certeza me marcou para o resto da vida!
OBS: Só não gostei que a capa do último livro não seguiu o padrão das anteriores, que acho que tem tudo a ver com a história. Transmitem a agitação, a força, a garra da família Wolfe. Os dois primeiros foram publicados pela editora Bertrand Brasil, e o terceiro pela Editora Intrínseca.