spoiler visualizarThaylan 21/07/2015
Privatize Já!
Falar de privatização no Brasil é tratar de um tema polêmico, visto com maus olhos, algo pejorativo. Isto se deve a época dos anos 90, quando o partido PSDB foi pioneiro no país, adotando essas medidas com Fernando Henrique Cardoso. Contudo, não foram feitas por ideologia e sim por reais necessidades de caixa.
A privatização trouxe avanços e melhorias notáveis, mas devido ao ranço esquerdista do partido, elas foram feitas de maneiras atrapalhadas, não foram tão bem aproveitadas como poderiam. Além disso, o período o qual as privatizações foram feitas, paralelamente ocorria crises na Ásia e na Rússia que acabaram prejudicando a imagem das privatizações no país – por conta da globalização moderna, onde quando um país vive uma crise acaba prejudicando toda a cadeia global – e também a exclusão do povo brasileiro como possíveis acionistas e participantes. Apesar de tudo, foi muito positivo.
Fernando Henrique Cardoso (FHC) foi duramente criticado pela oposição, sobretudo nas privatizações da Telebrás e da Vale – empresas estatais ineficientes que rendia lucro somente aos burocratas. No caso da Telebrás, quando ainda era estatal, linhas telefônicas eram raridades, algo muito caro, chegando a constar no imposto de renda. Engana-se quem pensa, que apenas pagando a bagatela de R$10.000 automaticamente receberia a linha. As pessoas eram sorteadas e caso ganhassem o direito de comprar a linha, ficariam na fila por mais de 1 ano aguardando. Atualmente, após privatizada temos mais celulares do que habitantes no país.
Preço de banana?... A Vale foi privatizada por 3,4 Bilhões, porém esse valor era de 42% da empresa, que naquele momento era avaliada em 10 bilhões, e a compradora CSN ainda levaria as dividas inclusas que somavam 4 bilhões, ou seja, a caixa de banana custou 11 bilhões (!). Um detalhe importante: não se conseguiu maior competição no leilão, consequentemente preços maiores, devido a grande pressão da oposição que chegou a processar FHC pela privatização – isso afastou grandes investidores.
A Vale lucrava algo em torno de 500 milhões por ano, hoje após privatizada lucra 40 bilhões por ano e tem um quadro de funcionários muito maior pagando enormes impostos aos cofres públicos.
Por que privatizar é melhor? Basicamente por causa dos mecanismos de incentivo. Milton Friedman dizia que existem 4 formas de gasto: 1° quando gastamos o nosso dinheiro com nós mesmos – há total preocupação na quantia gasta e no bem gasto; 2° quando gastamos nosso dinheiro com terceiros – temos total preocupação com a quantia gasta, mas nem tanto como o bem gasto; no terceiro e quarto modo, são basicamente os modelos de gasto do governo, sendo o 3° quando se gasta o dinheiro dos outros com eles mesmos – não há preocupação com a quantidade gasta e nem com o bem gasto, porque não é pra mim mesmo; 4° gastar o dinheiro dos outros consigo mesmo – ai há uma completa orgia com o dinheiro, não há preocupação com a quantidade gasta mas sim com o bem gasto (patrimonialismo).
Partindo desse raciocínio, fica fácil entender o porquê de obras superfaturadas, estatais servindo de cabide de emprego, apartamentos vazios em Brasília servindo de depósito de entulho, carro oficial para cadela pessoal e tantos outros escândalos. Privatizar é a melhor alternativa.
Entretanto, se faz necessário alertar de que não há panaceias e um exemplo empírico disso é a Rússia, país que estava em crise após a Guerra Fria e com enorme risco dos socialistas voltarem ao poder. Foi então que Yeltsin, privatizou tudo as pressas. Faltavam órgãos reguladores e fiscais de mercado para garantir segurança aos acionistas e o cumprimento das leis, foi criado também vouchers para que a população participasse, porém, na miséria em que se encontravam, vendiam os vouchers a troco de pinga (literalmente), ou melhor, a troco de vodka. Empresários bem informados se aproveitaram da situação e fizeram milhões.
Politicas populistas caminham sempre lado a lado com a miséria, o que parece sinônimo de comunismo. Como diz o ditado “quando a promessa é demais até o santo desconfia”. Na China, país comunista, totalitário e ditatorial, não se deve esperar coisas boas, principalmente se tratando de políticos. Ocorre na China um fenômeno denominado, “revolução industrial tardia”, a economia chinesa vem crescendo exponencialmente há algumas décadas. O poder foi descentralizado e isso ajudou muito no desenvolvimento do país, o governo prioriza o setor imobiliário o que demanda empregos e custas em investimentos. Um país onde não se tem liberdade de imprensa muita coisa é maquiada. Foram criadas tantas casas e shoppings que encontra-se cidades fantasmas (sem habitantes). Esses excessos, no entanto, deverão ser reajustados e por isso há uma enorme probabilidade de ocorrer o estouro de uma bolha imobiliária na China.
Na antiga URSS ocorreu algo semelhante à China, quando o governo mandava produzir sapatos iguais e do mesmo tamanho, não importando a qualidade e sim a quantidade, porque quanto maior era a produção, maior era a verba dos burocratas.
Esquerdistas são ensaboados e sorrateiros, se esquivam dos fatos incômodos de maneira marota. Dizem constantemente “deturparam Marx”, fazendo uma defesa abjeta de que o pseudo-profeta foi mal interpretado e os governantes não praticaram o socialismo como deveria ser, culpam o capitalismo por tudo. Fica complicado julgar algo a não ser por seus resultados, nunca assumem a culpa, dizem ter o modelo pronto de paraíso na Terra, mas não comparam seus resultados com nada concreto.
Mas contra fatos não existem argumentos: dois exemplos empíricos de que o socialismo não funciona, são Alemanha e a Coréia. Separaram a Alemanha em lado ocidental e lado oriental, o mesmo país, com a mesma cultura e o mesmo povo e os resultados foram totalmente inversos por conta das medidas adotadas. O lado Ocidental capitalista, prosperou e se tornou rico; o lado Oriental veio a falência, precisando criar um muro para impedir que seus cidadãos fugissem para o outro lado. Na Coréia a mesma coisa: a Coréia do Norte um dos países mais fechados do mundo, com grande crise de fome por adotar o socialismo; já a Coréia do Sul, vai muito bem obrigado! País rico de primeiro mundo, por ter adotado o lado certo, o capitalismo.
Na África elefantes estavam sendo extintos, foi então que dois países tomaram rumos diferentes: Quênia proibiu a caça e o numero de elefantes despencou mais ainda, já o Zimbábue cedeu pequenos lotes e elefantes para a população e o resultado foi o aumento no numero de animais. Basta nos perguntarmos: Por que as vacas não estão em extinção e as baleias sim? Simples: as vacas têm donos e eles cuidam delas, já as baleias são de todos. Aquilo que é de todos, não é de ninguém.
Quando governantes populistas, demagogos, dizem que “não devemos ser “entreguistas”, que não devemos “dar” a troco de banana nossas empresas que são estratégicas” – até merda é setor estratégico para o governo, não é brincadeira, até uma empresa que produzia estercos os políticos queriam estatizar – ele na realidade quer o poder econômico geral, com a promessa de que irá dividir os lucros conosco, mas a verdade é que no socialismo os gastos são socializados, mas os lucros são privados.
A Previdência social é a prova de que o inferno está cheio de boas intenções. Um programa totalmente populista, que distribui benesses exacerbadas, certamente é insustentável. Nos Estados Unidos, 12% da população é idosa e recebe cerca de 6% do PIB da previdência social. No Brasil é o inverso: a população idosa é de 6% e recebem cerca de 12% do PIB.
Imaginem a hora que o bônus demográfico não for mais favorável e a base da pirâmide que trabalha e sustenta o topo improdutivo se inverter, teremos que viver com base em mágica. O economista já citado aqui, Milton Friedman, já dizia “não existe almoço grátis”, alguém está pagando essa conta. Quem seria? Você que trabalha. Tem solução? Sim, privatização. Assim, cada um contribui para si mesmo, e impede o parasitismo dos sangue-sugas que vivem nas custas dos outros.
Mais um exemplo para simplificar o modelo estatal contra o modelo privado é visualizarmos os setores em que ele opera e gere, em oposição aos setores privados. O maior exemplo estatal é o setor de infraestrutura: estradas, portos e aeroportos, um setor caótico, lento e ineficiente que encarece toda a produção. Já no lado oposto, o maior exemplo de setor privado é a internet: basta ver a velocidade da informação, dinamismo e preços cada vez mais baratos devido à alta competição, também pela constante inovação temos produtos cada vez mais modernos que facilita cada vez mais nossas vidas.
O petróleo é nosso? Meu é que não é! Pago uma das gasolinas mais caras do mundo enquanto países muito mais pobres e até mesmo países que não possuem petrolíferas pagam menos. Alguns dados para exemplificar esse fato, preços (em reais) da gasolina em vários países: Brasil (3,00), Argentina (2,77), Índia (2,69), China (2,52), Rússia (1,91), EUA (1,87) (preços com data de 2014). Nos EUA, por exemplo, o imposto sobre a gasolina é de 13%, no Brasil esse imposto chega a 55%. Estatizar o petróleo significa prosperidade ao povo? Acho que não. Se pensarmos nos países petrolíferos estatizantes: Irã, Rússia, Venezuela e Arábia Saudita – não me parecem exemplo de riqueza. Agora, se pensarmos em Canadá, EUA, Japão – com várias empresas privadas competindo e precisando importar petróleo, me parecem exemplos de prosperidade.
O estado costuma ter o efeito inverso do toque de Midas, ele tem o toque de “mierdas”. Tudo em que o estado põe a mão ele estraga. O intervencionismo faz com que os empresários tendam a investir em lobby ao invés da competitividade, pois ser amigo do rei é mais vantajoso que inovar.
Por conta desses estímulos errados, os burocratas utilizam de recursos como se não houvesse escassez, pelo fato de usarem o “dinheiro da viúva”. Como os governos não quebram, eles costumam a quebrar países. Portanto, entende-se que: a “destruição criadora” que o economista austríaco, Schumpeter, falava, é de total importância para a evolução. Quando Thomas Edson criou a lâmpada, milhares de produtores de vela e de querosene foram a falência, mas isso permitiu que surgisse algo novo que melhorou a vida até desses que foram a falência – muitos perderam emprego mas a população geral ganhou.
Por fim, a única privatização maléfica é a privatização para o estado, o aparelhamento da maquina publica, ocupando postos estratégicos para permanecerem no poder. Mais um motivo para minimizar o poder do estado, pois “o poder corrompe, mas o poder absoluto corrompe absolutamente” – Lord Acton. Deixar o poder centralizado é análogo a deixar duas raposas a cuidarem do galinheiro, não é de se espantar se ao acordar encontrar somente ossos no galinheiro. Então o cerne da questão é: quem vigia o vigia?
OBS: Tento um Blog intitulado "Ceticismo, Conservadorismo e Capitalismo" aonde eu posto várias resenhas e muito mais: artigos informativos, textos filosóficos. Deixarei o link na descrição!
site: www.thaylangranzotto.blogspot.com.br