Corpo Vivo

Corpo Vivo Adonias Filho




Resenhas - Corpo Vivo


5 encontrados | exibindo 1 a 5


jdsdnt 24/08/2022

MEH
já li fanfics melhores. não sei se pelo contexto da narrativa ou pelo gênero, ou o autor; teve umas partes repetitivas também que não acrescentaram nada a escrita e não passaram sentimento nenhum.
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Claire Scorzi 09/04/2021

O Dia em que Adonias Filho me Deixou Maravilhada
Este romance foi publicado em 1962, e segundo alguns encerra uma trilogia do autor sobre a região cacaueira na Bahia. Carlos Heitor Conny disse que "Corpo Vivo" mescla faroeste e tragédia grega. Concordo.
A primeira cena na parte 1 do livro é puro western: a descrição da emboscada, a forma como os tiros das armas atingem as vítimas, o ritmo. É seco e é - sim - poético. As frases repletas de inversões o atestam, e a imagética da terra - agreste, inóspita, hostil, misteriosa, cheia de segredos e de armadilhas, terra que mata o homem e continua inatacável, fechada para ele; terra com a qual o homem pode, na melhor das hipóteses, transigir, aprender a contornar, obedecer sua rudeza, mas jamais domá-la - é impressionante. Para ler em voz alta, como poesia em prosa.
E é romance de tragédia grega: o massacre e a criança sobrevivente, criada para vingar os mortos, menino que vira homem e fera porque seu ambiente e seus algozes são, também, feras, tem muito de tragédia.
Falta falar do Naturalismo do autor, tão presente em obras anteriores ("Os Servos da Morte", de 1948), aqui também: o estilo de época passou, mas a escrita de Adonias Filho encorporou suas marcas, a descrição de fisionomias e de gestos, a visão de suas figuras, as palavras para nomeá-las. Linguagem naturalista que sobreviveu ao Naturalismo. Naturalismo ainda no determinismo, a ideia de destino traçado: há um fatalismo percorrendo o livro, visível na fala dos personagens.
Beleza, ritmo, o que mais dizer? De mim, posso dizer que Adonias Filho é grandioso porque eu não gosto de sua visão de mundo, eu não gosto do assunto, não gosto da extrema violência, porém rendo-me à grandeza do autor. Talvez aí resida uma prova: se o leitor desgosta de tudo que apontei e ainda assim termina de ler o livro maravilhada, embasbacada, com um "Minha nossa..." escapando dos lábios, lendo e tornando a ler a passagem tal o maravilhamento - estamos diante de um grande escritor. Tão imenso que cativou uma leitora que desgosta de tudo o mais nele, mas queda-se emudecida, tentando escrever uma resenha que preste (não deu, mas tentei) e querendo ler mais, e mais, e mais dele...
Há anos, falando sobre Adonias Filho num vídeo, eu disse que, malgrado minhas divergências ideológicas / de enredo com ele, eu jamais sentia, lendo o autor, que estava perdendo meu tempo. Nunca. Eu ainda não havia lido algo dele que alcançasse 5 estrelas, mas admirava-o fortemente.
Adonias atingiu minhas expectativas, até as ultrapassou, com "Corpo Vivo". Magnífico. Soberbo. Sem palavras, que não dão conta. Chegou o momento: 5 estrelas.
Viva o velho e querido Henry James, que dizia que na literatura, o que importa não é o assunto, mas o tratamento que o escritor dá ao assunto. Ele estava certo.
Hélio Rosa 09/04/2021minha estante
Quero ler! Linda resenha!


Claire Scorzi 09/04/2021minha estante
Obrigada. O livro é espetacular, merece muitos leitores ^^




Gladston Mamede 13/11/2017

Mais um livro do primeiro ano do meu segundo grau, lá em 1980, no Colégio Santo Antônio. Mais uma obra que me marcou profundamente pela densidade dos cenários, pela paixão do enredo, pela força das palavras e cenas e sentimentos. Mais uma dívida com um grande professor: José Nani. E, quando ele nos falou do livro, o que já era estupendo, tornou-se mágico. Deus abençoe os bons professores.
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Pandora 20/02/2016

A vida de Cajango, desde os 11 anos, é a vingança. Testemunha do assassinato de seus pais e irmãos por jagunços, em meio à luta pelo domínio do cacau no sul da Bahia, ele é levado por seu padrinho ao índio Inuri, seu tio por parte de pai, a fim de que ele não seja encontrado pelos assassinos de sua família que, ao descobrirem que há um sobrevivente, o juram de morte. Embrenhado na selva, aprende a caçar, a matar e se prepara para vingar a morte dos seus. O texto de Adonias Filho é um drama cru e realista da luta de um homem que segue em frente em sua determinação sem questionar seus motivos, até que se depara com um novo sentimento. É um livro envolvente e tenso e que pode confundir um pouco pela falta de ordem cronológica, mas ao final, a releitura do início de cada uma das três partes do livro ajuda a dirimir as dúvidas, caso existam.
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Soeli.Forte 01/08/2013

Adonias filho em Corpo Vivo retrata de modo envolvente e dramático as guerras, a ambição, a crueldade e a violência que caracterizou a região do cacau no sul da Bahia. O enredo já se inicia de forma chocante. Cajango, o personagem central, tem toda a sua família assassinada devido à disputa pelas terras produtoras de cacau. Ele, único sobrevivente, passa a ser perseguido e é, por isso, levado pelo padrinho Abílio para ser criado pelo índio Inuri, irmão do seu pai. Vivendo na selva do Camacã, incentivado e influenciado pelo tio, dedica sua vida à luta por vingança. O massacre de sua gente e a sede por vingança. A partir desse momento a vida de Cajango muda de forma drástica, e o menino transforma-se rapidamente em homem. Em torno de si, sob suas ordens e a favor de sua vingança, forma-se um grupo de homens que vivem na floresta e espalham o terror por onde passam. Essa busca insana e incansável por vingança, os ataques efetivados pelo grupo fazem dele alvo de perseguições, sendo procurados em toda a região. São obrigados, assim, a viverem no Camacã. Este lugar oferece-lhes uma proteção como a de uma verdadeira mãe. Atravessar a selva, abrindo caminho com os próprios pés, apenas Cajango e Inuri. O Camacã é deles e tão deles que, na única investida para apanhá-los de cinqüenta jagunços que ousaram dois não saíram para contar história. No decorrer do romance, algumas vezes, aparecem referências a Hebe, "a bruxa doida" que profetizara o fim. Esse fim, segundo ela, começaria por uma mulher. A mulher aparece na vida de Cajango despertando nele sentimentos que até então estavam escondidos sob o desejo de vingança. Seu nome é Malva, ela é filha de Pereira e irmã de Leonel. A profecia se concretiza. É o fim do bando, o fim da caça aos criminosos que destruíram a sua família. Por causa da presença dessa mulher, o grupo se dissolve, Cajango mata o próprio tio e "provoca" a morte de Pereira e Leonel. Após a separação, todos são mortos, com exceção de Cajango, Malva e João Caio. Os dois primeiros fogem para a serra, onde não serão encontrados, pois, de acordo com Inuri, “os homens não a conhecem”. Quanto a João Caio, ao voltar para tentar uma vida normal, é reconhecido, espancado e obrigado a levá-los até Cajango. Ao chegarem se deparam com a imensidão da serra e compreendem que foram derrotados, pois jamais conseguirão penetrar ali. Assim, agrupando os homens, nos braços os rifles inúteis, o assombro nos olhos. após a consciência da derrota, regressam e libertam João Caio. Cajango e a mulher, as mãos nas mãos, pisam o chão úmido. As rochas como se movem, dobrando-se a serra, para recebê-los

Pandora 20/02/2016minha estante
Oi, sua resenha tem spoiler! Por favor, marque, pois você contou a história toda.




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