Driely Meira 13/01/2018
Lindo, mas poderia ter sido melhor desenvolvido
Todos conseguem lembrar um verão e aponta-lo, encontrando o ponto exato quando tudo mudou. Aquele verão era o meu. – página 11
Haven tem 15 anos e quase 1,85m, fato que a faz sentir-se anormal em comparação às outras pessoas. Mas esse é o menor dos seus problemas. Seu pai está prestes a casar-se com a “Mulherzinha do Tempo”, aquela que causara a separação entre ele e sua mãe, e sua irmã está noiva de um cara de quem Haven não gosta muito. Além disso, Haven precisa ser aquela que equilibra as coisas dentro de casa, sendo gentil e doce com a mãe o tempo todo e aturando o egoísmo da irmã mais velha, que parece achar que tudo é a respeito dela.
O relacionamento de Haven com a irmã não é o mesmo há muito tempo. Na verdade, desde que Ashley terminara com Sumner Lee, o namorado mais legal que já tivera, e o único que tratara Haven bem. Haven não entende (até o presente momento da história) como a irmã pôde terminar com um cara tão legal e divertido como Sumner; ele conseguia iluminar a casa como ninguém, e trazia o melhor de Ashley à tona.
Eu já tinha lido livros da Sarah Dessen antes, mas eram histórias mais recentes da autora, ou seja, mais maduras. Já fazia um tempo que estava com Aquele verão aqui, só que eu nem me lembrava dele...haha’ e quando lembrava, tinha receio de não ser tão bom, já que é curtinho. Não vou negar, a história poderia ter sido melhor desenvolvida e a autora poderia ter trabalhado melhor os personagens, mas não nego que é um livro muito bom.
Senti novamente a mesma sensação que eu tinha sempre que outra mudança ou transformação na minha vida se anunciava: aquela necessidade de prender os calcanhares no chão e me preparar para o próximo baque e suas consequências. Estava cansada de andar por aí, pegando os caquinhos para transformá-los em um todo novamente. – página 128
Não foi difícil me identificar com a Haven, apesar de eu ser baixinha. Ela é uma garota tão doce que achei impossível não sentir afeição por ela, e mesmo quando explodia com a irmã ou com a mãe (sinceramente, elas mereceram), eu torcia muito para que ela conseguisse respirar fundo e seguir em frente. E torcia muito para que alguém, qualquer pessoa, olhasse para Haven e perguntasse como ela estava, ou pelo menos a ouvisse.
Achei interessante Haven achar que a única pessoa que realmente a ouvia era ninguém menos do que Sumner Lee, o que só contribuiu ainda mais para sua raiva: por que sua irmã tinha terminado com um cara tão legal quanto ele? E por que a vida não podia ser sempre como aquele verão em que tudo era perfeito, quando os pais ainda estavam juntos, Ashley ainda namorava Sumner e Haven era feliz? Por que as coisas tinham que mudar?
Mais uma vez senti aquela urgência vertiginosa de estar com ele, próximo a ele, sendo levada para um passeio, independentemente de onde ele poderia estar indo, aquela esperança de que, talvez, em algum lugar em toda essa loucura e confusão, ele fosse o único que pudesse me entender. – página 115
Eu gostei bastante do livro, mas a autora podia ter estendido a história e desenvolvido melhor os personagens, principalmente os secundários, que ficaram meio que boiando no meio da trama, sem saber qual a utilidade que tinham para ela. Gostei do final, - mas confesso que agora estou com um pouquinho de medo de ler outros livros da autora, e me deparar com finais parecidos...haha’ – só que, assim como o restante do livro, podia ter sido melhor desenvolvido. Não fosse isso, o livro com certeza ganharia nota máxima.
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