Matheus 18/10/2013Na primeira vez que havia lido essa HQ, tinha achado o texto genial. Infelizmente, hoje percebo algo que até já vi o próprio Alan Moore falando: nessa época, ele até era meio ingênuo. E eu, talvez por ser também jovem na primeira vez que a li, fui um pouco ingênuo ao classificar essa HQ como genial. Entendo a importância da estória, mas, já tendo o livro que foi a principal inspiração para essa HQ, o 1984, vejo que o texto é até bem raso, e aposta em um mistério e em um personagem que dessa vez não me cativaram. Talvez toda a exposição da figura e da mascara de V hoje em dia tenha um pouco de culpa nisso. De certa forma, não consigo levar esse ícone mais tão a sério, e o fato de o personagem ser quase um super-herói me tira um pouco a verossimilhança da história. Em 1984, temos uma estória pesada, pessimista, que quando termina nos mostra que não há solução, não há luta, uma vez que a situação chegue no ponto em que ela chegou, não há volta, o sistema é mais poderoso que o indivíduo, que o símbolo, que qualquer coisa, e nossa luta deve ser para que as coisas nem cheguem naquele ponto. Aqui, não negando suas raízes quadrinisticas, temos um ser super-forte, super-inteligente, que luta contra o sistema e inspira o povo através de seu símbolo. Talvez eu não seja mais tão ingênuo para acreditar nisso.