Elaine Jubilato 15/11/2012Minha santa protetora das leitoras vorazes! Preciso desabafar....Já deu, né?! O que está acontecendo com as pseudo-escritoras no mundo?! O que fez Stephanie Meyer com sua história de vampiro purpurinado e romântico pra deixar a mulherada louca pra escrever tantas histórias eróticas. Sim, ela tem sua parcela de culpa, pois quase todos esses livros foram baseados no casal “crepusculino” .
Primeiro é uma jornalista “pura e inocente” que conhece numa entrevista um cara “rico, problemático e bonitão” e depois de algumas páginas estão transando loucamente (com toques de sadomasoquismo e submissão)....Depois, uma outra publicitária “pura e inocente” arruma um emprego numa empresa de um cara “rico, problemático e bonitão” e depois de algumas páginas estão transando loucamente (intensamente, eroticamente e tudo “mente” que se pode imaginar com sexo)....E lá vou eu comprar um outro livro, enquanto espero ansiosamente, romances mais inocentes, suaves e decentes serem lançados e me deparo, "Um olhar de Amor" (com esse título e uma capa super brega, já fico desconfiada, mas com boas criticas resolvo encarar).
E encontro, Clhoe, uma artesã “não tão pura e nem tão inocente ” , mas “problemática, submissa e carente” que conhece na estrada após um acidente, Chase, um cara “rico, garanhão e bonitão” que após poucas páginas (que se resumem em 24 horas na história...sim eu disse 24 horas!) já está perdidamente apaixonado por ela e claro, depois de um pequeno questionamento interno (bem pequena mesmo) ambos, já cheios de desejo, estão transando loucamente (em tudo que é canto de um vinhedo).
Fala sério! É como comprar edições Sabrina pagando 5 vezes mais. “Zero” de conteúdo, 20% de diálogo (incluindo suspiros, sussurros e gemidos) e 100% de sexo. Até livrinhos Sabrina tem mais enredo do que esses últimos livros que li.
E para meu desespero e preocupação com o rumo literário, descobri que trata-se do primeiro livro de uma série. “The Sullivans”, como se não bastasse a gente ler, em detalhes, sobre amor à primeira “trepada” (me perdoem pela linguagem vulgar, mas é exatamente o que o livro mostra e parece..vulgar) de um irmão Sullivan, ainda teremos mais 7 irmãos para completar a “saga”...tenho arrepios (de medo) só de imaginar o que vem por aí.
Essa onda de “hot contemporâneo” está me dando nos nervos. Será que a coisa está tão feia pro lado feminino, que precisamos usar esses recursos pra colocar sensualidade, erotismo e romance em nossas vidas? Esses livros deveriam vir com tarja preta, igual remédio, pois fazem mal a nossa saúde intelectual se “usado” em excesso.
Vou até a livraria inocentemente comprar um livro e me deparo com isso. Aí, vcs irão dizer “Então porquê compra?”....porque estava desavisada, porque sou boba, porque acredito que vou encontrar uma boa história por trás do sexo sem limite e porque acho que se faz tanto sucesso deve ser bom.....que grande engano. Tudo bem vc ler um livro com toques de erotismo e sensualidade, mas sexo selvagem, intenso e narrado em detalhes a partir do primeiro capítulo é um pouco demais, não é?
Me perdoem as leitoras que gostam desse tipo de leitura, mas depois da overdose de livros ditos “hot contemporâneos” lançados em 2012, só posso dizer que estou sentindo uma necessidade profunda Jane Austen, Elizabeth Gaskell, irmãs Bronte e do romantismo suave....daqueles onde a “a possibilidade” é o que dá um friozinho na barriga, onde nossa imaginação vai além das palavras vulgarmente escritas, sem necessidade da personagem arrancar a roupa, ser amarrada a lugar nenhum e ter todo tipo de sexo que se pode imaginar e o que não se pode também.
Da próxima vez que eu entrar numa livraria e resolver gastar meu dindin nessas porcarias literárias, quero muito estar acompanha de uma amiga com bom senso para que ela me dê um sacode pra ver se volto a razão.
Enfim, sei que falei pouco sobre o livro em si, mas resumidamente o que temos é isso....sexo do começo ao fim....sem intervalos.