Dani 09/03/2013Romeu não gostava de não ser ouvido, de viver em um corpo – ou melhor, dizendo, um espectro – em que todos fugissem dele apenas por sentir sua presença em determinado lugar. E tudo por ter se redimido por ter tirado a paz de Julieta setecentos anos atrás, e a libertado do futuro terrível e sombrio de se tornar uma Mercenária ou renovar os votos para ser uma Embaixadora; alternativas que a deixariam longe de Ben.
Porém enquanto se escondia em um dos becos imundos a que passara a habitar nas semanas em que havia retornado ao seu verdadeiro corpo, decomposto pelos crimes da alma e o passar dos anos, é surpreendido pela presença da Enfermeira. A mesma que salvou Julieta da morte, porém a aprisionou no tempo. Uma alma bondosa, que recorre ao amor, à salvação das almas gêmeas. E, da mesma forma como deu uma chance a Julieta, ganha: Terá que mostrar a Ariel que o amor existe – e protegê-la das trevas, e caso consiga, seria liberto. Seria um embaixador.
Mas, como sempre, toda magia tem um limite. E o do nosso Romeu era de apenas três dias. Três dias para habitar o corpo de Dylan Stroud, e fazer com que Ariel – a menina marcada pelas dificuldades da vida, que nunca foi amada e que sempre se escondeu nas sombras – se transformasse em uma pessoa repleta de amor, e deixasse a insegurança de lado.
No início da missão, em que somos transportados para o início de Julieta Imortal, quando Ariel quase capota o carro em que ela e Dylan estão após descobrir que todo o encontro que havia conseguido era apenas uma aposta dos “bad boys” da escola para retirarem a “pureza” dela, Romeu pensa – e analisando, ele tem total razão – que não conseguiria. Ariel odeia Dylan com todas as forças, e três dias é um tempo impossível para fazer um amor verdadeiro florescer. Ou talvez não.
É com essa dificuldade com que nos deparamos durante metade das páginas, com a forma que Romeu a conquista – e depois acaba estragando tudo várias vezes, que acaba fazendo com que Ariel se sinta ainda mais próxima dele – e se conquista ao mesmo tempo. E mesmo que eles não admitam, podemos perceber as influências, os sintomas do amor florescendo em cada linha.
Já na outra metade, temos a certeza. A decisão. E a procura, além dos obstáculos. O passado de Romeu foi alterado – e agora que ele finalmente se permitiu admitir estar apaixonado, lutará mais do que tudo para permanecer na Terra, ao lado da amada. Da segunda chance de amar.
“Ela me salvou, me transformou num homem bom pela primeira vez. E, agora, vou salvá-la. Sei o que tenho de fazer. A resposta sempre esteve à minha frente, esperando que o amor a trouxesse para a luz.”
Durante toda a jornada, nos deparamos com a linha tênue que existe entre o amor e o ódio, e a forma com que a luz e as trevas são parecidas – e ainda trabalham juntas. Afinal, um dia, elas já foram uma só.
Os melhores amigos de um, podem se tornar os piores inimigos. E quem você menos esperava apareceria para salvá-los do que estão prestes a se meter.
Apenas uma coisa é certa durante todo o livro: Nunca é tarde para encontrar a redenção através do verdadeiro amor. Se você realmente acreditar nele, coisas impossíveis podem acontecer. Até mesmo voltar ao século 14, e salvar as duas mulheres que você mais amou – e magoou – alterando todo o futuro.
Afinal, existem diversas histórias acontecendo ao mesmo tempo – mas apenas uma pode ser imortal.
Uma obra de Stacey Jay que irá mexer com a cabeça do leitor de uma forma surpreendente. Cativante em todos os aspectos, Romeu Imortal nos surpreende com o modo como tudo está unido, e ao mesmo tempo, distante. Com uma escrita fácil, e pontos de visão dos nossos três personagens principais, Stacey conseguiu superar todas as expectativas após o glorioso final de Julieta Imortal, e criar um fim que convenceria até mesmo o mais duro dos corações de que amor verdadeiro pode vencer.