Imperador Cidadão

Imperador Cidadão Roderick J. Barman




Resenhas - Imperador Cidadão


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Thiago662 21/08/2022

A biografia mais completa de D. Pedro II, até o momento
Imperador Cidadão é a biografia mais completa de D. Pedro II, até o momento. Escrita por um brasilianista, a partir de vasta documentação (cartas, relatos, diários, entre outros), traça um perfil psicológico do imperador em articulação com o contexto político, econômico e social brasileiro durante os anos do seu reinado.

D. Pedro II é uma figura ambígua e sua forma de governar o Brasil extremamente complexa. Barman explica como sua personalidade foi sendo moldada a partir da década de 1830 a partir de uma infância solitária, a expectativa de governar e o período turbulento da regência. O imperador era, por vezes, autoritário, excêntrico, egocêntrico e pouco afeito a mudanças, mas tinha um senso de dever e generosidade que nenhum outro governante brasileiro teve. Por exemplo, era contra o sufrágio universal e nem um pouco racista. Considerava que só deveria votar quem fosse educado e para isso via no incentivo a educação um dever.

Qual outro governante brasileiro seria capaz de tirar dinheiro do próprio bolso para financiar a educação de brasileiros no exterior? Para isso, deixou de lado a manutenção do aspecto cerimonial da monarquia. Chocou a rainha Vitória por sua falta de pompa e por usar sempre a mesma casaca preta. Irritou Francisco José, seu primo e imperador da Áustria, em Viena, ao dispensá-lo sem cerimônia argumentando que era um turista e não tinha tempo para conversas.

O Segundo Reinado foi personalista. Dependeu inteiramente do imperador. Lendo Barman fica claro que nem ele esperava que a monarquia sobrevivesse. Uma mulher não poderia governar igual a ele. E ele só o fazia por obrigação e dever. Afinal, se pudesse ter escolhido preferiria ter sido um presidente de uma República ou simplesmente um professor. Impossível não sentir um gosto amargo lendo a forma como ele foi tratado no final da vida, morrendo no exílio.
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GeanPerius 28/08/2020

Ótimo!
Eis uma biografia muito bem elaborada, que não "passa panos" na figura de D. Pedro II. Barman, por ser estrangeiro, tem uma visão isenta (ou pelo menos procura sê-lo) para melhor relatar a vida do "Magnânimo", sem desculpar suas falhas e defeitos, mas também sem enaltecer servilmente suas qualidades.
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Felipe Mello 11/03/2020

O Intelecto de um Sábio
Barman concebe um fascinante livro acadêmico, visto que explora nos mínimos detalhes a vida(política e pessoal) do último imperador brasileiro, mas confesso que senti-me exausto ao longo da leitura, pois, o ritmo maçante exigiu-me bastante paciência diante dos inúmeros nomes, das principais figuras políticas do segundo reinado, uma vez que os enormes capítulos capturam perfeitamente os incontáveis dilemas vivenciados por Dom Pedro II, após a tenebrosa perda dos seus pais até o seu injustiçado exílio. O Último capítulo é simplesmente uma amargurada angústia dos seus declínios, uma vez que me solidarizei com a sua perda.
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Ricardo 19/10/2012

Interessante por abordar o comportamento de D. Pedro II como resultado dos traumas de infância que teve (abdicação de D. Pedro I, revoltas separatistas, etc). Segundo o autor, D. Pedro II tinha sim um comportamento conservador por conta dessa necessidade de auto-proteção, um dos motivos pelos quais o Imperador preferia os políticos do Partido Conservador. Além disso, era controlador e governava, ao invés de reinar.

Tais traços estão por trás do fato que Pedro II nunca preparou um sucessor (além do fato de D. Isabel ser mulher) e nunca deixou os políticos brigarem entre si pelo controle da administração, fazendo com que D. Pedro II fosse responsabilizado como aquele que está atrasando o desenvolvimento do Brasil.

O livro ainda explora um pouco o fato que a queda da monarquia não teve interesse algum pelo público em geral, que, aliás, também não era contra a República. Ninguém defendeu D. Pedro II.
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Adriano 13/10/2012

Livro bem escrito e bem pesquisado, um livro que vai ser manter ainda por algum tempo como a biografia definitiva de Dom Pedro II. Procurando tratar o contexto de uma maneira que sua personagem principal não fique deslado, à espera do biográfo, Roderick Barman enlaça com maestria contexto e indivíduo.
O autor se beneficiou de inúmeros arquivos nacionais e internacionais, o que somente um pesquisador com bolsas generosas poderia ter conseguido.
A leitura é bem conduzida, o texto flui, Barickman se preocupou em trazer para o campo histórico, ferramentas metodológicas de outras disciplinas, como a psicologia e a medicina, quando trata da personalidade e das doenças de d. Pedro II. Ele faz isto de uma maneira que não parece simplesmente algo "jogado" no texto, utilizando estas ferramentas para balizar a interpretação de suas hipóteses.
A maior falha do autor, que considero uma grande falha, foi ter se utilizado muito pouco de autores brasileiros, apesar da quantidade massiva de fontes primárias. Para diversos eventos, Barickman se utiliza de seus próprios trabalhos passados, sem construir novas interpretações. Também, muitas hipóteses e novas idéias passaram batidas porque o autor aparentemente não tomou conhecimento das recentes obras historiográficas brasileiras. A questão da imagem de d. Pedro II tem sido bastante trabalhada, como por exemplo, no livro de Lilia Schwarcz, "as barbas do imperador", só pra citar um. Achei uma grande deficiência, já que muitos destes trabalhos historiográficos fazem novas perguntas às fontes já bastante utilizadas, e poderiam fortalecer as questões que Barickman faz às suas fontes, fontes estas, em grande quantidade, inéditas para os brasileiros.
Mesmo assim, se trata de uma biografia histórica exemplar, escrita por um pesquisador que à decadas se dedicava ao entendimento do período monárquico brasileiro.
GeanPerius 02/07/2020minha estante
Não se utilizou de fontes brasileiras justamente por estas serem parciais. Barman manteve-se, com essa distância, perfeitamente original e imparcial.




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