Tauana Mariana 23/04/2013
Resumo
Introdução:
As coisas não cessam de emitir “simulacros”, “ídolos”, que são simplesmente envelopes p. 7-8
(...) a imagem é uma coisa, exatamente igual à coisa de que ela é imagem. Mas, pelo fato de ser imagem, recebe uma espécie de inferioridade metafísica com relação à coisa que representa. P. 8
I- Os grandes sistemas metafísicos
A imaginação ou conhecimento da imagem vem do entendimento; é o entendimento, aplicado à impressão material produzida no cérebro, que nos dá uma consciência da imagem. P. 11
A imaginação, ou o conhecimento por imagens, é profundamente diferente do entendimento; ela pode forjar ideias falsas e não apresenta a verdade a não ser sob uma forma truncada. P. 12
A imagem não se distinguirá da sensação; ou, antes, a distinção que estabelecemos entre elas, terá, principalmente, um valor prático. P. 16-17
(...) essas imagens não têm outra função exceto a de preparar o espírito para fazer a conversão. P. 17
(...) a imagem nada mais é do que a coisa na medida em que mantém com outras coisas um certo tipo de relações. P. 18
(...) a imagem nada mais é do que uma coisa e que todas elas são igualmente possíveis e igualmente defeituosas. P. 20
II- O problema da imagem e o esforço dos psicólogos para encontrar um método positivo
Desde a origem, sabemos que a imagem não é mais do que uma sensação renascente, isto é, em última análise um “grupo de movimentos moleculares”. P. 24
(...) o homem é uma coisa viva a imagem é uma coisa, coisa também o pensamento. P.33
Há três fatores de associação criadora: um fator “intelectual”, um fator “afetivo”, um fator “inconsciente”. P. 34
(...) enquanto Hume reserva esse nome de imagem à coisa enquanto percebida Bergson a estende a qualquer espécie de realidade: não é somente o objeto do conhecimento atual que é imagem, mas todo objeto possível de uma representação. P. 37
O corpo age como instrumento de seleção; graças a ele, a imagem torna-se percepção; a percepção é a imagem “relacionada à ação possível de uma certa imagem determinada”, que é, justamente o corpo. P. 39
A formação da lembrança é, portanto, contemporânea da formação da percepção, ao se tornar representação, no momento mesmo em que é percebida, é que a imagem-coisa se transforma em lembrança. P. 41
A percepção não é uma representação, mas um esquema motor e este se esforça por constituir a imagem que vem aderir à percepção. P. 46
Uma vez mais vê-se que entre a imagem-lembrança, fragmento do passado encarnado em um esquema motor presente, e a percepção, esquema motor presente em que se encarna a lembrança passada, não seríamos capazes de encontrar uma diferença real. P. 47
(...) o papel da imagem na percepção não é totalmente claro, não se sabe de onde nascem, segundo Bergson, as representações primitivas. P. 49
A imagem, com efeito, permanece uma coisa, um elemento fixo, agregando-se a outras imagens, não pode produzir mais do que um trabalho de mosaico. P. 50
Bergson: “é em conceitos que o sistema se desenvolve, é em uma imagem que se concentra quando o impelimos para a intuição de onde ele provém”. P. 52
A imagem do associacionismo existia em ato ou, simplesmente, não existia. A imagem dos bergsonianos será uma passagem da potência para o ato, como o movimento aristotélico. Ela se desenvolve, vai para a atualização e a individuação completa, para uma existência de coisa individuada. P. 53
A imagem é uma forma viva, uma vida relativamente autônoma na vida psíquica total. P. 54
Entre o mundo das imagens e o mundo dos pensamentos há um abismo, precisamente o abismo que encontrávamos em Descartes. P. 60
Binet: “o pensamento é um ato inconsciente do espírito que, para se tornar consciente, tem necessidade de imagens e de palavras”. P. 62
Em vez de ir diretamente à coisa e de formar o método sobre o objeto, define-se primeiramente o método (...) e, em seguida, aplica-se esse método ao objeto, sem perceber que, ao se dar o método, forjou-se ao mesmo tempo o objeto. P. 65
III- As contradições da concepção clássica
“É preciso fazer com que a psicologia tradicional entenda que suas imagens com arestas vivas não constituem senão uma mínima parte de uma consciência concreta e viva”. P. 67
Não se pensa na possibilidade de negar a estrutura sensorial da imagem, mas insiste-se no fato de que ela já é elaborada pelo pensamento. P. 68
O primeiro passo de nossos filósofos foi no sentido d identificar imagem e percepção: o segundo deve ser no sentido de distingui-las. P. 71
Estamos em face de um mundo de imagens. Aquelas que têm um correspondente exterior são chamadas verdadeiras ou “percepções”, as outras são chamadas “imagens mentais”. P. 72
Hume: as percepções são “impressões fortes”, as imagens “impressões fracas”. P. 72
(...) se a imagem e a percepção não se diferenciam, de início, em qualidade, é inútil procurar distingui-las pela quantidade. P. 73
(...) não há mais reconhecimento da imagem como imagem. Ao contrário, a imagem se oferece ao senso íntimo primeiramente como sensação. P. 74
(...) em vez da natureza profunda da imagem nos ser revelada por um conhecimento imediato e certo, nunca estaremos seguros de tal conteúdo psíquico aparecido em tal dia tal hora tenha sido, verdadeiramente, uma imagem. P. 80
Nenhuma imagem, nunca, vem misturar-se às coisas reais. E isto é bem auspicioso, pois, (...) se assim fosse, não teríamos nenhum meio de afastá-las e o mundo da vigília não se distinguiria claramente do mundo dos sonhos. P. 84
A imagem é uma percepção repensada, diz Meyerson. P. 86
A imagem é, pois, quase universalmente considerada como possuidora de um conteúdo sensível, isto é, ela tem uma matéria impressional idêntica à da percepção. P. 87
(...) a imagem, que assimilamos primeiramente À percepção, é também pensamento. Formamos imagens, construímos esquemas. P. 87
Podemos admitir, se quisermos, que a cada imagem, a cada pensamento corresponde uma afecção corporal, mas precisamente por isso o corpo não explica nada e é preciso encarar a relação do pensamento à imagem tal como aparece à consciência. P. 91
Toda teoria da imaginação deve satisfazer a duas exigências: deve dar conta da discriminação espontânea que o espírito opera entre suas imagens e suas percepções, e deve explicar o papel que desempenha a imagem nas operações do pensamento. P. 97
(...) há várias espécies de imaginação. Uma, voltada para fora, consiste em juízos falsos sobre objetos exteriores. A outra, voltada para dentro, “desvia-se das coisas e fecha os olhos, atenta sobretudo aos movimentos da vida e à fracas impressões que daí resultam. P. 101
IV- Husserl
(...) a fenomenologia começa quando “colocamos fora do jogo a posição geral de existência que pertence à essência da atitude natural”. P. 106
(...) a fenomenologia é uma descrição das estruturas da consciência transcendental fundada sobre a intuição das essências dessas estruturas. P. 107
A imagem, tornando-se uma estrutura intencional, passa do estado de conteúdo inerte de consciência ao de consciência uma e sintética em relação com um objeto transcendente. P. 112
Conclusão
Não há, não poderia haver imagens na consciência. Mas a imagem é um certo tipo de consciência. A imagem é um ato e não uma coisa. A imagem é consciência de alguma coisa. P. 122