Su 18/07/2019
Se for ler, tenha paciência.
Esse livro foi escrito em 2008, mas se passa em 1928.
É um livro de romance que aborda a vida e o amadurecimento de três mulheres. Rose, uma inocente jovem que molda o amor através de revistas e contos, se apaixona por Jack, um soldado inglês (que ainda não sei se amo, odeio ou sinto pena) que mora na Índia. Viva, uma linda moça que é independente, inteligente, fechada para os sentimentos, misteriosa, mas muito machucada. E a minha personagem favorita, Thor, uma encantadora inglesa extrovertida, engraçadíssima, meiga, mas que sofre com uma mãe que controla o seu peso constantemente e isso traz baixa autoestima e a desesperança de nunca conseguir um amor verdadeiro, mas que graças a Deus e a autora, seu destino é lindo. Trago algumas reflexões, como sempre: no início da década de XX, mulher interessante é a introvertida, fala pouco e que obedece; se for morena, tudo bem, afinal, eram consideradas sexys e exóticas, mas o que traz status é a mulher branca e magra. A sociedade que vê a criança pobre ou de rua como apenas vermes, sem muita significância e o sofrimento delas em sobreviver. A mulher que se foca mais em si e é mais centrada é vista como, segundo está no livro, "sabichonas e autocentradas que não são atraentes aos homens para um relacionamento sólido". E uma última observação: a tentativa da autora mostrar que apesar de todo o sofrimento do povo indiano devido a ausência de assistência social e a miséria, ele consegue encontrar a alegria e o calor do ser humano, porém, nas entrelinhas interpretei concomitante a isso uma romantização da pobreza.