O Crime do Padre Amaro

O Crime do Padre Amaro Eça de Queiroz
Eça de Queiroz
Eça de Queiroz




Resenhas - O Crime do Padre Amaro


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bobbie 05/07/2021

Do "gênero" que gosto
Este é o segundo livro de Eça de Queiroz que leio (o primeiro foi O primo Basílio). Mais uma vez ele ganha a minha admiração pela ousadia dos temas que escolhe. Tenho uma quedinha pelos subversivos, que escrevem sobre a vida real, que não têm medo de chocar, escandalizar, mesmo, de provocar a sociedade com aquilo que a sociedade sabe fazer de melhor: ser hipócrita. Em O crime do padre Amaro, temos um padre, jovem, recém-ordenado, que ao chegar na primeira paróquia onde vai exercer seu santo ofício, "cai em desgraça" se apaixonando pela jovem Amélia. O resultado é o que se pode esperar, sem fazer uso de spoilers: um espetáculo de hipocrisia e exposição das inconsistências da igreja. Leitura que vale a pena.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 11/07/2018

Sem Punição Nem Remorso
"O Crime do Padre Amaro" não é só o primeiro romance realista português, também é apontado como o melhor. No entanto, essas constatações deixam de lado o contorno naturalista cuja inegável importância igualmente caracteriza "O Primo Basílio" e "Os Maias", duas grandes obras de Eça de Queiroz.

Tendo como cenário Leiria, a narrativa denuncia o clero devasso e critica a mesquinhez da vida provinciana cujas mazelas garantem destaque não só aos protagonistas, mas também às personagens secundárias. Aliás, optando por um narrador onisciente, Eça aponta sua artilharia principalmente para os padres e beatas, retratados com aspereza, sarcasmo e até mesmo uma certa grosseria.

Sua história relata o relacionamento entre o Padre Amaro Vieira e uma paroquiana, Amélia Caminha. A gravidez da jovem leva o protagonista ao desespero e após uma tentativa frustrada de encontrar um marido para ela, a história encaminha-se para uma tragédia que, sem punição ou remorso, será varrida para debaixo do tapete como se nada houvesse acontecido. Por sinal, é motivo da indignação dos leitores, a célebre frase de Amaro: "Mas tudo passa..."

Eça começou a escrever o romance em 1870. Dois anos depois, ele já era anunciado, mas somente foi lançado em folhetins, na Revista Ocidental, entre fevereiro e maio de 1875. Infelizmente, o resultado não agradou ao escritor que na ocasião, morava na Inglaterra e pretendia revisar o texto, conforme fosse publicado. A distância entre os dois países contribuiu para atrasos e confusões, se não bastasse, o material ainda passou pelo crivo dos editores que, temerosos pela repercussão de algumas passagens, cortaram várias páginas. A edição em livro, publicada no ano seguinte, contribui para que Eça decidisse refazer o texto original que, com o subtítulo "Cenas Devotas", foi publicado em 1880. Essa edição, considerada definitiva, totalizou apenas 800 exemplares e foi paga pelo seu pai.

O grande desafio de "O Crime do Padre Amaro" foi sair ileso da acusação de plágio. Em 1874, Emile Zola publicou "O Crime do Abade Mouret" e, indiscutivelmente, os dois títulos são parecidos. Sequer vou entrar no mérito da discussão de datas, pois tive a oportunidade de ler o livro (edição da Cia. Brasil - 1955) e os enredos são diferentes. Em linhas gerais, Zola apresenta uma alegoria sobre a expulsão de Adão e Eva do Paraíso, tomando como protagonista um padre místico que, após uma febre cerebral, fica desmemoriado. Mouret é levado para convalescer num local isolado, chamado "Paradu", onde sua castidade é posta à prova.

Finalmente, concluo com Fialho de Almeida:
""O Crime do Padre Amaro" é uma obra-prima, igual às melhores que a admiração universal tem consagrado, porque ninguém como Eça de Queirós compreendeu melhor, com a sua prodigiosa sagacidade de artista, como o romance moderno aspira a ser a fotografia da sociedade, surpreendida no seu labutar incessante ou na sua atonia de decadência - manifestação de arte das mais complicadas e esplêndidas."
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Bruna.Batista 29/05/2018

Praticamente forçado a uma vida da qual, se pudesse, não teria seguido, Amaro se torna um padre. Vai para uma cidadezinha onde conhece Amalia, uma bela e encantadora jovem, mas que não pode ser sua por um motivo óbvio, o celibato. Mas quem manda no coração, o amor nasce e com ele os problemas e as dificuldades. Uma história que mexe com nossos sentimentos nos trazendo tristeza, raiva, surpresa e muito mais...
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