Homem-Máquina

Homem-Máquina Max Barry




Resenhas - Homem-Máquina


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Pedro Leão 18/07/2017

Desnecessário
É um livro com um enredo que em sua maior parte não te prende, porém ele te faz refletir muito sobre o que a tecnologia pode pode se transformar e influenciar na nossa vida. No mais, o livro não acrescentou nada na minha vida (assistam black mirror, é mais interessante).
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Bruno 07/06/2017

Black mirror
Esse livro tem uma ideia muito boa e a história é bem legal. Os personagens que não são muito cativantes.

Se fosse adaptado para um episódio de Black Mirror seria muito interessante

Existem momentos tensos e angustiantes do tipo,por favor isso não.

Nota 3.8
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Jose Junior 13/03/2017

Razoável
A idéia é boa, porém o personagem principal não me cativou.
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Bruno 03/01/2017

Inspirador para Engenheiros, Cientistas da Computação e qualquer outro apaixonado por tecnologia
Muito inspirador para qualquer pessoa que gosta de tecnologia, ele descreve de maneira breve a possibilidade de podermos ampliar/melhorar o corpo humano. Graças aos avanços tecnológicos é possível criar "partes melhores" para o corpo, e assim substituir os membros e órgãos, que através da evolução foram adaptados ao meio em que vivem. Estas partes melhores podem exercer as mesmas funções que as partes orgânicas, acrescentando melhorias úteis para o dia a dia, ampliando o poder do corpo para fazer coisas que nenhum membro orgânico seria capaz de fazer.
A ideia é muito interessante e já utilizada de maneira sutil atualmente, a história incorpora alguns dos problemas que poderiam acontecer nesta nova realidade, e ainda, de forma superficial, as consequências que tal avanço pode acarretar.
O personagem principal é um cientista que é extremamente dependente da tecnologia, algo perceptível em nossa sociedade, ainda, é um sujeito excêntrico, uma pessoa que não possui (ou oprime) características sociais de afeto a outras pessoas, focando apenas em suas próprias necessidades e interesses.
A história tem um desenrolar cativante e inspirador, apresentando de forma satisfatória termos técnicos, o que possibilita a imaginação do leitor acreditar que é possível criar estas partes melhores. O final da história é praticamente imprevisível, o que faz deste livro uma obra de arte.
Apesar destes pontos positivos, o livro traz algumas falhas no desenrolar da história, o que pode fazer alguns leitores, assim como eu, se sentirem cansados ou entediados, mas vale a pena insistir e terminar, no final, os pontos positivos valem mais que os negativos.
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The 10/10/2016

Crítica ao Artificial
Charlie é um engenheiro, muito exato e muito ligado em tecnologia, ele trabalha em uma empresa chamada Futuro Melhor, onde desenvolve e testa coisas sobre alto sigilo.
Em um dia típico, Charlie esta a procura do seu celular, ele se sente angustiado sem ele, mas não sabe onde deixou, ao chegar ao trabalho vai a uma das salas de teste e encontra seu celular em cima de uma maquina, um grampo mecânico, que esta em funcionamento, e passa por sua mente que tem de pegar o celular antes do aparelho ser esmagado, mas ao fazer isso sua perna fica presa e ele acaba amputado.
No hospital ele conhece Lola, uma especialista em próteses, que lhe fornece uma das melhores disponíveis, ja que a empresa de Charlie esta pagando por tudo para abafar o ocorrido.
Como um engenheiro, um dia Charlie resolve melhorar a prótese, e acaba construindo a sua própria perna, mas ele faz um trabalho tão incrível que seu corpo não acompanha o desempenho do virtual, então ele começa a ter a ideia de substituir seu corpo por partes artificiais de propósito, e esse é o começo de uma imensa confusão.
Esse livro é uma imensa critica ao ponto que estamos chegando em relação a tecnologia e as coisas virtuais, a subversão que fazemos da lógica.
Não é um livro que vai ser o melhor da sua vida, mas com certeza faz pensar e me fez querer conhecer outras obras do autor.
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Bruno Mancini 20/12/2013

Incrível
Inesperavel, empolgante.
Não sei porque esperei um ano pra ler este livro.
Por fim foi o livro mais rápido que já li.
Adorei. Linguagem fácil, história envolvente. Você realmente se importa com o personagem principal, para descobrir até onde ele chega na sua busca por melhorar o seu próprio corpo.
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Gabi SN 29/11/2012

Nem homem… e nem máquina
Confesso que só nos últimos tempos comecei a ler a ficção científica escrita de lá pra cá, mas tive este mesmo sentimento de que “este livro não poderia ter sido escrito em outra época” com Homem-Máquina, de Max Barry.

Não é só pela temática que Homem-Máquina é um livro que só poderia ter sido escrito hoje em dia. Max Barry também usou das nossas tecnologias para escrever e ter ideias para a história. O primeiro rascunho da obra foi escrito durante 9 meses em seu blog, onde ele publicava uma página por dia e recebia opiniões e sugestões de seus leitores. No posfácio da obra, ele agradece vários deles e explica como o livro só foi escrito porque tinha essas pessoas o incentivando e dando ideias todos os dias (ele inclusive disse que usou algumas das sugestões na versão final da obra). A capa do livro foi escolhida, inclusive, numa votação com os “leitores-beta” da obra (as opções foram essas aí de cima, ganhou a número 5).

Eu realmente adorei o livro. Comecei a ler sem expectativas, porque não conhecia o autor e, como disse antes, não conheço muito da ficção científica que está sendo feita hoje em dia. Terminei completamente impressionada em ver alguém fazer com a minha época o que o William Gibson fez com os anos 80 em Neuromancer. Além disso, a história funciona porque o personagem é muito bem construído e até as decisões mais malucas e bizarras (além do final impressionante e aterrorizante) fazem sentido quando saem da cabeça dele.

O ser humano é imperfeito, falho e seu corpo não faz tudo o que poderia, será que esses são motivos para transformá-lo se tivermos a tecnologia para fazê-lo? O nosso mundo diz que sim. É só ver a quantidade de cirurgias cosméticas e padrões de perfeitos que nos são impostos. Além disso, a relação que temos com a tecnologia hoje em dia é, no mínimo, estranha. Lembra quando o William Gibson falou da fetichização dos aparelhos eletrônicos? Então, eu acho que chegamos ao ápice disso. Ninguém quer ter um celular, todo mundo quer ter um iPhone. O que conta não é o que o aparelho faz, mas o que ele diz sobre você.

Leia o texto completo: http://aestanteladecasa.wordpress.com/2012/10/30/nem-homem-e-nem-maquina-2/
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Orlando 24/10/2013

Homem-máquina de Max Barry, escrita simplória, abordagem de sci-fi mediana... um livro dispensável.
Homem-máquina é o quarto livro do escritor australiano Max Barry. Resultado de um experimento no site do autor, o livro, antes de ser livro, claro, tinha ali no site uma página publicada por dia e o autor recebia dicas e sugestões dos leitores para a trama e o texto de forma geral, aproximadamente nove meses depois o material foi adaptado por Barry para virar um livro propriamente dito… talvez aí resida a grande fraqueza da obra: ter deixado essa liberdade da web passar em demasia para o campo do mundo material.


A premissa é interessantíssima, dialoga com o tempo e o lugar da própria obra, é atual, é recente, é leve, é simples, é uma boa leitura, mas talvez por ser tudo isso, Homem-máquina seja ameno demais; ao dar voz ao estilo dos textos do navegante web, Barry alivia seu material final demais, o deixa contemporâneo demais e isso é perigoso. Homem-máquina, a despeito de ser uma obra excessivamente atual, vai datar e vai pro limbo das obras que dialogam bem demais com seu tempo, quando na verdade, deveriam transpô-lo, extrapolá-lo para não datar.


Homem-máquina tem a premissa básica de pensar o ser humano do começo do século XXI, boa parte de seus ansios, sua maneira de pensar sua própria vida e tudo isso atrelado ao aparato tecnológico que nos cerca, como dependemos das máquinas e como elas estão aí tanto para o bem quanto para o mal em nossas vidas. Justamente neste contexto conhecemos o engenheiro Charles Neumann, empregado da empresa de tecnologia Futuro Melhor que realiza simultaneamente diversos projetos nas mais variadas áreas da pesquisa tecnológica.


Charles é um uma pessoa extremamente anti-social, um chato, um mala, uma pessoal intimamente ligada aos objetos, máquinas e coisas sem vida, sem emoção e sem reações imprevisíveis, exatamente como ele. Charles não era uma pessoa querida na escola, não tinha amigos, não tinha namoradas, não era popular e isso tudo é extensível a sua vida adulta, substituindo o ambiente escolar pelos da vida de um adulto, em especial o ambiente de trabalho, o único que parece existir no mundo de Charles.


Viciado em seu celular, Charles depende do aparelho para tudo, ou quase tudo: ler notícias, saber da previsão do tempo, ver vídeos e todas essas coisas que os celulares fazem atualmente, inclusive chamadas telefônicas. O leitor já vai saber disso logo nas primeiras páginas do livro que é narrado em primeira pessoa pelo próprio Charles, o que, para mim, é o primeiro ponto fraco do livro. Fica pessoal demais, intimo demais e exatamente por isso, por essa forçada na aproximação, o material enfraquece, pois Charles realmente não é legal como pessoa e menos ainda como personagem de um livro de sci-fi… outro problema, Homem-máquina parece que não se decidiu a que estilo de texto quer pertencer, ao final das contas.


Bom, o que segue a chatice de Charles em busca de seu celular é o acidente de trabalho que leva uma de suas pernas… calma gente, isso não é spoiler, está na contra-capa do livro e é o estopim para o que realmente importa… sem perna, internado em um hospital, Charles conhece a especialista em próteses Lola Shanks. É amor a primeira vista e vai se tornando recíproco a medida que o livro avança. Daí em diante é um sobe e desce na qualidade narrativa da obra, marcada por uma série de acontecimentos previsíveis até mesmo para um leitor mais desatento ou menos afoite por sci-fi, alternados com algumas boas e pontuais surpresas aqui e ali ao longo da história de Charles, Lola e alguns dos personagens secundários mais rasos que já vi em um sci-fi nos últimos anos.


É questão de pouco tempo até Charles eliminar, planejadamente, sua outra perna para suprir as reas necessidades de um ser humano com uma “falha”, como ele mesmo costuma dizer. Calma, isso também não é spoiler, é coisa básica ainda… ao desenvolver sua primeira perna biônica, Charles percebe uma série de falhas e limitações e resolve ter duas pernas mecânicas e para tanto elimina tranquilamente sua outra perna boa, justamente nesse intuito do auto-aperfeiçoamento físico através de novas melhorias protéticas, mesmo que para isso tenha de excluir outras partes de seu corpo por conta própria.


Charles retorna o trabalho, vai se apaixonando cada vez mais com Lola ao ponto de envolvê-la em sua restrita vida ao espaço da própria empresa onde trabalha, já que neste espaço, todo um parque de pesquisas é desenvolvido para dar suporte ao novo trabalho do engenheiro: design de partes cibernéticas e aperfeiçoamentos diversos. Melhoramentos para pele, braços mecânicos, “olhos” melhores e por aí vai… e nesse entrementes o leitor conhece as motivações de Lola e seu passado, ou seja, os fatos que a levaram ao caminho da especialização em próteses para amputados. Confesso, achei forçado, achei exageradamente nonsense e até mesmo absurdo, infelizmente falar sobre essas motivações, de forma mais detalhada, é um spoiler relativamente chato, pois estraga uma certa surpresa para a obra.


Homem-máquina não é um livro ruim, até deu ums risos durante a leitura, mas parece que nunca engrena de verdade, parece que não evolui e não sai do círculo vicioso e chato que é estar ali perto de Charles Neumann, o texto simples demais pode agradar muito o leitor geral, que não é fã de sci-fi especificamente, ou que não tem um elo muito forte com o hábito da leitura e lê meio que esporadicamente um livro aqui outro ali. Há momentos que tenho a nítida impressão que Barry tentou, a duras penas e sem sucesso, criar um novo Arthur Dent (Guia do mochileiro das galáxias) com seu pateta e antipático Charles Neumann; com a diferença de que Douglas Adams era muito, muito bom no que fazia quando o assunto era sarcasmo, humor negro e ironia.


A própria essência da obra parece querer flertar com esse público médio e geral, os personagens parecem não ir a lugar algum de forma evolutiva e por vezes tanto o elenco principal quanto alguns dos coadjuvantes simplesmente se tornam rasos demais, ou então simplesmente passam a ser caricatos demais dentro de um obra que tenta a todo custo ser uma ficção com pés fixos nos preceitos de uma ciência e de uma tecnologia real e presente, ou seja, a tecnologia atual. Daí temos um tipo de contrassenso na lógica interna da obra: de um lado processos críveis, possíveis, lógicos e passíveis de execução no mundo real; do outro lado temos personagens que parecem saídos de alguma comédia absurdamente boba e simplória, dessas da Sessão da Tarde, e não uma obra de sci-fi contemporânea.


O próprio Neumann tem umas mudanças bem estranhas durante o decorrer da obra toda, dando sérios sinais de inconsistência como personalidade… o que é um agravante em se tratando do personagem principal da obra e nada mais nada menos do que seu narrador também. Ok, o leitor pode dizer que qualquer um sem suas duas pernas pode ter uns surtos e tudo mais, e justamente essa é a questão, não tem surto nenhuma dos que provavelmente deveriam ocorrer… posso estar sendo exigentemente chato com o livro, mas sinceramente?; ele dá margens demais para isso.


Homem-máquina parece um daqueles livros feitos para pegar as pessoas no embalo do boom das nerdices, é cheio de piadinhas, sacadinhas, tiradinhas e tem em Charles Neumann o perfeito nerd-loser de anos atrás e que consegue, sabe-se lá como, a atenção da lindinha Lola Shanks mesmo sem suas duas pernas. Pois é, a mim, parece muito uma tentativa de recriar a dinâmica existente entre nossos amigos Dent e Tricia do já citado Guia do Mochileiro das Galáxias.


Entre os altos e baixos, o livro também parece não se aprofundar verdadeiramente no tema da relação entre homem e máquina, claro, o título do livro carrega em si várias implicações e dubiedades, porque Charles pode ser tanto homem-máquina por possuir agora melhorias mecânicas em seu corpo, como também pode ser homem-máquina por sua mente científica, ações lógicas, pouca ou nenhuma emotividade e claro, zero em termos de relacionamentos humanos; mas para um livro que dizem ser o “romance cyborg que faltava”, acho que falta na obra muito de “homem” e muito mais ainda de “máquina” para merecer este título.



Claro, com os pés no chão, seria injusto comprar Homem-máquina com um, por exemplo, Neuromancer, primeiro e maior romance cyberpunk da história. Essa falta de identidade do livro de Max Barry é algo chato em um livro, porque você não sabe se pensa nele como ficção, como um romance, como uma comédia contemporânea, como uma crônica ficcional moderna, como um diário ficcional ou sei lá mais que tipo de termo se possa inventar. Ok, sobressair amarras de gênero é algo realmente bom e são poucos os que conseguem fazer isso e ao final entregar ao leitor algo realmente bom, original sem parecer uma colcha de retalhos mal costurada… Max Barry não é esse autor e Homem-máquina não é essa obra. Já que o livro não se resolve bem em nenhum dos campos pelos quais passeia.


Repito, não é um livro ruim, é uma boa leitura, é leve e tudo mais, agradável na maior parte do tempo, só que é isso tempo demais e tudo parece arrastado e perdido nesse excesso de leveza; inclusive quando deveria tratar ao menos em alguns pontos as coisas de uma formais incisiva, dando real impacto e implicações ao desenrolar das ações.


Se eu recomendaria o livro? Sim, para quem quer só ler algo leve, divertido, sem grandes pretensões, então vá em frente, Homem-máquina agrada, mas é só… agora se você procura algo mais elaborado, mais reflexivo, ou mais dinâmico, ou mais complexo, esqueça as peripécias de Neumann e suas pernas do barulho.


Mas um mérito eu não tiro de Homem-máquina… na verdade dois: 1) não costumo me preocupar em ler livros muito recentes ou lançamentos, tenho a impressão que estou perdendo um tempo relativamente precioso que poderia investir na leitura de um clássico desses inesquecíveis, Homem-máquina me fez furar a fila, pois me agradou na premissa… 2) me fazer escrever sobre algo que não me empolgou verdadeiramente após a leitura; acreditem, foi um grande exercício furar a fila de obras para dar passagem aos senhores Max Barry e Charles Neumann. Infelizmente, saí dessas experiências bem frustrado, pois ficou, sim a sensação de que poderia ter lido outros livros antes desse…


E para fechar, volto ao começo do meu texto: Homem-máquina vai ser um daqueles livros passageiros, que faz um alarde por ter nascido na web de forma compartilhada entre o autor e seus leitores, mas que vai fatalmente perder sua força de obra atual justamente por ser, pasmem, excessivamente atual, ou seja, o tempo vai destruir o presente que está na obra e vai criar outro sutilmente diferenciado, tornando a Homem-máquina um ponto datado e fixo no seu próprio espaço-tempo.

Ficha técnica:
Título: Homem-máquina (Machine man)
Autor: Max Barry
Número de páginas: 288
Ano de laçamento: 2011 (EUA) e 2012 (BRA)
Editora (BRA): Intrínseca
Tradução: Fábio Fernandes
Formato: 14 x 21 cm
Gênero: Ficção

Pontuação: 2,0

site: http://www.pontozero.net.br/?p=1775
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Leonardo787 18/03/2015

Quando o-irmao-do-sheldon-colega-de-faculdade-do-haward decide "malhar".
A narrativa é cativante e flui muito bem.
A personalidade de Charlie também foi bem desenvolvida.

Recomendo fortemente.
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Luisa 04/06/2014

-
Até a metade do livro a estória é entusiasmante e faz você ler muito, muito rápido. Daí em diante, Charlie entra num ciclo vicioso.

Uma daquelas situações em que a gente se empolga com algo e de tanta excitação acaba se enrolando todo: é essa a impressão que eu tenho sobre o que aconteceu com o autor quando escreveu esse livro. Gostei muito do livro! Mas acho que a idéia poderia ter sido melhor desenvolvida.

O encanto por ele mesmo se deu pelo fato de ser uma grande sátira da sociedade dependente tecnológica que estamos presenciando, li ele todo com isso e na cabeça e se encaixou perfeitamente. Acho importante a leitura ser feita partindo dessa premissa.

Me chamou atenção Charlie sempre chegar pertíssimo de desistir de todo esse sonho maluco e VIVER, e então (novamente) sempre aparecer algo que o faça desistir. Bem assim como um viciado, seja no que for. (Que, bom, é o que ele é).
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danilo_barbosa 12/02/2013

Reconstruindo o ser
Quer ver mais resenhas minhas? Estas e outras estão lá no Literatura:
http://literaturadecabeca.com.br

Geladeira, lavadora, notebook, celular, SMS, twitter, facebook... Diariamente, desde o momento que acordamos até a hora de adormecer, somos cercados pela tecnologia. Mais do que facilitar a nossa vida, otimiza o nosso tempo, permitindo que enchamos a nossa agenda com cada vez mais coisas. Tempo que, na verdade, se tornou um item cada vez mais precioso na nossa agenda, já que nos sufocamos diante do trabalho e dos deveres, esquecendo-se de deixar um espaço livre para os nossos quereres. Tenho medo é de que na verdade, em vez de ajustarmos o dia a dia às nossas necessidades, ajustemos o nosso corpo a precisar cada vez menos desses momentos de descanso...

Seria esse o nosso pesadelo tecnológico?!

É disso que trata Homem-máquina de Max Barry (Intrínseca, 284 páginas). Longe de ser uma comédia como as críticas afirmam, acho que o autor foi muito feliz em trabalhar com a ficção científica para criar mais que um livro, um alerta de como estamos sendo massacrados por aquilo que criamos. O livro é centrado na figura de Charles Neumann, um engenheiro que trabalha em um avançado centro de pesquisas, chamado ironicamente de Futuro Melhor. Numa ocasião, em que ele esquece acidentalmente o celular em uma das salas de pesquisa da instituição, ele sofre um acidente e perde sua perna! Muitos ficariam revoltados com isso, achando que sua vida acabou, mas não o nosso Charlie... Após ver todas as opções que Lola, a responsável pelas próteses do hospital apresenta a ele, nada mais justo que sua mente começar a trabalhar em uma nova ideia, melhor do que aquilo que foi criado. E assim ele cria uma perna cibernética única, capaz de melhorar a capacidade de movimentação ao seu ápice... Tanto que a perna humana que lhe resta não consegue acompanhar o que a sua "perna criada" consegue fazer. Sendo assim, porque não cortar a perna humana que lhe resta e contrabalançar essa ordem?

Bom, pode parecer louco para muitos, mas esse é o cerne da obra: como um homem-bicentenário ao contrário, onde um homem considerado comum (mas egoísta ao extremo) tenta se tornar um ser feito de carne e engrenagens, disposto a superar em seu corpo todas as falhas humanas em si. Com o sucesso das suas criações cada vez mais alucinadas, a indústria em que trabalha, visando lucros, começa a apoiar suas ideias, que parecem cada vez mais fugir de controle. Diante de seu mundo deturpado em se ver imperfeito, errado, humano, Charles entra em uma espiral sombriamente cômica, onde fica enciumado com cada coisa criada que não pode criar para si e, ao mesmo tempo, tem de lidar com seus sentimentos por Lola, que o mantém preso a sua humanidade.

Não sei nem ao menos em qual gênero definir o livro ou mesmo Charlie. Inicialmente ele parece um personagem saído de Big Band Theory, mas depois se adensa, entorpece, enlouquece. Meus risos foram morrendo no decorrer da trama e me deixando cada vez mais sóbrio. Mesmo a uma trama cheio de excessos (propositais, digo de passagem) ficava a imaginar qual á verdadeira capacidade humana de se autodestruir em busca dessa tecnologia que nos aliena. Muitas vezes tive vontade de bater nele e no modo como lidava com ambiguidade seu relacionamento com Lola, que o acompanha nesta jornada insana com louvor. Essa mocinha, que vê pessoas amputadas e suas próteses como verdadeiros heróis é um caso a parte na trama. Nos pega de um jeito diferente. Insano, como toda a obra, mas um pouco (na verdade, bem mais) humana e apaixonante.

O humor alfineta o livro todo, assumo. Mas de forma requintada, sem escrachar... Na verdade, Homem-máquina tem um pouco de tudo. Drama, ação, romance, muito sangue e surpresas... Muitas surpresas. Do começo ao final, o autor nos alerta, questiona, dá tapas na nossa cara e nos mostra o máximo que podemos chegar. E não digo isso no bom sentido.
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