Lane 09/10/2012Toda SuaLi esse livro por causa da repercussão dele ser comparado ao Fifty Shades of Grey, e tenho que concordar, é quase impossível não observar suas semelhanças.
Ele não um genérico, porém é um similar bem escrito.
Achei a narrativa leve e que fluí rápida – li o livro em um dia – porém um pouco incoerente e pomposa em alguns trechos. O livro é bem editado e em algumas partes percebi que faltou a continuidade das cenas, como a que Eva pede para o Gideon falar com a irmã dele, faltou continuidade e a compreensão ficou corrompida.
A história de luxúria é bem inconsistente, com elementos de irrealidade bastante palpáveis, apesar de conter temas complexos, a impressão que se tem é de ler um livro da categoria fantasia. Poderá haver quem questione sobre isso, entretanto eu acho que um pouco de realidade é necessário para dar autenticidade na história.
Os personagens são vazios, a parte emocional é crua, entretanto faltou sutileza para desenvolver uma conexão emocional mais atraente entre os protagonistas, e eu tive problemas para terminar de ler o livro, não via a hora de a leitura acabar.
Eva e Gideon são dois jovens adultos com um passado danificado.
Eva é uma mulher independente, autoconfiante que acabou de se mudar para Manhattan para começar uma nova vida e trabalhar numa agencia de publicidade.
Gideon é um bilionário machista que não tem tempo para namoro e que sempre consegue o que quer.
Comparando os dois com os personagens de Grey e Ana de #FSoG:
- Eva não é uma jovem adulta virgem que nunca se masturbou na vida e Gideon tem a alma torturada, é um controlador e obsessivo como o Grey e também mantêm relacionamentos platônicos com suas ex., só que ao contrário de Grey ele não tenta coagir e manipular a Eva.
A Eva vai perdendo suas características ao longo da história e Gideon apesar dela o achar lindo o tempo todo, eu pessoalmente não o achei charmoso.
A trama é embalada com um forte apelo de erotismo, as cenas de sexo são hot, não tão explícitas, contudo, achei superficial e bem estéril, e os diálogos de um clichê vulgar e pornô.
Eva e Gideon são dois jovens adultos, no entanto mesmo a relação de dependência entre eles ser bem forçada, achei forjado demais o drama que os envolve, fora que a relação deles foi permeada por descontroles impulsivos que empurraram o enredo e os fizeram parecer dois adolescentes.
A conexão romântica não aconteceu.
Eu gosto de ler erotismo, porém eu aprecio ainda mais quando há romance e eu consigo ver a interação emocional entre os protagonistas.
Eu preciso ter a sensação de ao terminar de ler um livro que eu “conheço” os personagens e o de estar ligada na história.
A verdade é que esta história termina sem clímax algum, sem nenhuma resolução e sem nenhuma conexão emocional, eu não tive nenhuma cena favorita.
Não é minha intenção criar tumulto com minhas críticas negativas, mas eu queria saber de pelo menos alguma coisa resolvida antes do próximo livro da série: Qual foi o tipo de abuso que Gideon sofreu? Porque pra Eva é perigoso ela dormir com ele? Porque Gideon considera a Eva diferente pra ele do que as outras mulheres? Gideon é ou não dominador – a história faz apenas uma leve referencia sobre isso-.
Em uma história ter um personagem com bagagem emocional torturada é normal, dois é querer assunto e três é conversa fiada!
Os temas –graves e importantes - abordados na história ficaram banalizados e perderam credibilidade.
Gary, o melhor amigo de Eva sofreu abuso sexual na infância e lida com suas frustrações como se estivesse em uma montanha russa. A mãe da Eva faz terapia psicológica -mas quem foi à vítima foi a Eva – e a trata como se ela fosse uma menininha, os personagens secundários foram inseridos para darem mais complexidade na trama, no entanto o que acabou acontecendo é que os temas ficaram trivial demais.
É preciso ter sensibilidade para tratar com temas sobre abuso sexual na infância. É necessário todo um cuidado especial para retratar adequadamente, porque na vida real essas pessoas geralmente são reprimidas, com baixa auto-estima e demoram anos para construir relacionamentos saudáveis com outras pessoas.
As inconsistências de elementos para este tema me fizeram perder a credibilidade com a história, fora que não há nenhum personagem feio na trama. Todos os personagens – até os secundários - são belos, sem nenhum defeito, não há gente feia e nem pobres na história, as pessoas comuns que existem na maioria das literaturas, aqui simplesmente não existem. Essa ausência de aproximação com a realidade relaciona-se com a fantasia.
A insígnia que conduz toda a trama é bem vidente: materialismo, obsessão, corpo perfeito, psicopatia. Pra quem gosta de se iludir a leitura é um prato cheio.
Eu fiquei perplexa pela história ser muito parecida com #FSoG , parece ser uma estratégia mercenária de manipular os leitores e de pegar um atalho barato que a mídia vem usando de convencer todas as mulheres que os problemas da sexualidades delas estão todos resolvidos a partir da leitura de livros para adultos... Só que eu não achei essa história adulta, no entanto gostos e opiniões se divergem.
Avaliei com 2 estrelas.